Ingo Hoffmann

Ex-piloto de Stock Car e F1
por Marcos Júnior Micheletti
 
O paulistano Ingo Hoffmann, o Alemão, como é carinhosamente chamado, é o maior vencedor do automobilismo nacional, tendo conquistado na Stock Car os impressionantes números de 12 títulos, 76 vitórias e 60 pole-positions na Stock Car.
 
Trabalhou como coordenador do Mitsubishi Premium Racing School, no Velo Città, em Mogi Guaçu-SP, até o final de janeiro de 2017. Em 1º de fevereiro de 2017 divulgou que encerrava sua jornada com a empresa. Lá, desenvolveu um curso destinado a pessoas que objetivavam se familiarizar com os carros de competição e, inclusive, tornarem-se pilotos.
 
Na ocasião, Ingo postou a seguinte mensagem em sua página no Facebook:
 
"Foram 4 anos sensacionais, ministrando programas, cursos, assessorando pilotos e o mais importante: testando os carros de corrida, porém de uma maneira que me deu muito prazer, sem pressão nenhuma, sem cobranças, quase sempre no fantástico Autódromo Velo Città. Como tudo em nossas vidas tem um começo, meio e fim, este ciclo de trabalhos na Mitsubishi agora está encerrado, e com certeza um novo ciclo irá começar.
Quero aqui agradecer o empenho e a parceria de todos com quem trabalhei nestes 4 anos, que tornaram este ciclo de minha vida tão prazerroso. MUITO OBRIGADO".
 
Atualmente é instrutor no curso "Território Amarok", onde ensina técnicas de pilotagem aos proprietários da pickup fabricada pela Volkswagen.
 
Nascido em 28 de fevereiro de 1953, Ingo começou no automobilismo em 1972, com um Fuscão 1500 em Interlagos, e logo despertou interesse de patrocinadores para disputar a Divisão 3, categoria em que competiu com dois carros: Fusca e Brasília.
 
Em 1974 contou com a ajuda de Wilsinho Fittipaldi na preparação de seu carro na Fórmula Super Vê, conquistando a primeira vitória da categoria no País, além de ter feito seis pole-positions. Terminou a temporada em terceiro lugar.
 
Ainda em 1974 venceu as 25 Horas de Interlagos, dividindo a condução do Opala da equipe Itacolomy com Wilsinho Fittipaldi e Reinaldo Campelo.
 
Em 1975 foi para a Europa disputar a Fórmula 3, conquistando uma vitória, em Outlon Park com um March 753-Toyota, além de ter participado de três provas da Fórmula 5000 com um Chevron B24-Chevrolet. Terminou duas provas nessa categoria, chegando em 7º (Silverstone) e quarto (Brands Hatch).
 
O ano de 1976 foi um grande salto para Ingo, estreando na Fórmula 1 e também participando da Fórmula 2, onde guiou pela equipe Kausen, terminando a temporada em 14º lugar e tendo como melhor resultado a quinta colocação em Thruxton.
 
Com um modelo do ano anterior da Copersucar-Fittipaldi (o FD-03 Ford-Cosworth), Ingo terminou sua prova de estreia, em Interlagos, na 11ª posição.
 
Ainda participou de três treinos de classificação com o carro dos irmãos Emerson e Wilsinho Fittipaldi, mas não conseguiu se classificar em nenhuma delas (Estados Unidos-Oeste, Espanha e França).
 
Em 1977 participou de duas etapas do Mundial de Fórmula 1, ainda pela equipe Fittipaldi, com o FD-04 equipado com motor Ford Cosworth. Abandonou na Argentina e terminou em sétimo no Brasil, e não mais competiu na categoria. Clique aqui e veja matéria especial, publicada no Portal Terceiro Tempo, sobre  a participação de Ingo Hoffmann no GP do Brasil de 1977.

Voltou à Fórmula 2, desta vez com uma equipe melhor estruturada, dirigida por Ron Dennis, a Rondel, que tinha como carro o Ralt-BMW. Seu companheiro de equipe era o norte-americano Eddie Cheever.
 
Apesar do fraco desempenho do chassi Ralt, subiu ao pódio por três vezes, sempre como terceiro colocado, e concluiu a temporada em sétimo lugar.
 
Fez seu último ano na Europa em 1978, ainda pela equipe de Ron Dennis, tendo vencido a última prova do ano, em Buenos Aires, com um March-BMW.
 
Em 1979 iniciou uma impressionante carreira na Stock Car, participando da segunda etapa do ano até 2008, quando se despediu da categoria.
 
Conquistou 12 títulos na Stock (1980, 1985, consecutivamente de 1989 a 1994, consecutivamente de 1996 a 1998 e 2002), totalizando 76 vitórias e 60 poles.
 
Os impressionantes números de Ingo somados às outras categorias que disputou em território nacional lhe renderam um posto de soberania no automobilismo nacional em 2006, quando conquistou sua 100ª vitória.
 
Em 2008, paralelamente à Stock Car, disputou a GT3 Brasil com um Lamborghini Gallardo em parceria com Paulo Bonifácio, teminando o campeonato em oitavo lugar. Na sua corrida de despedida da Stock, em Interlagos, chegou ao pódio, com o terceiro lugar.
 
Ingo não correu apenas no asfalto. Em 2003 estreou no Brasileiro de Rally Cross representando a equipe Mitsubishi Racing. No ano seguinte (2004), foi vice-campeão do Rally dos Sertões, a maior e mais difícil prova off-road da América Latina. Em 2006, sagrou-se bicampeão Brasileiro de Rally Cross Country na categoria Protótipos e vice-campeão Geral.
 
Em 31 de agosto de 2005 fundou o Instituto Ingo Hoffman junto com o amigo e ex-piloto Guto Negrão, uma entidade sem fins lucrativos que tem com missão incial proporcionar maior oportunidade de cura para crianças em tratamento de câncer, através de uma parceria com o Centro Infantil Boldrini no projeto denominado Casa de Apoio à Criança e à Família.
 
O Insittuto Ingo Hoffmann fica na cidade de Campinas-SP e conta com diversas parcerias, entre elas o McDonalds, Medley, Eurofarma, Votorantim, Centro Infantil Boldrini, Stock Car e Biolab.
 
Em 17 de março de 2014 foi um dos homenageados da 5ª edição do Velocult, evento realizado no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, por iniciativa do artista plástico Paulo Soláriz, com o objetivo de preservar a memória do automobilismo brasileiro. 

 

 
Em 24 de março de 2014 foi lançada sua biografia "Ingo", escrita por Tiago Mendonça pela Editora AutoMotor Esporte. O evento, com sessão de autógrafos, aconteceu na Livraria da Vila do Shopping JK, Itaim Bibi, zona sul de São Paulo. 
 
Em 8 de março de 2015 foi anunciado para dividir a condução do carro #111 da Full Time Sports da Stock Car com Rubens Barrichello na corrida de duplas da abertura do campeonato, em 22 de março de 2014, em Goiânia.

Casado com Ruth, pai de três filhos (Nina, Ligia e Robert) e avô de dois netos (Emanuel e Olivia), Ingo se orgulha do projeto, e diz que o Instituto é sua maior vitória.
 
Em 16 de dezembro de 2015, Robert, seu filho caçula, morreu aos 28 anos, em decorrência de um tumor cerebral.
 
Clique aqui e conheça o Instituto Ingo Hoffmann
 
Abaixo, entrevista de Ingo Hoffmann a Marcos Júnior Micheletti no Bella Macchina, canal de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, em 03 de abril de 2014. Edição de Lucas Micheletti

 
Veja abaixo o vídeo de 2008 com Ingo Hoffmann recebendo de presente o carro com o qual conquistou seu primeiro título na Stock Car, em 1980

ABAIXO, EM MAIO DE 2014, VOLTA RÁPIDA DE INGO HOFFMANN NO AUTÓDROMO VELO CITTÀ, EM MOGI GUAÇU, LEVANDO O JORNALISTA MARCOS JÚNIOR MICHELETTI, EDITOR DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO. PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE LUCAS MICHELETTI

Em 20 de fevereiro de 2018, Ingo Hoffmann foi entrevistado por Marcos Júnior Micheletti para o Bella Macchina do Portal Terceiro Tempo. Clique aqui e veja a entrevista completa.

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NA STOCK CAR

Disputou 30 temporadas na principal categoria do automobilismo brasileiro, entre 1979 e 2008, conquistando 12 títulos (1980, 1985, consecutivamente de 1989 a 1994, consecutivamente de 1996 a 1998 e 2002), totalizando 77 vitórias e 61 poles em 331 corridas disputadas.

NA FÓRMULA 1

Disputou três GPs, todos pela equipe Copersucar-Fittipaldi, um em 1976 (foi o 11º colocado no GP do Brasil, em Interlagos) e dois em 1977 (não terminou a prova na Argentina e foi o sétimo no GP do Brasil, em Interlagos).

Participou de outros três fins de semana sem conseguir classficar o carro da Copersucar-Fittipaldi em 1976: EUA-Oeste (Long Beach); Espanha (Jarama) e França (Paul Ricard).

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