Mexicano

Ex-zagueiro do Palmeiras
No tempo em que existia amor (por Fernanda Factory, filha de Mexicano)
 
Um menino raquítico, nascido em São Paulo no dia 12 de agosto de 1935, sem muito talento, nascido em berço de ouro em Osasco, só jogava porque era o dono da bola. Dionizio Viel deixava o famoso restaurante de seu pai, seu Vitório, só para bater bola. Vivia levando bronca da mãe, dona Amélia, mas nem ligava. Ele morreu em 27 de agosto de 2017, aos 82 anos, vítima de uma parada cardíaca. Ele sofria do Mal de Alzheimer. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal do Bela Vista, em Osasco.
 
Sua paixão, desde então, era o Palmeiras.Ele sabia que nunca seria um craque, mas, com sua força de vontade, tinha a certeza de que vestiria a camisa do seu Verdão e a honraria com a sua raça.
 
Jogou nas categorias de base de seu time de coração e, em 58, se profissionalizou. Logo recebeu o apelido de Mexicano, o nome de um lateral que jogou no Palmeiras e era, digamos, tão raçudo quanto Dionizio.
 
Alguns até diriam violento, mas o amor à camisa descontrolava mesmo o zagueiro, que chegou a abrir o supercilio oito vezes, em apenas um campeonato.
 
O primeiro bicho que levou após ganhar um jogo, guarda até hoje na carteira como relíquia: cinco notas de 20 mil Cruzeiros.
Vestiu, também, a camisa do Taubaté por oito anos. E por lá, fez o maior sucesso, quando o time era de Primeira Divisão do Campeonato Paulista.
 
Capitão, sempre honrou a camisa que vestiu. Encerrou a carreira no Irmãos Romanos, equipe do ABC.
 
Como um bom palmeirense, não é fã do Corinthians, nem do São Paulo. A rivalidade é mesmo o que move paixão. O riso quando seu time ganha, o choro quando perde, o coração - já safenado - mais acelerado simplesmente por seu Palmeiras estar em campo é hoje a sua realidade.
 
O dia mais esperado do ano é quando é homenageado, no tradicional "Jantar dos Veteranos" do Palmeiras. Aplaudido e distribuindo autógrafos, vive seu dia de glória.
 
Mexicano não ganhou dinheiro com o futebol. Quando deixou o esporte, teve uma rede de lanchonetes. E logo se aposentou. Hoje, ele tem a pintura como hobbie e vive no Parque Continental, na zona oeste da capital paulista, com a mulher Mirna, e as filhas Ana Paula e Fernanda.
 
A verdade é que, até hoje, nada como uma vitória do Palmeiras para lhe colocar um sorriso no rosto e fazer seu coração bater mais feliz.

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Pelo Palmeiras:

Atuou em 75 jogos, sendo 37 vitórias, 15 empates e 23 derrotas. Marcou um gol.
Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

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