O estádio Conde Rodolfo Crespi, do Clube Atlético Juventus, ao contrário do que muita gente imagina, já teve seus dias de iluminação. Ou melhor, noites.
Em 6 de julho de 1957 foram inaugurados os refletores numa partida entre Juventus e Palmeiras, válida pelo Torneio Roberto Ugolini. Foi o primeiro jogo noturno realizado no local. Nesse dia, a equipe do Parque Antarctica fez 3 a 1, com gols de Geo, Romeiro e Américo. Neves foi o autor do gol solitário da equipe avinhada, conforme publicou "A Gazeta Esportiva? em 21 de março daquele ano.
Mas por que os refletores desapareceram? As afirmações são várias. E os boatos também. Há quem diga que tudo foi trocado pelo alambrado. Mentira. Na época, em 1959, as grades já existiam (antes, realmente haviam cercas). Suposições ouvidas nas acanhadas arquibancadas da Rua Javari apontam também que o Juventus, sem dinheiro à época, trocou o equipamento por dois jogadores da Portuguesa Santista. Também não é verdade.
O fato é que as luzes iluminavam mal. Nas fotos abaixo, isso se comprova. Os holofotes foram instalados principalmente nas vigas, voltados para baixo, e como estavam no nível dos olhos dos jogadores, atrapalhavam a visibilidade deles.
O ex-goleiro Nenê, que deu lugar a Mão-de-Onça (Durval Moraes, aquele que levou os 4 gols de Pelé, incluindo o mais bonito da carreira do rei) devido a uma contusão, se lembra da época: "Parecia uma boate, de tão escuro?. Está explicado.
Não há registros de jogos oficiais realizados à noite, na Rua Javari, depois de 1960. Portanto, a iluminação do estádio do Moleque Travesso teve vida curta, embora os equipamentos permanecessem instalados por mais alguns anos. E longa é a imaginação dos torcedores, que apontam motivos mil para o fim dos holofotes.
Atualmente, a Javari ainda não dispõe de iluminação. Dos times que disputaram a Série A1 do Paulistão 2008, só o Juventus não tinha estádio com possibilidade de jogos à noite. E, pelo que se ouve nas suas diminutas arquibancadas, dificilmente isso será possível em breve. Apesar de o presidente, Armando Raucci, dizer que há estudos sobre a instalação. Nada muito concreto. Talvez a luz no fim do túnel seja um investimento externo. Alguém se habilita?
Vejam medalhas comemorativas à inauguração dos refletores do estádio da rua Javari, que por serem muito ruins e deixarem o gramado com aspecto de boate, não demoraram para ser aposentados. Foto enviada ao site pelo internauta Walter Peres
Em pé: Toninho, Miguel, Nenê, Roberto, Odair, Otávio e o goleiro reserva Ademiro. Agachados: Tanese, Colombo, Paulo, João e Zezinho
Em pé: Vandinho, Miguel, Sergio, Odair, Nenê e o goleiro Ilton José da Costa. Agachados: Tanese, Wilsinho Itajubá, Ulisses, João Carlos e Januário
Em pé: Toninho, Odair, Walter, Sallum, Nenê e Marrom. Agachados: Colombo, Dirceu, Paulinho, Miguel e Zezinho
Na foto em que vemos Elias Pássaro (o primeiro agachado), Oswaldinho (o primeiro em pé) e Hidalgo (o primeiro depois do goleiro), podemos observar em cima as luzes da Javari. Elas mal iluminavam e ainda ofuscavam a vista dos atletas. No fundo, podemos observar a extinta arquibancada de madeira, onde hoje existe o posto médico do estádio.
Elias e Bianchi: medicina volante do Juventus
O estádio Conde Rodolfo Crespi, do Clube Atlético Juventus, ao contrário do que muita gente imagina, já teve seus dias de iluminação. Ou melhor, noites.
