Juary

Ex-centroavante do Santos, Porto e Internazionale
por Rogério Micheletti
 
Ele foi um dos símbolos da equipe apelidada de "Meninos da Vila" e também fez fama no futebol europeu. Juary Jorge dos Santos Filho, o Juary, campeão paulista pelo Santos em 78 e campeão da Copa dos Campeões e do Mundial Interclubes pelo Porto, de Portugal. Atualmente reside na Itália, em Roma, e segue ligado ao futebol. 
 
Após longo período em Portugal e na Itália, o ex-atacante do Santos, "terror" de Waldir Peres, resolveu voltar de vez ao Brasil e residiu por muitos anos em Araras, no interior de São Paulo. Lá, se orgulha da família grande que criou, com seis filhos em dois casamentos (Márcia e Martha). Em 2015, seguia morando em Santos, no litaral paulsita.
 
Seu filho Juary Júnior atualmente reside em Limeira-SP, na casa da irmã, é ténico de futebol e está procurando um clube para trabalhar.
 
Em fevereiro de 2015, ao lado de João Paulo Papinha, seu ex-companheiro de Santos F.C., Juary começou a trabalhar nas divisões de base do Alvinegro Praiano.
 
Nascido no dia 16 de junho de 1959 em São João do Meriti (RJ), Juary começou a carreira profissional no Santos Futebol Clube em 1977. Chegou a jogar algumas partidas como ponta-direita, com a camisa 7, mas foi como centroavante, com a 9, que seu futebol apareceu mais. Ao lado de João Paulo, Pita, Aílton Lira, Nílton Batata e companhia, ele ajudou o Peixe a conquistar o Paulistão de 78.

No ano seguinte, deixou a Vila Belmiro para atuar no América de México, clube pelo qual atuou até 1982. Depois jogou pelo Avellino da Itália (82 a 83), Internazionale de Milão (83 a 84), Ascoli (84 a 85) e Cremonese (85 a 86), antes de ser contratado pelo Porto, de Portugal, onde brilhou em 87 e conseguiu o título do Mundial de Clubes daquele ano.

Após três anos defendendo a equipe portuguesa, Juary retornou ao futebol brasileiro para vestir a camisa da Portuguesa. Na época, ele foi contratado pela Lusa com outros jogadores badalados, entre eles o volante Douglas, que defendeu o Cruzeiro e a seleção brasileira.

A passagem dele pelo Canindé foi apagada e no ano seguinte ele retornou ao time que o projetou, o Santos, mas sem exibir o mesmo futebol, caracterizado pela velocidade e oportunismo, dos anos 70. Antes de encerrar a carreira, em 90, defendeu ainda o Moto Clube (MA).
 
Saiu de sua linda Rio do Sul (SC), onde trabalhava como professor em escolinhas de futebol e partiu para a Itália, onde foi treinador do Sestri Levante, que disputa a quarta divisão do campeonato local e também comentou na TV Sport Itália, canal 62 até 2014, quando voltou ao Brasil para morar em Araras.
 
Juary é tão querido em Portugal, por ter ajudado o Porto a ser campeão mundial em 1987, contra o Peñarol, do Uruguai, que ao saber de seu trabalho no italiano Avellino, o site jornalístico português www.maisfutebol.iol.pt publicou o seguinte texto:

"Juary é um nome que perdura na memória dos portistas. Herói na conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1987, o brasileiro já há muitos anos que não joga futebol, tendo passado por momentos obscuros da sua vida, com muitos problemas económicos e familiares. Hoje em dia, aos 46 anos, parece atravessar uma fase mais positiva, pois aceitou o projecto de treinar os Berretti (juvenis) do Avellino, uma equipa italiana onde jogou ainda antes de representar o F.C. Porto.

Chegado há dois meses à «bota da Europa, já aproveitou o facto dos dragões estarem por lá para conversar com Pinto da Costa e Reinaldo Teles. Deseja estreitar relações, porque continua a ter um enorme fascínio por Portugal e pelo clube. A oportunidade de regressar ao Avellino era «um namoro antigo, com mais de três anos», mas que só agora se concretizou porque mudou a direcção, tem umas pessoas que eram garotos quando eu lá jogava e que agora sentem uma alegria por poderem ter Juary por perto.
Feliz por estar em Itália, até porque vai em primeiro no campeonato de juvenis, assegura ainda ser reconhecido na rua e até há quem lhe faça pedidos especiais. "Deixei uma marca e as pessoas ainda perguntam por que é que eu não volto a jogar para ajudar o clube, mas com 46 anos e dez quilos a mais já não dá. As pessoas gostam muito de mim", conta o ex-jogador que vestiu a camisola do Avellino em 82/83 e daí se transferiu para o Inter de Milão no final da temporada. Não foi feliz pelos nerazzuri, onde jogou apenas uma temporada, tendo sido sucessivamente emprestado ao Ascoli, Cremonese e F.C. Porto.

SAN SIRO VAZIO É VANTAGEM

"No Inter foi um ano para esquecer em termos de futebol, pois não consegui praticamente render nada. Aprendi muita coisa a nível humano, mas futebolisticamente nada", lembra, contando como é que se mudou para Portugal:

"Na altura tinha duas possibilidades, ou ia para o Porto ou regressava ao Santos. Optei por Portugal porque tinha um fascínio, como tenho até hoje. Quem me convenceu na altura foi Luciano D"Onofrio, um empresário que era amigo de Artur Jorge, e falou-me muito bem nele. Isso pesou muito na decisão e é claro que não me arrependo nada. Como é que posso? Fui campeão português, campeão europeu, campeão mundial, conquistei a Supertaça Europeia."

Portista de coração, Juari acompanha o clube de perto e, por isso, espera que ultrapasse o Inter de Milão com uma vitória. "O clima no Inter não é bom, porque há uma certa desconfiança do treinador. O próprio balneário está meio dividido, entre italianos, argentinos e brasileiros", advoga, considerando que os milaneses vão fazer tudo para vencer este jogo. Na sua opinião, porém, se o Porto jogar com o mesmo espírito e vontade que teve no Dragão, nunca perde essa partida.

Quanto ao facto da partida se realizar num estádio vazio, o brasileiro não tem dúvidas que isso será positivo: "É excelente para o Porto e um motivo mais para vencer. Os adeptos do Inter fazem a diferença, e assim o Porto vai ter calma para jogar, não tendo qualquer sem pressão, por isso acredito que tem tudo para fazer uma grande partida e sair dali com uma vitória".
 
No dia 20 de outubro de 2019, Juary participou do "Domingo Esportivo Bandeirantes" e contou incríveis histórias de sua carreira. Confira: 
 

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Pela Seleção Brasileira:

Atuou em três jogos, sendo uma vitória, um empate e uma derrota. Marcou um gol, em um amistoso contra a Seleção da Bahia (empate em 1 a 1) em 05 de julho de 1979

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