Renato Pacheco

Ex-presidente da CBD
por Túlio Nassif
Renato Pacheco, ou apenas Pacheco, foi presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) por quase seis anos, entre 13 de dezembro de 1927 a 23 de setembro de1933.
Durante seu mandato, ficou marcado por dois grandes acontecimentos desagradáveis e que poderiam ser evitados.
A seleção brasileira foi uma das primeiras a confirmar a participação na primeira Copa do Mundo, em 1930. O então presidente da CBD, formou a comissão técnica da seleção apenas com cariocas, causando uma enorme revolta nos dirigentes paulistas, ocasionando uma forte briga.
O resultado dessa confusão, serviu apenas para enfraquecer o Brasil no mundial.
No dia 3 de junho, Pacheco enviou telegrama a APEA (nome da Federação Paulista na época), requisitando a convocação de 11 atletas, para somar aos outros 11 cariocas na lista de convocação. Os jogadores paulistas chamados foram: Amicar, Athiê Jorge Cury, Del Debbio, Grané, Araken Patuska, Heitor, Petronilho de Brito, Filó, Feitiço, De Maria e o maior jogador brasileiro da época, Arthur Friedenreich.
Contudo, os pedidos do estado de São Paulo, de cargos na comissão técnica, não foram atendidos e então, os paulistas boicotaram a Seleção, não cedendo nenhum jogador. A CBD agiu rápido e tratou de convocar novos 11 jogadores, todos cariocas, a exceção de um, Araken, que rompeu contrato com o Santos e resolveu se apresentar para disputar a Copa. O Brasil, portanto, ia para seu primeiro mundial, com uma seleção inteira carioca, reforçada com um único paulista e sem seu maior jogador.
Em 1932, Leônidas da Silva estava praticamente em todas as manchetes, uma vez que, era a primeira vez que vestia a camisa da Seleção Brasileira. Na época, o atleta defendia o Bonsucesso, equipe do Rio de Janeiro.
Pela primeira vez, a maior autoridade da política esportiva de um país desafiava o prestígio e a fama de um jogador de futebol.
Pacheco não queria que Leônidas embarcasse para enfrentar o Uruguai pela Copa Rio Branco de 1932. Temia que Leônidas e outros jogadores negros da seleção dessem algum vexame em terras estrangeiras. Graças ao técnico da Seleção, Luís Vinhaes, o preconceito foi derrotado. A frase dita pelo treinador ao presidente da CBD demonstrava a importância e a magia que Leônidas representava: "Sem Leônidas, ninguém sai do Brasil".
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