Nascido em Recife, no dia 17 de setembro de 1908, Mário Rodrigues Filho, mais conhecido como Mário Filho, foi um importante jornalista e escritor brasileiro, um dos principais responsáveis pela criação da música do Fla-Flu e pelo primeiro jornal dedicado inteiramente ao futebol, O Mundo Esportivo. Irmão do também escritor Nelson Rodrigues, Mário faleceu aos 58 anos, após sofrer um ataque cardíaco, no dia 17 de setembro de 1966, no Rio de Janeiro.
Veio para o Rio de Janeiro com 8 anos, em 1916 e nunca mais saiu. Jornalista esportivo e irmão do tricolor Nelson Rodrigues, o jornalista Mário Rodrigues Filho iniciou a carreira jornalística ao lado do pai, Mário Rodrigues, então proprietário do jornal A Manhã, em 1926, como repórter esportivo, um ramo do jornalismo ainda inexplorado.
Entusiasta do futebol, Mário Filho dedica páginas inteiras à cobertura das partidas dos times cariocas. Em Crítica, segundo jornal de propriedade de seu pai, Mário revolucionou o modo como a imprensa mostrava os jogadores e descrevia as partidas, adotando uma abordagem mais direta e livre de rcomplicações, inspirado no linguajar dos torcedores. Vem desta época a popularização do "Fla-Flu", expressão que muitos julgam ter sido criada pelo próprio Mário.
Após a morte de seu pai e o fim de Crítica (que dirigiu por poucos meses), Mário fundou aquele que é considerado o primeiro jornal inteiramente dedicado ao esporte do Brasil, O Mundo Esportivo, de curta existência. No mesmo ano (1931) passa a a trabalhar no jornal O Globo, ao lado de Roberto Marinho, seu companheiro em partidas de sinuca. Leva para o jornal o mesmo estilo inaugurado em Crítica e ajuda a tornar o futebol -- então uma atividade da elite -- um esporte de massas. Em 1932, o Mundo Sportivo organiza o Concurso de Escolas de samba.
Em 1936 compra de Roberto Marinho o Jornal dos Sports Lá, Mário criou os Jogos da Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que cresceu e se tornou o atual Campeonato Brasileiro. Os outros esportes, como as regatas e o turfe, também mereciam de Mário uma cobertura apaixonada.
No final dos anos 40, Mário lutou pela imprensa contra o então vereador Carlos Lacerda, que desejava a construção de um estádio municipal em Jacarepaguá, para a realização da Copa do Mundo de 1950. Mário conseguiu convencer a opinião pública carioca de que o melhor lugar para o novo estádio seria no terreno do antigo Derby Club, no bairro do Maracanã, e que o estádio deveria ser o maior do mundo, com capacidade para mais de 150 mil espectadores.
Nélson Rodrigues, irmão de Mário Filho, homenageou-o com o jargão "o criador de multidões", pela sua importância na popularização do futebol no Rio de Janeiro e no Brasil.
Consagrado como o maior jornalista esportivo de todos os tempos, Mário faleceu de um ataque cardíaco, aos 58 anos. Em sua homenagem, o antigo Estádio Municipal do Maracanã ganhou o nome de Estádio Jornalista Mário Filho.
Sua esposa Célia, que o acompanhou desde seus 18 anos, suicidou-se, após a morte do amado marido.
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Nesta publicação, o escritor Ivan Cavalcanti Proença define, em poucas palavras, a importância de Mário Filho para a história da crônica esportiva do Brasil
Mário Filho retrata o ex-atleta Dida, na revista Manchete Esportiva, em homenagem ao tricampeonato carioca do Flamengo, conquistado em 1955
Na charge, o Rei do Futebol aparece com uma bola de cristal
Mário Filho recebe homenagem no Rio de Janeiro. Titulado como O Criador das Multidões, o evento conta a história de um dos principais escritores da história do Brasil
Mário Filho, a direita, ao lado do irmão Nelson Rodrigues, dois grandes ícones da história do Brasil
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Mário Filho em foto da Revista Manchete Esportiva, 32, de 1956
Coluna de Mário Filho na revista Manchete Esportiva, de fevereiro de 1957. Imagem: reprodução da revista Manchete Esportiva
Coluna de Mário Filho na revista Manchete Esportiva, de outubro de 1957. Imagem: reprodução da revista Manchete Esportiva