Athiê Jorge Cury

Ex-presidente do Santos
por Marcelo Rozenberg e Milton Neves
 
Athiê Jorge Cury, deputado federal em várias legislaturas, ex-goleiro do Santos e presidente do clube mais vezes campeão em toda a história, faleceu em 1º de dezembro de 1992, aos 88 anos.
 
Nascido em 1º de agosto de 1904 em Itu, Athiê jamais será esquecido pela torcida alvinegra, especialmente aqueles que acompanharam Pelé reinar absoluto nos gramados. É apontado por muitos como peça chave para o clube ter conquistado todos os títulos possíveis e imagináveis entre a metade dos anos 50 e o final dos anos 60, tendo ao lado cartolas como Nicolau Moran Vilar, Ciro Costa, Augusto da Silva Saraiva e o treinador Luíz Alonso Perez, o Lula.
 
Desde que assumiu a presidência do clube, em 1945, Athiê tornou-se nome marcante da literatura esportiva, fazendo parte de um time composto por Delfino Facchina (ex-presidente do Palmeiras), Paulo Machado de Carvalho (o "Marechal da Vitória" e homem ligado ao São Paulo), Laudo Natel e Raimundo Paes de Almeida (ex-presidentes do São Paulo), Oswaldo Teixeira Duarte (ex-presidente da Portuguesa), Fadel Fadel (ex-presidente do Flamengo), Giulite Coutinho (presidente de honra do América-RJ), Romeu Ítalo Rípoli (ex-presidente do XV de Piracicaba) e Fábio Fonseca (ex-presidente do Atlético Mineiro).
 
Sempre foi um personagem simples. E de grande visão futebolística. Assinou a contratação de grandes jogadores como Formiga, Tite, Pagão, Zito, Dorval, Dalmo, Coutinho e Mengálvio. Sem falar de Pelé, o maior de todos.
 
Em 1955, o primeiro fruto do trabalho. O Santos comemorou o título paulista depois de 20 anos de jejum, com uma vitória por 2 a 1 sobre o Taubaté. Em 1971, Athiê deixou a presidência do clube que sempre amou.
 
Abaixo, confira texto escrito por Mário Lopomo sobre Athiê Jorge Cury.

"Um goleiro chamado Atiê
Athiê foi um goleiro fenomenal. Esteve na lista dos grandes goleiros do Brasil do passado. Como Tufy, Hugo de Moraes, Casemiro, Dionísio, Marcos, Primo, Amado Laro, entre outros. Athiê durante muitos anos fez defesas sensacionais, mas hoje ele é um rico comerciante, um quase vereador e um atiloso presidente do Santos FC. Athiê preside com eficiência o campeão da técnica e da disciplina, e provando que um az da bola pode transforma-se útil paredro. Athiê na Vila Belmiro não surgiu de supetão como presidente. Foi galgando conhecimentos para consolidar sua posição de presidente com a desejada proeminência. Recebeu um mau legado. O clube tinha muitas dívidas. Seu patrimônio estava relegado ao maior risco de escuro e o time apresentava péssimas performances. Ele foi recompondo a parte econômica financeira. Tratou de apresentar um plano para grandes obras e procurou com afinco dar ao quadro de futebol um lugar de destaque. Hoje a desafogo na tesouraria. O estádio Urbano Caldeira será ampliado e o time é o melhor dos grandes dos gramados praianos. Tendo tido muitas atuações de relevo. Athiê tem noção de um lema. Trabalhar, com ele seu natural desprendimento conseguiu grandes lauréis como presidente. Agora com a inauguração da Via Anchieta, santos esta mais próxima da capital. Multiplicando-se os meios de transporte de passageiros e diminuir seu tempo para ir da praça da sé ao largo rui Barbosa. Por isso sempre a facilidade para a perspectiva de termos uma deslocação de torcedores muito grande para Santos. Quando ele enfrentar as equipes da capital, notadamente as maiores torcidas como as do São Paulo, Corinthians e do Palmeiras. Athiê Jorge Curi é um autentico gentleman e responde a todas as perguntas que lhe são feitas. Espera ele que já, em 1948, possa inaugurar as obras, assim a Vila Belmiro de ter rendas de mais de 200.000 cruzeiros. Athiê é candidato a vereador na cidade de Santos. E ele diz que se for eleito, não terá problemas para trabalhar. Estando em todos os lugares. Athiê, foi deputado federal também, mas nunca abandonou o Santos. A maioria das pessoas, diziam que ele era o domo do Santos e só sairia de lá morto. Ela sabia das coisas o grande time que ele formou em 1955, já vinha da base (aspirantes) que junto com alguns mais velhos ganharam o primeiro titulo vinte anos depois de dividir o titulo com a Portuguesa (1935). E sendo bi campeão em 1956, em cima do poderoso São Paulo vencendo a final por 4 x 2. No inicio de 1957 veio Pelé e a coisa melhorou mais ainda.
Mário Lopomo?
 

No vídeo abaixo ouvimos a narração de Ernani Franco na partida em que o Santos goleou a Ferroviária por 6 a 2, com dois gols de Pelé, dois de Pepe, um de Pagão e um de Tite, e conquistou o bicampeonato paulista, no dia 13 de dezembro de 1961. O áudio foi cedido por José Carlos Gomes Valenci e a montagem por Wesley Miranda, da Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC (ASSOPHIS).

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