por Ednilson Valia
Wilson Simonal de Castro, o Wilson Simonal, foi um cantor de Soul Music, MPB, Samba e Bossa Nova. Simonal nasceu no Rio de Janeiro no dia 23 de janeiro de 1939 e faleceu no dia 25 de junho de 2000 em decorrência dos problemas com o alcoolismo.
Foi casado por duas vezes e teve três filhos: Patrícia, Max de Castro e Wilson Simoninha, os dois últimos são músicos de renome.
Para o produtor musical, Luis Carlos Miéle, Simonal foi o primeiro Showman brasileiro. Voz ímpar, domínio de palco perfeito, o cantor era filho de uma empregada doméstica, começou sua carreira musical como crooner de um conjunto carioca chamado Dry Boys.
Até conhecer os produtores Miéle e Ronaldo Bôscoli que o fizeram a dar um salto na carreira. Segundo o jornalista Ruy Castro , autor do livro "Rio Bossa Nova" e "Chega de saudade, a história e as histórias da Bossa Nova" - "quando surgiu o cantor no Beco das Garrafas, Simonal era o máximo para seu tempo: grande voz, um senso de divisão igual aos dos melhores cantores americanos e uma capacidade de fazer gato e sapato do ritmo, sem se afastar da melodia ou apelar para os scats fáceis".
Após ter várias músicas nas paradas de sucesso, no biênio 1966-1967, a TV Record o chamou para apresentar o programa "Show em Si..Monal". Pela primeira vez na história do país, um negro apresentava um programa de televisão sozinho, era um marco na história da televisão brasileira.
O sucesso era imenso que em 1970, Simonal foi "escalado" para ir com os jogadores brasileiros para a Copa do Mundo do México. Lá fez amizades com Carlos Alberto Torres, Jairzinho e o Rei Pelé e gravou o disco "México 70".
Declínio
Em meados de agosto de 1971, Simonal sofreu um desfalque do então seu contador Raphael Viviani. Revoltado com a irregularidade o cantor contratou dois militares, que torturam Viviani nas dependências do DOPS (Departamento de Ordem e Política Social), órgão de repressão do governo do regime de Ditadura Militar que o Brasil sofria à época.
Posteriormente, o contador denunciou Simonal e seus torturadores à justiça. Durante o julgamento, Mário Borges, um dos torturadores e integrante do DOPS foi testemunha e afirmou que Simonal era um informante do departamento.
Simonal foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão, que pode cumprir em liberdade. Mas foi condenado pela opinião pública e imprensa.
Esquecido pela mídia, pelo público, Simonal entrou em depressão e sofreu com o alcoolismo, falecendo em junho em decorrência dos problemas do álcool.
Pós-morte
Certos que se cometia uma justiça com a história de Wilson Simonal, seus familiares pediram a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, em 2002, que fizessem uma investigação sobre a veracidade da acusação que o cantor colaborava com informações para os órgãos de repressão da ditadura militar.
Foram ouvidos depoimentos de artistas como Chico Anísio, Jair Rodrigues, Ronnie Von e analisadas matérias jornalísticas e o então Secretário Nacional dos Direitos Humanos, José Gregori autorizou uma pesquisa nos arquivos nacionais onde não foi achado nenhum registro de que Simonal tivesse sido colaborador, servidor ou prestador de serviços daquelas organizações.
O compositor Paulo Vanzolini contestou a afirmação de que Simonal não era "dedo-duro" do regime militar. "Simonal era, de fato, "dedo duro" do regime militar. Essa recuperação que estão fazendo do Simonal é falsa. Ele era dedo-duro mesmo. Ele se gabava de ser dedo-duro da ditadura na frente de muitos amigos ele dizia ´eu entreguei muita gente boa´, afirmou o letrista de "Ronda".
Em 2009, o humorista Cláudio Manoel do programa "Casseta & Planeta", ao lado de Micael Langer e Calvito Leal fizeram o documentário "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei - sobre a vida e a obra de Wilson Simonal.
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