Não foi fácil para o São Paulo Futebol Clube vencer sua primeira Libertadores da América, há exatos 33 anos.
Após perder a primeira partida da final por 1 a 0 para a equipe argentina do Newell´s Old Boys, em Rosário (gol de Berizzo, de pênalti), o Tricolor recebeu a equipe adversária para o embate decisivo no Morumbi, na noite de 17 de junho de 1992.
Telê Santana (1931-2006), em seu segundo ano como treinador do São Paulo, levou a campo sua melhor formação, com Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado e Raí; Müller (Macedo), Palhinha e Elivélton.
Mais de 105 mil espectadores viram Rai, de pênalti (sofrido por Macedo), devolver o placar do adversário.
O técnico do Newells, Marcelo Bielsa (atualmente comandando a Seleção do Uruguai) balançou a cabeça, considerando que o atacante são-paulino simulou a infração.
Restavam 20 minutos para o final quando Raí cobrou firme, rasteiro, no canto direito do goleiro Scoponi.
O Tricolor, que era presidido por José Eduardo Mesquita Pimenta, tentou a virada para evitar a decisão por pênaltis, abrindo a possibilidade para os perigosos contra ataques dos argentinos, mas o placar acabou inalterado até o apito final do colombiano José Torres Cadena
Berizzo, autor do gol na Argentina, perdeu sua chance. A bola tocou na trave esquerda de Zetti.
Raí, o principal jogador são-paulino na ocasião, foi o primeiro a bater para o São Paulo e converteu.
Zamora marcou o primeiro gol para os argentinos e o lateral-esquerdo Ivan fez 2 a 1 para o São Paulo.
Llop deixou as coisas iguais, marcando em sua vez. Aí, foi a vez do Tricolor perder um pênalti, com o zagueiro Ronaldão, que bateu no meio do gol, fácil para o goleiro argentino Scoponi.
Na sequência o Newells perdeu mais um, com Mendoza, que chutou longe, pelo alto. Cafu marcou o terceiro gol do São Paulo, que ficou na torcida pelo erro do adversário, que acabou acontecendo, quando Zetti voou no canto esquerdo e defendeu o tiro de Gamboa. Pintado, que seria o quinto são-paulino a cobrar, nem precisou bater, o São Paulo vencia por 3 a 2.
O gramado do Morumbi, então, foi invadido por milhares de torcedores, que comemoraram junto ao elenco do São Paulo o feito inédito.
Kalef João Francisco (foto abaixo), então diretor de futebol do São Paulo, lembrou, em entrevista ao Portal Terceiro Tempo em 2015, de uma história de bastidores envolvendo as duas partidas decisivas.
"Quando jogamos contra o Newells, na Argentina, eles não nos deixaram treinar no campo deles. Então, no jogo de volta, eu disse que não poderia acender os refletores para o treino deles. O Bielsa ficou bravo. Eu disse que nosso eletricista morava em uma favela e não poderia acender as lâmpadas. O Bielsa queria buscá-lo na favela (risos). Então, eles fizeram apenas um aquecimento no gramado do Morumbi, às escuras mesmo", comentou Kalef.
MAIS DUAS LIBERTADORES...
O São Paulo venceria mais duas Libertadores: no ano seguinte (1993), diante da Universidad Catolica (Chile), e em 2005, agora frente a um adversário brasileiro, o Athletico Paranaense.
FICHA TÉCNICA DA FINAL DA LIBERTADORES
São Paulo 1 (3) x 0 (2) Newell´s Old Boys
No tempo normal, gol de Raí para o São Paulo.
Nos pênaltis, São Paulo 3 (Raí, Ivan e Cafu) x 2 Newell´s Old Boys (Zamora e Llop). Ronaldão perdeu para o São Paulo. Berizzo, Mendoza e Gamboa perderam para o Newell´s Old Boys.
Estádio Morumbi
Data: 17 de junho de 1992
Público: 105.185
Árbitro: José Torres Cadena (Colômbia)
São Paulo:
Zetti; Cafu, Antonio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado e Raí; Müller (Macedo), Palhinha e Elivélton.
Técnico: Telê Santana. (Clicando nos nomes você acessa suas respectivas páginas na seção "Que Fim Levou?")
Newells Old Boys:
Scoponi; Saldaña, Gamboa, Pochettino e Berizzo; Llop, Berti, Martino (Domizzi) e Lunari; Zamora e Mendoza. Técnico: Marcelo Bielsa
ABAIXO, VÍDEO COM OS MELHORES MOMENTOS DA PARTIDA E A DECISÃO POR PÊNALTIS. MATERIAL DO YOU TUBE "MORUMBITECA", COM NARRAÇÃO DE GALVÃO BUENO
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