Dan Wheldon

Ex-piloto de Fórmula Indy
por Marcos Júnior
 
O piloto inglês Dan Wheldon faleceu aos 33 anos, no dia 16 de outubro de 2011, em decorrência de um gravíssimo acidente na última etapa do Mundial da Fórmula Indy, disputada no oval de Las Vegas.
 
Daniel Clive Wheldon nasceu na cidade inglesa de Emberton, no dia 22 de junho de 1978 e estreou na Indy em 2002, após ter conquistado o vice-campeonato da Fórmula Atlantic, nos Estados Unidos.
 
A primeira vitória aconteceu em 2004, em Homestead (Miami), ano em que terminou a temporada na segunda colocação, correndo pela equipe Andretti Green.
 
Em 2005, ainda pela Andretti Green, Wheldon conquistou a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, terminando o ano como campeão, com 618 pontos.
 
Wheldon voltou a vencer as 500 Milhas de Indianápolis em 2011, no surpreendente final, em que o líder JR Hildebrand bateu na última curva.
 
No total, o inglês participou de 128 corridas na Indy, acumulando 16 vtórias e cinco poles.
 
Ele deixou esposa (Susie) e dois filhos: Sebastian de dois anos e Oliver, com sete meses no dia de sua morte.

ABAIXO, CRÔNICA ESCRITA PELO JORNALISTA FLAVIO GOMES, PUBLICADA EM SEU BLOG, EM 25 DE AGOSTO DE 2015, UM TEXTO QUE SE COADUNA PERFEITAMENTE A TODOS OS PILOTOS QUE MORRERAM EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTES NAS PISTAS

CARTA À MORTE

Dona Morte,

Não te regozijes. No fundo, és uma incompetente, fracassada. Espreita-nos há mais de um século, vestindo este costume ridículo e carregando uma foice burlesca.

A cada volta, tens ganas de nos levar contigo e crês que lograrás sucesso. Esconde-te após as curvas, coloca-te diante de nós nas retas, não nos importamos; passamos por ti como se não existisses, rimos na tua cara, rimos da tua cara. O tempo todo.

Dona Morte, és uma figura parva, tola, quase nula, despida de mínima aptidão para nos tocar.

Às vezes consegues, admitimos. Mas conta: quantos somos? Quantos fomos? Milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, milhões, talvez.

E quantos de nós levaste graças à tua perfídia, à tua existência vulgar e desprezível? Poucos, Dona Morte. Pouquíssimos.

Por isso, não te regozijes por ter arrastado mais um de nós. Saberemos, como sempre fizemos, gargalhar de tua efígie chula na próxima curva, na próxima reta, mesmo sabendo que estarás por perto, e por ti passaremos velozes e indiferentes à tua ceifadeira inútil e picaresca. Desafiamos-te a todo instante, ignorando tua infeliz presença, ainda que penses que inspiras em nós algum temor.

Não nos inquietamos diante de tua inglória missão, antes desprezamo-la, e isso se nota quando, à tua expectativa, aceleramos mais e mais, de modo que, quando nos aproximamos de tua estampa lúgubre, tão rápido estamos que não tens a destreza necessária para interromper-nos, e ficas a brandir teu instrumento no vazio, como se fosses um fantoche apalermado, enquanto seguimos zombando de ti.

Para cada um de nós que, apesar de tua imperícia, carregas ao acaso, uma centena nascerá para troçar de tua inépcia.

Não temos medo de ti. E se morremos, é porque assim decidimos viver.

Subscrevemo-nos,

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