O mundo está começando a entender o que o "Fogão" realmente é. Imagem de IA

O mundo está começando a entender o que o "Fogão" realmente é. Imagem de IA

Falar do Botafogo agora é falar da maior metamorfose do futebol brasileiro dos últimos trinta anos.

Um clube que por muito tempo foi sinônimo de problemas, decepções e noites mal dormidas para a torcida, se viu em um pesadelo que parecia não ter fim.

Dívidas que nunca acabavam, técnicos que mudavam a cada mês, um futebol que parecia ter perdido o caminho da glória. E também o caminho dos gols...

O fundo do poço veio em 2020, quando o Botafogo desceu para a Série B pela terceira vez em menos de vinte anos.

Já havia acontecido em 2002 e 2014, vamos lembrar…

Mas desta vez a queda foi ainda mais pesada, mais dolorosa.

Terceira vez que o time que já teve grandes nomes como Garrincha, Nilton Santos e Zagallo... desceu para a Série B por 3 vezes em menos de 20 anos!!!

Um grande time não se porta assim no futebol brasileiro.

Erros atrás de erros, escolhas ruins, um time sem alma, torcedores que não acreditavam mais em nada.

Antes deste último rebaixamento, o Botafogo tentou de tudo.

Em 2020, fez uma grande jogada: contratou Keisuke Honda, o japonês que já havia jogado pelo Milan e pela seleção japonesa.

Ele chega ao Rio como uma estrela, com mensagens em suas redes sociais em nome da torcida, comemorações no aeroporto, vídeos por todo o Rio, festa, promessas de marketing e a esperança de se tornar o líder de um grupo jovem sem referências.

A camisa 4 nas costas, todos pensando que era o início de uma nova era, que traria patrocinadores, jornalistas, dinheiro, resultados.

A recepção foi como um filme: torcedores no aeroporto, dirigentes sorrindo, todos cheios de entusiasmo. O entusiasmo por Honda não era à toa.

O Botafogo lhe deu o maior salário já pago a um jogador na história do clube, um contrato repleto de bônus que poderiam chegar a cifras extraordinárias, partindo de 150 mil reais por mês e com a possibilidade de ganhar muito mais se alcançasse certos objetivos, como a cada gol e título.

O clube, sem dinheiro, apostou tudo em Honda não apenas como jogador, mas como propaganda, pensando em vender camisas, em se tornar conhecido na Ásia.

Afinal, sabiam que Honda não tinha mais o físico para jogar em alto nível, mas mesmo assim assinaram, mais pelo efeito fora de campo do que pelo que ele poderia entregar em campo.

Em campo, Honda, como era de se esperar... não se destacou.

Disputou apenas 27 partidas, marcou três gols, sempre pareceu ter problemas físicos e nunca entrou de fato no ritmo do futebol profissional brasileiro.

Fora de campo, nunca se encaixou de fato no grupo.

Quando as coisas pioraram, Honda decidiu fugir. Sim, exatamente: ele saiu do Rio sem se despedir de ninguém, deixando todos com um gosto amargo na boca.

Uma despedida triste, uma verdadeira fuga.

O fracasso de Honda foi o sinal de que o rebaixamento estava próximo.

E foi um sinal que o Botafogo estava nas mãos erradas, fazendo coisas erradas, e indo para caminhos e destinos...bem errados!

E assim foi: em 2021, o Botafogo acabou voltando para a Série B, o ponto mais baixo de sua história.

O clube já havia tentado técnicos estrangeiros, como o uruguaio Juan Carlos Bertone, mas a onda lusa chegou mesmo depois do rebaixamento.

De 2022 a 2025, passaram três portugueses: Luís Castro, que começou um trabalho sério assim que retornaram à Série A.

Bruno Lage, que continuou com a mesma mentalidade europeia.

E depois Artur Jorge, aquele que levou o Botafogo à primeira final e ao título da Libertadores, tornando-se o líder respeitado por todos, dentro e fora do clube.

Todos contribuíram, mas todos trouxeram uma mente nova, moderna, profissional e, acima de tudo, uma vontade louca de vencer.

Em meio a todo esse desastre, chegou John Textor, o americano que via no Botafogo não apenas um time, mas um projeto de vida.

Em março de 2022, Textor comprou 90% das ações da SAF do Botafogo, investiu mais de 400 milhões de reais.

E ele assumiu tudo.

Ele, que já tinha pedaços de times como Crystal Palace, na Inglaterra, Lyon, na França, e RWDM, na Bélgica, escolheu o Botafogo como seu favorito, aquele onde queria investir mais dinheiro, mais tempo, mais coração.

Para ele, o Botafogo não era apenas um negócio, mas o time onde queria ver nascer uma nova história, com jovens fortes e títulos de verdade.

E agora o mundo sabe que com Textor, tudo mudou. O Botafogo mudou.

O americano trouxe uma mentalidade profissional, investiu em instalações, contratou jogadores de alto nível, não teve medo de discutir com todos.

Denunciou jogos combinados, foi contra a federação carioca e até a CBF, gritou contra a corrupção e pediu novas regras.

Suas palavras fizeram barulho, mas também mostraram
que o Botafogo finalmente tinha alguém que lutava pelo clube em todos os lugares.

E os resultados vieram imediatamente.

Antes dele, também se falava de Renato Paiva, também português, mas ele nunca chegou.

Curiosidade que muda tudo e ainda aumenta o respeito para com o Botafogo: Artur Jorge é famoso por estudar os adversários como um verdadeiro determinado e "louco" e manter um caderno com todos os detalhes dos treinos, algo que surpreende até os jogadores mais experientes.

E aqui no Mundial de Clubes, o Botafogo desfila seu futebol de qualidade e ao mesmo tempo o time exibe suas joias por campos norte americanos, com classe e estilo:
Matheus Nascimento, Savarino, Luiz Henrique, ponta de 24 anos, Adryelson, o veterano Alex Telles, o zagueiro Cuiabano; os atacantes Igor Jesus e Artur Cabral.E o goleiro John. Dentre outros.

Todos já são, também, considerados entre os melhores do torneio, com desempenho em partidas que deram o que falar entre olheiros e insiders do mundo todo.

A metamorfose do Botafogo é a história mais bonita do futebol mundial atualmente.

E merece ser contada.

É o "talk of the town"(assunto da cidade), como dizem por aqui: a fofoca principal em torno do Mundial de Clubes!

Em pouquíssimo tempo, o clube passou das trevas para a luz.

Tornou-se um exemplo de gestão, de crescimento inteligente dos jovens jogadores da base e de resultados.

Hoje, o Botafogo está entre os favoritos para vencer o Mundial de Clubes, ao lado de gigantes como Palmeiras, Real Madrid, Bayern e Manchester City.

O Botafogo deixou de ser um time secundário: é protagonista, é o orgulho do Brasil e a prova de que, com visão, coragem, estrutura, inteligência comercial, emocional e até intelectual, é possível renascer e conquistar o mundo.

A maior metamorfose do futebol brasileiro nos últimos trinta anos, aquela que todos admiram do Rio a Paris, de Lisboa a Buenos Aires, de Tóquio a Riad, agora veste preto e branco. E se chama Botafogo.

O mundo está começando a entender o que o
"Fogão" realmente é.

Bem mais que a Seleção, hoje o Botafogo representa muito bem o Brasil!

Uma nova potencia, Made in Brazil!

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