Nascido no dia 30 de maio de 1945, Edjard Roberto Ferreira, o Ararinha, morreu em 3 de dezembro de 2010, vítima de derrame. Ele foi um dos maiores técnicos de categoria de base do futebol paulista nos anos 70 e início dos 90. Embora natural de Mogi Mirim, ele passou a infância na cidade de Araras-SP, daí o apelido no diminutivo, por ser caçula do irmão Araras, ex-atacante de Santos, Noroeste e Independente da Argentina que faleceu em maio de 2007.
Ararinha que morava com a mãe, dona Helena, no bairro do Paraíso, Zona Sul da capital paulista, torcia para a Portuguesa Santista.
Em 1961, Ararinha foi morar em Santos para acompanhar o irmão, então contratado pelo time da Vila, dirigido por Lula. O treinador santista deixou Ararinha residir no alojamento do estádio Urbano Caldeira. Depois, amigo dos atletas, ele foi morar em uma pensão no Canal 1, junto com Dorval, Batista, Coutinho, Luís Cláudio e até Pelé.
Diante da convivência com grandes craques do Peixe, Ararinha começou a se interessar pelo futebol. Arriscou-se como ponta-direita na várzea, mas mostrou mesmo mais talento em montar times, o primeiro deles foi de futebol de praia, o Alvorada, que fez sucesso na época e ganhava todos os torneios juvenis da Baixada.
"Eu era dono da bola e presidente do time. Consegui reunir grandes jogadores, tais como Picolé, Gaspar, Orlando Amarelo, Nenê, Ribeiro, Araras, Leivinha, Chicão, Osni, Veiguinha, Fito e tantos outros. Tínhamos cerca de 80 meninos na faixa de 12 e 14 anos?, recordou o ex-técnico, que lançou boleiros como Pitta, Davi, Márcio Fernandes, Balu, Wellington, Peixinho, Cabral, Juari, Aílton Lira, entre outros. "Técnico não revela o jogador, o jogador se revela?, costumava dizer Ararinha.
Seu primeiro convite para treinar uma equipe de base foi em 1972 pela Associação Atlética Portuários de Santos. Ali, ganhou muitos títulos amadores em cima do Santos Futebol Clube, dos técnicos Formiga e Pepe. Devido ao sucesso em lidar com a garotada, ele foi chamado para trabalhar por alguns anos nas divisões inferiores do próprio Santos, a convite do então presidente Modesto Roma. Ainda teve passagens como treinador júnior pela Portuguesa Santista, Juventus, ambos nos anos 80, e Corinthians, onde encerrou a carreira em 1996, por conta do derrame isquêmico. Como treinador profissional, teve as oportunidades de comandar a própria Briosa e o Marcílio Dias (PR).
Por Raphael Cavaco
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