Roberto Macedo

Ex-empresário, fundador da Churrascaria Rodeio
por Marcos Júnior
Roberto Regis Velludo Macedo foi um dos nomes mais conhecidos do meio gastronômico paulistano desde o final da década de 50, mais precisamente em 1958, quando inaugurou a Churrascaria Rodeio, na Rua Haddock Lobo, no bairro dos Jardins.
Ele morreu no dia 19 de novembro de 2012, em São Paulo, vítima de uma hemorragia digestiva.
São-paulino fanático, Macedo recebeu em sua privilegiada e bem instalada casa, corintianos entusiasmados com as conquistas do clube alvinegro e seus ilustres torcedores, dirigentes e atletas, entre eles. Washington Olivetto, Adilson Monteiro Alves e Sócrates.
Na década de 80, o Rodeio serviu de ponto de encontro político para que os primeiros esboços do Plano Cruzado fossem delineados pelo então ministro da fazenda Dilson Funaro e seus assessores durante o governo do presidente José Sarney.
As concorridas mesas do Rodeio foram uma extensão das salas dos escritórios de empresários destacados da cena brasileira, como Abílio Diniz (Grupo Pão de Açúcar e Samuel Klein (Casas Bahia).
Após os anos de sucesso absoluto nos Jardins, Roberto Macedo abriu uma filial da Churrascaria Rodeio no Shopping Iguatemi em 2011, contando com o apoio das duas filhas: Silvia e Sandra.
A longa e bem sucedida trajetória do empreendimento idealizado por Macedo ganhou uma versão em livro, escrito pelo jornalista Nirlando Beirão, chamado "Rodeio conta os Jardins", lançado em 2005.
Abaixo, o texto publicado na Folha de S. Paulo após sua morte
Roberto Regis Velludo Macedo (1937-2012)
O dono da churrascaria Rodeio
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO
Dia de jogo do São Paulo FC costumava ter para Roberto Regis Velludo Macedo o mesmo fim. Logo que o apito final soava, ele saía com o pai do estádio e seguia para a churrascaria Rodeio, que está no mesmo nº 1.498 da rua Haddock Lobo desde 1958.
Numa das visitas ao restaurante, recebeu com a conta a proposta de compra do local.
Em 1959, pai e filho trabalhavam com publicidade, mas decidiram fechar o negócio. Roberto, formado em administração, tocou a Rodeio desde então e foi imprimindo seu estilo ao restaurante.
Logo em 1960, o espaço aumentou. Os garçons deixaram de vestir bombachas, e o local ganhou estoque de vinhos (antes, se um cliente pedia a bebida, o garçom saía correndo para comprá-la fora). Também passou a importar carnes.
A churrascaria ficou conhecida pela picanha fatiada e por criar o arroz Rodeio (também chamado de Biro-Biro), com batata palha e ovo.
No ano passado, abriu uma filial no shopping Iguatemi.
Quando era apresentado a algum novo cliente como dono, negava. "Eu só trabalho aqui, o dono é você", dizia. Chamava os funcionários de sua família -alguns trabalham lá há mais de 30 anos.
Oito anos atrás, comprou terras no Piauí, para reflorestamento e cultivo de grãos. Segundo a família, estava animado e queria fazer três escolas na região das fazendas.
Ex-diretor de futebol do São Paulo, era conselheiro e continuava louco pelo time.
Morreu na segunda, aos 75, após uma hemorragia digestiva. Deixa viúva, quatro filhos e oito netos. A missa do 7º dia será amanhã, às 9h, na igreja N. Sra. do Brasil, em São Paulo.
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