por Milton Neves
Senor Abravanel, nacionalmente conhecido como Silvio Santos, morreu em 17 de agosto de 2024, aos 93 anos, após 17 dias de internação no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. A causa da morte foi uma broncopneumonia, complicação decorrente do vírus H1N1, que ele havia contraído no mês anterior.
Ele nasceu no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1930.
Judeu, Silvio Santos teve seu pedido atendido pela família, acerca dos cerimoniais fúnebres, sem velório, com uma cerimônia restrita a familiares e amigos próximos. Um rabino realizou a curta cerimônia antes do sepultamento, que aconteceu no Cemitério Israelita do Butantã, na manhã seguinte ao óbito do apresentador e empresário.
Ele estava afastado da apresentação do "Programa Silvio Santos" desde setembro de 2022, quando gravou a atração pela última vez. O programa, no entanto, foi levado ao ar apenas em fevereiro de 2023.
PATRIMÔNIO
De acordo com matéria divulgada pelo UOL, a partir de um levantamento da "Folha", Silvio e suas seis filhas tinham um patrimônio de R$ 3,9 bilhões quando ele morreu, fruto de diversos empreendimentos, incluindo 35 empreas e mais de 3000 imóveis, conhecidos por meio de pesquisas junto à Receita Federal e Junta Comercial.
A história da televisão no Brasil é confundida com a de Silvio Santos, o iG preparou alguns vídeos com os momentos mais marcantes da carreira de Silvio Santos.
Em 2019 o SBT passou a ser presidido por Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos. Clique aqui e veja a página de Guilherme Stoliar na seção "Que Fim Levou?".
Stoliar deixou o SBT em agosto de 2020, e Renata Abravanel assumiu a presidência da emissora.
Abaixo, uma coluna escrita por Milton Neves, veiculada no jornal "Agora São Paulo" e no site e blog Terceiro Tempo sobre Silvio Santos:
Uma bela escolha premiando o exemplo, a realidade e o talento, assim como seria José Alencar, pela raça, amor, transparência, correção, simpatia e luta pela vida.
Ou então Lula, um milagroso brasileiro que nasceu com a nuca virada para a lua.
Mas meu herói brasileiro é Silvio Santos. E Pelé não vale.
Em 80 anos esse homem tem muito ou um pouquinho a ver com todos nós, quase 200 milhões de brasileiros.
Só o vi uma vez na vida. Em 2003.
Cada um mais feio do que o outro. Estávamos de toca plástica pintando os cabelos no Jassa ou "fazendo luzes?, como bichisticamente diz o cabeleireiro Mauro Beting, dono do salão de beleza "Fifahair" de Itaquera.
Naquele dia ele me disse que o "Roleta Russa" que eu estrearia na Rede Record como apresentador de programa de Variedades seria um sucesso.
E foi mesmo. Um ano no ar, 57 exibições, três delas em primeiro lugar no Ibope da emissora com até 11 pontos de média.
Agradeci e disse a ele que eu era um pretensioso "Silvio Santos do futebol e dos pobres?.
Ele sorriu, gargalhou do alto então de seus 73 anos e aparentando, ao natural sem maquiagem, uns 85.
Hoje, depois do 11 de setembro de 2001 que foi o último 11 de novembro de 2010 de sua vida financeira, não deve estar sorrindo apesar de sua clássica, oportuna, transparente, lúcida e cativante entrevista que deu à Folha nesta sexta-feira.
O prejuízo "que ganhou" de seus maus companheiros de trabalho no mercado financeiro foi arrasador para este homem do sorriso mais famoso "deste país", lulamente falando.
Mas, ele, de pronto, sem o famigerado PROER ( Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional), colocou tudo que ganhou em 80 anos à disposição do tal "Fundo Garantidor de Crédito?, hoje seu sócio e talvez até patrão.
E o incrível. Pela primeira vez quando de um escândalo ou rombo financeiro tipo Nacional, Banco Santos, Boi Gordo, Econômico, Excel, Comind ou Bamerindus, a população ficou consternada, triste e não com ódio do banqueiro.
Um banqueiro ausente nesse território financeiro de homens frios e cruéis que não perdoam nem a marca e a história de um patrão tão especial.
Banco não é auditório de TV onde só alegria impera.
Piadas como a que "o Banco Panamericano quebrou porque o Ronaldo sentou em cima dele" estão correndo por toda a parte.
Foi assim também quando das mortes de Senna e de vovô Tancredo.
Mas, creiam, nós tivemos neste triste episódio financeiro que coloca Silvio Santos de joelhos, só uma mínima noção do que este homem representa.
Quando ele morrer - e talvez eu não esteja aqui para testemunhar - o Brasil parará como jamais parou.
Será uma inédita consternação popular.
Uma comoção nacional jamais vista e maior do que as que marcaram as despedidas de Kennedy, Senna, Tancredo e do Aiatolá Khomeini" juntas!
Mas este primeiro e maior herói nacional do Brasil é absolutamente imortal. Ainda bem.
ATUALIZAÇÃO...
Milton Neves voltou a se encontrar com Silvio Santos em Em 1º de fevereiro de 2024, no Salão do Jassa, em São Paulo. Na ocasião, brincou com o empresário e apresentador, penteando seu cabelo, como aparece em foto na galeria abaixo.
Em 16 de dezembro de 2001, dia em que SBT e Rercord fizeram transmissão em conjunto, ao vivo, durante os programas "Casa dos Artistas" e "Terceiro Tempo", com Silvio Santos e Milton Neves, respectivamente.
ABAIXO, VÍDEO COMPLETO DE UM DOS MAIS EMBLEMÁTICOS QUADROS DO PROGRAMA SILVIO SANTOS: O "QUAL É A MÚSICA", ESTE EXIBIDO NO COMEÇO DE 1988
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