Referência mundial do saber, a Argentina aplaude até hoje o inteligente brasileiro que impressionou o país com seu conhecimento e capacidade de ensinar: Delém, ex-jogador do Vasco e maior descobridor de talentos da história do River Plate.
Delém foi relembrado ontem (8) nos Estados Unidos, onde a seleção argentina disputa a Copa América. Seu pupilo mais famoso, o jefe Javier Mascherano, completou 32 anos. E fez questão de citar quem lhe abriu as portas do mundo.
Javier trocou Rosário por Buenos Aires em 1999, aos 15 anos. Delém, então com 64, o acolheu nas canteras do River. Enxergou em Masche uma miniatura de si – sagaz, interessada, desafiadora – e o ajudou a evoluir. Estreou primeiro na seleção profissional e depois no clube, o que infla ainda mais o imenso orgulho millonario.
Era 2003. Mascherano tinha 19 anos e já era chamado de Jefecito. O chefinho.
Hoje, tem mais partidas pela seleção argentina (124) que pelo Riverplei (71).
A vida de Delém – Vladém Lázaro Ruiz Quevedo – começou a cruzar com a sua quando o brasileiro trocou o Rio por Buenos Aires (e o Vasco pelo River) em 1961.
Revelado pelo Grêmio, foi atacante de brilho e por isso desembarcou em Núñez. Deixou o River em 1967. Apaixonado pela Argentina, voltou ao país em 1980 e viveu o resto de sua vida em Belgrano, nas cercanias do Monumental, onde descobria talentos, ensinava e cativava. Morreu de enfarto em 2007 longe do clube.
Então presidente, José Maria Aguilar o via como um profissional do antecessor.
A lista dos outros jogadores revelados por Delém no River dá noção da sua capacidade. Começa nos anos 70 – Beto Alonso – e atravessa os anos 90 e 2000: Ortega, Falcao García, Gonzalo Higuaín, Almeyda, Gallardo, Crespo, Aimar, Saviola, D´Alessandro, Solari, Cavenaghi e o goleiro Juan Pablo Carrizo são seus pupilos.
Sua atuação na base contrasta com a modesta contribuição dos jogadores brasileiros nas canchas argentinas, onde Delém também se destaca ao lado de Domingos da Guia, Paulo Valentim, Maurinho, Orlando Peçanha, Silas e Iarley.
Seu currículo de caça-talentos guarda um grande asterisco. É atribuída a ele a responsabilidade pelo River não contratar Messi: “Como ele há vários aqui".
Passado. No presente, seu discípulo veste a 14 do Barcelona justamente quando o clube vive o luto de quem mais brilhou com o número – Johan Cruyff. Na seleção, ni hablar. Esbanja a mente especial vista por um perspicaz brasileiro antes de todos.
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