A cidade em que nasceu Milton Neves foi fundada em 12 de novembro de 1878, mas seu aniversário é celebrado no dia 30 de novembro.
Localizada no Sul de Minas Gerais, seu povoamento foi baseado a partir da agricultura, beneficiada pela qualidade de suas terras.
Os negros escravos, fugidos de fazendas de cidades próximas, começaram a se estabelecer na área, e o próprio nome se origina da presença dos escravos, pois Muzambinho advém de mocambo ou mocambinho (típica moradia que os escravos fugitivos construíam).
O nome inicial, no entanto, foi São José da Boa Vista, batizada depois como São José da Boa Vista do Cabo Verde. Em 1880 o vilarejo passou à condição de cidade, com o nome de Muzambinho.
O relevo local é conhecido como "mares de morros", pela presença de pequenas e suaves colinas, contrastando com áreas de campos.
O clima é o tropical de altitude, com chuvas típicas de verão e temperaturas amenas. Os invernos, em função do relevo, recebem as frentes frias do sul do país (polar atlântica) provocando frequentes geadas desde maio até o final do inverno.
A cidade, embora próxima à "terra-roxa" de Poços de Caldas, não tem a mesma formação de solo de derrame de lavas vulcânicas (rica em basalto e diabásio principalmente). Aliás, o termo terra-roxa origina-se de "terra-rossa", como os italianos chamavam, pois o significado é terra vermelha (rosso é vermelho em italiano).
O uso constante por décadas, fez o solo inicialmente muito produtivo, ter sua qualidade diminuída, o que obriga os agricultores locais a investimentos consideráveis em tecnologia para torná-lo apto às demandas agrícolas.
ECONOMIA:
É baseada principalmente na agricultura (café), pecuária de corte e leite, artesanato e turismo (graças ao folclore local e ao concorrido Carnaval de rua), a tecelagem e os queijos e doces de leite. O carnaval também promove um grande afluxo de pessoas à cidade do sul mineiro.
CLIQUE AQUI e veja uma matéria especial alusiva aos 138 anos de Muzambinho, publicada no Portal Terceiro Tempo.
Abaixo, vídeo gravado por Celso Miranda em Muzambinho-MG, em 29 de junho de 2014. Na ocasião, Celso fez uma homenagem a Milton Neves, que estava no "Domingo Esportivo" da Rádio Bandeirantes. Veja a reportagem de Celso e a emoção de Milton
ABAIXO, VÍDEO COM FOTOS HISTÓRICAS DE MUZAMBINHO
ABAIXO, VÍDEO DO PROGRAMA "MORAR" DO GNT, PRODUZIDO EM 2015, SOBRE CASAS HISTÓRICAS DE MUZAMBINHO. A NARRAÇÃO É DA ATRIZ FERNANDA TORRES
No dia 6 de novembro de 2016, Milton Neves leu um editorial na Rádio Bandeirantes, relembrando sua infância na escola de Muzambinho, confira:
ABAIXO, VÍDEO ENVIADO POR NILTON PIOLI, COM DIVERSOS MORADORES DE MUZAMBINHO EM UMA FOTO.
BANDEIRA DE MUZAMBINHO
Mensagem de um amigo:
ESTIMADÍSSIMO AMIGO MILTON NEVES
Afetuoso abraço. Sábado, vindo de Juruaia para Poços de Caldas, aproveitei para, com a minha mulher, almoçarmos em Muzambinho, sua terra natal.
Aproveitei a oportunidade e tirei algumas fotos que estou lhe remetendo. Coisa linda! Quanta história nessa praça que, no passado, foi cemitério. Veja, meu caro amigo, as figueiras fantásticas (centenárias), o Grupo Escolar, a Prefeitura, o Monumento, etc.
Vi, até, um marco de 1922. Perguntei a pessoas da cidade e não souberam responder do que se trata. Poderia ser, até, um túmulo do fundador da cidade.
Falaram-me que neste marco está enterrado, também, uma porção de documentos históricos da cidade. Mas fica o registro da minha admiração, meu caro amigo. Abraços do JOSÉ ROBERTO GUEDES DE OLIVEIRA, 62 anos, ensaísta, biógrafo e historiador; 7 livros publicados, e-mail: guedes.idt@terra.com.br
HINO DE MUZAMBINHO Muzambinho querida te saudamos No compasso viril desta canção Viril desta Canção Declaramos amar-te com carinho Por orgulho,dever e emoção. Teu passado de glória está presente, És um marco na História do Brasil. Sempre forte e veraz a tua gente, É um povo de heróis e feitos mil. Teu passado de glória está presente, És um marco na história do Brasil. Os teus filhos na guerra pelejaram, na defesa sem par da integridade: Na memória pra sempree conservaram que é doce viver em liberdade. Teu passado de glória está presente, És um marco na História do Brasil. Sempre forte e veraz a tua gente, É um povo de heróis e feitos mil. Teu passado de glória está presente, És um marco na história do Brasil. Os trabalhadores de teus antepassados Imigrantes, letrados,fazendeiros, No esplendor e na Glória cultivados Têm agora na pátria seus herdeiros. Teu passado de glória está presente, És um marco na História do Brasil. Sempre forte e veraz a tua gente, É um povo de heróis e feitos mil. Teu passado de glória está presente, És um marco na história do Brasil. Os teus filhos em todos os setóres, Deram sempre de si para a cidade, Esta Claro que esses seus labores Deram Frutos, quem colhe é a mocidade. Teu passado de glória está presente, És um marco na História do Brasil. Sempre forte e veraz a tua gente, É um povo de heróis e feitos mil. Teu passado de glória está presente, És um marco na história do Brasil. Deus do Céu, dos confins da imensidade, Fez de ti um farol a iluminar Os caminhos corretos da verdade Que teus filhos pra sempre irão trilhar. Teu passado de glória está presente, És um marco na História do Brasil. Sempre forte e veraz a tua gente, É um povo de heróis e feitos mil. Teu passado de glória está presente, És um marco na história do Brasil. Recebemos o seguinte e-mail em 13 de março de 2010:
ACHEI NOS MEUS ARQUIVOS ESTA FOTO DA CORPORAÇÃO MUSICAL DE MUZAMBINHO, SERÁ QUE TEM ALGUM PARENTE SEU NA FOTO?
GRANDE ABRAÇO DO VALTER SABINO DE PRESIDENTE PRUDENTE
VÊ SE APARECE...
Muzambinho S/A. Por Cláudio Portugal
O Portal Terceiro Tempo recebeu no dia 22 de agosto de 2013 de Cláudio Portugal (cportugal.msci@uol.com.br) o e-mail abaixo: "A partir de 1762, as margens dos córregos ao longo das picadas abertas nas matas, ao norte de São Bartolomeu e ao sul de Jacuí, já eram habitadas por negros quilombolas, bandeirantes paulistas e portugueses que iam de Jacuí a Cabo Verde.
Quando o governador de Minas, Luiz Diogo Lobo da Silva desceu de Jacuí para Cabo Verde, em 1764 passou pelo local denominado Quilombo, justamente na posição onde se encontra hoje Muzambinho. A carta de seu secretário, que o acompanhou na viagem, o inconfidente Cláudio Manoel da Costa, dizia que "passou pelos caminhos antigos, todos cobertos de mato?, o que significa que a região já era habitada antes dessa data. A partir de 1762, portugueses e açoreanos vieram dar origem às principais famílias que hoje habitam a nossa região. Trouxeram consigo a habilidade em tratar a terra, cuidar de criações, a tecelagem artesanal, a fabricação de queijo, a técnica de fabricar o açúcar, a rapadura, o açúcar mascavo, o fumo, o trabalho em couro e madeira, a religião, o folclore e as crendices populares. Raramente os "sul mineiros? que possuem sobrenome portugueses não possui descendência açoriana.
O primeiro núcleo habitacional de que se tem notícia data de 1765, em um mapa organizado por ordem do governador da Capitania de Minas Gerais, Dom Luiz Diogo. Nesse mapa está assinalado o local com o nome de Quilombo. Em outro mapa, de 1767, o referido local também tem o nome de Quilombo com dois outros núcleos com nome de Dumbá e Zumdu. Esses núcleos eram habitados por negros africanos livres e seus descendentes.
Seu topônimo originou-se das palavras africanas "Mocambo? ou "Moçambo? e do seu diminutivo "Mocambinho?, que serviam para designar um tipo de habitação onde se ocultavam os negros escravos foragidos. Que tiveram grande influência na formação do povoado. O significado da palavra Muzambinho tem várias explicações e pode ter vindo do idioma quimbundo, falado pela etnia chokwe ou quiocos em Angola, significando "Adivinhação?; é também o nome de um chocalho, musambu, usado pela etnia em rituais de adivinhação e para espantar os maus espíritos. O nome pode estar ligado a máscaras estilo muzamba, usadas pela mesma etnia. Outra versão é a de que vem da palavra mocambo, também do idioma quimbundo, que significa local onde os negros escravos fugitivos se reuniam (mu+kambo = esconderijo).
Pode vir também da palavra muçamba (instrumento musical, espécie de puíta ou cuíca), muçambé (espécie de planta brasileira) e muçambo (enfeite de metal usado pelas mulheres da etnia lunda, de regiões da atual Angola, para apertar o inferior das tranças dos cabelos).
Existe a hipótese de o nome vir de Moçambique, pois a região do país africano era chamada Muzambih por geógrafos árabes na época medieval. A palavra Muzambih teria o significado de "Sopro de Deus? (Mu=sopro, Zambi=Deus) e é usada em rituais de candomblé como uma saudação. Também pode ser considerado lugar onde se fazem oferendas, segundo alguns seguidores do candomblé.
Pode advir da dança Moçambique, praticada no município no século XX. Também pode vir de Muzambo, lugar sagrado, lugar de prender elebó*, no candomblé. O nome Muzambo ainda existe até hoje no norte de Angola, na região Uige.
A fundação do povoado registrou-se antes de 1852 com o segundo nome de São José da Boa Vista, sendo Pedro de Alcântara Magalhães considerado um dos pioneiros da fundação. A região foi habitada primeiramente por escravos africanos fugitivos em pequenos núcleos (quilombos). As terras foram doadas por Maria Benedita Vieira, Ingrácia Destarte, José Braga e João Vieira Homem. Subiu à categoria de distrito pela Lei 1095, em 08 de outubro de 1860. Em 2 de janeiro de 1866 passou a ser paróquia. Sua ascensão à Vila deu-se pela Lei 2500 de 12/11/1878, formando um termo com as freguesias de Dores de Guaxupé, hoje Guaxupé; e Santa Bárbara das Canoas, hoje Guaranésia.
Finalmente, em 30/11/1880, atingiu a condição de cidade e, ao mesmo tempo, de comarca, com o nome de Mozambinho, de cujo território se desmembraria também os municípios de Monte Belo e Juruaia.
Com o decorrer do tempo, o nome passou a atual grafia com "U?. Em relatórios do governo da província no século XIX, o local é grafado como Mosambinho ou Mossambinho.
A história de Muzambinho está ligada à luta pela liberdade dos africanos, à procura de ouro pelos mineiros e à conquista do sertão pelos bandeirantes paulistas que se dirigiam a Goiás.
Na região houve grande incidência de escravos que, fugindo das fazendas, ali se escondiam principalmente onde hoje se encontra o bairro Brejo Alegre. Os escravos, em sua maioria, eram bantos de Angola ou provenientes de várias etnias de Moçambique. Pela atuação dos abolicionistas de Muzambinho, principalmente Américo Luz, grande parte dos escravos da comarca foi alforriada no dia 12 de maio de 1881, antecipando o ato da Princesa Isabel que assinaria a Lei Áurea em 13 de Maio de 1888.
A população muzambinhense é formada por descendentes de índios, africanos, portugueses, italianos, sírios, libaneses, espanhóis e alguns suecos. Há principalmente na zona rural, pessoas com fortes traços indígenas, os caboclos. Os portugueses vieram em sua maioria dos Açores.
O forte da economia do município advém principalmente do setor de serviços, da agricultura e pecuária, tendo algumas indústrias de pequeno porte e casas comerciais que atendem as outras cidades da região.
Muzambinho ocupa uma área de 414 Km2, é um município localizado na mesa-região do sudoeste mineiro e micro-região da baixa mogiana. Limita-se com os municípios de Juruaia, Cabo Verde, Monte Belo, Guaxupé e Caconde, este último no estado de São Paulo.
A História de Muzambinho sempre esteve ligada a fatos relacionados com a História Nacional: a formação do quilombo anterior a 1765, o movimento abolicionista liderado por Américo Luz, a luta de seus líderes políticos para a vinda da estrada de ferro para a cidade, a criação do Lyceu Municipal em 1901, através do qual mereceu o título de "Atenas Sul Mineira?, cuidando da educação de jovens de todo o país, que posteriormente figurariam em importantes setores da vida pública nacional, principalmente na política, destacando-se os nomes de Américo Luz, Licurgo Leite Filho como Deputado Federal, Dr. João Marques de Vasconcelos, como Deputado Estadual e vice-governador de Minas Gerais e Marco Regis de Almeida Lima, como Deputado Estadual por dois mandatos além de nomes ilustres como José Antonio de Araújo, João Batista Beneti, Milton Neves, Prof. José Mariano e outros.
Muzambinho sofreu as conseqüências das revoluções de 1930 e 1932, quando a cidade foi ocupada por tropas paulistas, sendo então palco de confrontas armados. Segundo Otto Lara Rezende: "Dutra liderou os mineiros a partir de Muzambinho, empurrando os paulistas para o túnel.
Em 1937, com a implantação do Estado Novo, e dissolução de todos os partidos existentes no país, que manteve Getúlio Vargas no poder até 1945, novamente Muzambinho vai sentir de perto as conseqüências de sua importância na vida política nacional. Com a implantação do Estado Novo, o prefeito Dr. José Januário Magalhães ficou no governo até 1945 e o diretor do Liceu Municipal, Prof. Salatiel de Almeida, foi afastado sendo substituído pelo Prof. Saint Clair, que acabou sendo assassinado pelo professor de matemática por questões políticas. Esse fato levou ao fechamento do colégio e sua ocupação pelo Décimo Batalhão dos Caçadores Mineiros, em 1938.
Com o fim da ditadura em 1945, reiniciou o movimento político na cidade e o próximo prefeito eleito é o Sr. Messias Gomes de Melo, da UDN.
Em 1953 é inaugurada a Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, com presença de autoridades estaduais, como o governador do Estado de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, Gustavo Capanema e o Presidente Getúlio Vargas de volta ao poder.
Abaixo, veja o clipe documental com registros de imagens de Muzambinho, Minas Gerais, feitas por Rogério de Oliveira Conceição, em 1989, e imagens cedidas pelo Museu de História de Muzambinho, para a produção do documentário "A História Sem Terno e Sem Gravata".
Composição: Tuca Oliveira
Piano: Willian Mulia
Produção Musical: Norte Estúdios Produtora
Produtor Musical: Fabrício Lino
Música criada e gravada durante a produção do documentário!