Nascido em 17 de julho de 1944, Carlos Alberto Torres, o capitão do Tri, morreu aos 72 anos, em 25 de outubro de 2016, vítima de um infarto. Ele estava em sua casa, no Rio de Janeiro. Ele chegou a ser levado para o Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas ele já havia entrado em óbito.
Foi um dos maiores laterais direitos da história do futebol brasileiro, caracterizado pela personalidade, elegância e técnica em campo. Revelado pelo Fluminense, foi campeão carioca em 1964, com 20 anos.
Considerado o maior jogador que já usou a braçadeira de capitão da Seleção Brasileira, todas suas qualidades puderam ser confirmadas na única Copa que disputou, a do México, em 1970.
No duríssimo jogo contra a Inglaterra, Carlos Alberto abandonou a posição só para dar uma entrada forte no ponta inglês Francis Lee, que tinha chutado o rosto de Félix. Depois do lance, Lee sumiu do jogo.
Episódios como esse fizeram com que fosse chamado de o grande capitão. Carlos Alberto também foi o autor do último gol da campanha brasileira após maravilhoso passe de Pelé, fechando os 4 a 1 contra a Itália na final, para logo depois ter a honra de levantar a Taça Jules Rimet conquistada em definitivo.
Voltou ao Fluminense para ser novamente campeão carioca em 1976. Foi também campeão paulista (1965/67/68/69 e 73) pelo Santos e Norte-Americano pelo Cosmos. Atuou também pelo Botafogo, em 1971, e pelo Flamengo, em 1977.
Encerrou a carreira como jogador em 1982 nos EUA, jogando pelo time do Cosmos. Como técnico, liderou o Fluminense na conquista do Campeonato Carioca de 1984 e ganhou o Brasileiro de 83 pelo Flamengo. Entre novembro e dezembro de 2014 ocupou o cargo de Ministro do Esporte do Botafogo, deixando a função alegando motivos particulares.
Seu filho, Alexandre Torres, também foi jogador profissional, com passagens por Fluminense ,Vasco e Nagoya Grampus (Japão).
No dia 25 de outubro de 2016, poucos minutos após a confirmação da morte de Carlos Alberto Torres, o jornalista Milton Neves fez um depoimento emocionante na Rádio Band News FM. Confira no player abaixo:
Copa de 66
Carlos Alberto Torres foi um dos 47 jogadores convocados, pelo técnico Vicente Feola, para o período de treinamento que visava conquistar a Copa da Inglaterra e, consequentemente, o tricampeonato mundial de futebol. Infelizmente deu tudo errado.
Os 47 jogadores convocados, devido a forte pressão dos dirigentes dos clubes, para o período de treinamento em Serra Negra-SP e Caxambu-MG como preparação para a Copa de 66, na Inglaterra, foram: Fábio - São Paulo, Gylmar - Santos, Manga - Botafogo, Ubirajara Mota - Bangu e Valdir - Palmeiras (goleiros); Carlos Alberto Torres - Santos, Djalma Santos - Palmeiras, Fidélis - Bangu, Murilo - Flamengo, Édson Cegonha - Corinthians, Paulo Henrique - Flamengo e Rildo - Botafogo (laterais); Altair - Fluminense, Bellini - São Paulo, Brito - Vasco, Ditão - Flamengo, Djalma Dias - Palmeiras, Fontana - Vasco, Leônidas - América/RJ, Orlando Peçanha - Santos e Roberto Dias - São Paulo (zagueiros); Denílson - Fluminense, Dino Sani - Corinthians, Dudu - Palmeiras, Edu - Santos, Fefeu - São Paulo, Gérson - Botafogo, Lima - Santos, Oldair - Vasco e Zito - Santos (apoiadores); Alcindo - Grêmio, Amarildo - Milan, Célio - Vasco, Flávio - Corinthians, Garrincha - Corinthians, Ivair - Portuguesa de Desportos, Jair da Costa - Inter de Milão, Jairzinho - Botafogo, Nado-Náutico, Parada - Botafogo, Paraná - São Paulo, Paulo Borges - Bangu, Pelé - Santos, Servílio - Palmeiras, Rinaldo - Palmeiras, Silva - Flamengo e Tostão - Cruzeiro (atacantes).
Dos 47 convocados por Vicente Feola, para esse infeliz período de treinamentos, acabaram viajando para a Inglaterra os seguintes 22 "sobreviventes": Gilmar e Manga (goleiros); Djalma Santos, Fidélis, Paulo Henrique e Rildo (laterais); Bellini, Altair, Brito e Orlando Peçanha (zagueiros); Denílson, Lima, Gérson e Zito (apoiadores); Garrincha, Edu, Alcindo, Pelé, Jairzinho, Silva, Tostão e Paraná (atacantes).
Seleção Brasileira B
No dia 21 de novembro de 1965 a seleção "A" do Brasil, com Pelé, dirigida por Vicente Feola, empatou em 2 a 2 com a União Soviética, à tarde, no Maracanã.
O Brasil "A" jogou com Manga (Botafogo-RJ), Djalma Santos (Palmeiras-SP), Bellini (São Paulo-SP) depois Mauro Ramos (Santos-SP), Orlando Peçanha (Santos-SP) e Rildo (Botafogo-RJ); Dudu (Palmeiras-SP) depois Roberto Dias (São Paulo-SP) e Gérson (Botafogo-RJ); Jairzinho (Botafogo-RJ), Flávio (Corinthians-SP) depois Ademar Pantera (Palmeiras-SP); Pelé(Santos-SP) e Paraná (São Paulo-SP).
Os mais de 113 mil pagantes viram no estádio Mário Filho, o Maracanã, os gols de Gérson e Pelé para o Brasil, e os gols de Banichevski e Slava Metreveli para a União Soviética. O último gol foi o célebre episódio em que o goleiro Manga, em pleno Maracanã, bateu o tiro de meta na nuca do jogador soviético (Slava Metreveli). A bola voltou em direção à meta de Manga e só parou no fundo do gol.
À noite, no estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em São Paulo, o time que você está vendo abaixo (Brasil "B") foi dirigido por Aymoré Moreira (da Portuguesa) e Luis Alonso Peres (o Lula do Santos), ambos já falecidos.
Os 25 mil pagantes presentes no Pacaembu, viram o o árbitro Eunápio de Queirós apontar oito vezes para o centro do campo: Brasil 5x3 Hungria. Os gols do Brasil "B" foram marcados por Servílio (2 vezes), Lima, Abel e Nair. A Hungria descontou com Ferenc Bene, Ernö Solymosi e Florian Albert.
Ainda sobre Carlos Alberto Torres, leia abaixo a história de Milton Neves na coluna "Causos do Miltão", da Revista Placar em dezembro de 2012:
Nicolau Moran Villar (1913-1968), célebre diretor de futebol do Santos (morreu em Santiago durante um Octogonal do Chile), participou de programa de TV no Rio, um dia antes do clássico Flu x Santos, no Maracanã, ali por 1963 ou 1964. Também presente, o presidente do Flu foi de cara irritando e desafiando Nicolau Moran que então, de imediato, pediu ao apresentador que deixasse o cartola Tricolor comparar jogador por jogador, posição por posição. Dito e feito! Como o presidente do Flu ("nas Laranjeiras optamos por garotos e não por veteranos superados?) foi logo escolhendo Jorge Vitório a Gylmar, Valdez a Mauro, Íris a Zito, Darí a Calvet, Nonô a Lima, Luis Henrique a Mengálvio e Edinho a Dorval, Nicolau Moran, nervoso, interrompeu e desafiou: "Ó, passemos logo para a meia-esquerda, quem sabe assim o Santos ganha pelo menos nessa posição?! Ao que o presidente do Flu respondeu: "Olha, o Pelé até que não é ruim, mas o Joaquinzinho tá numa faaaaseeeeee...? No outro dia, é claro, o Santos goleou o Fluminense e o jogo pelo menos serviu para Nicolau Moran Villar levar o lateral-lenda Carlos Alberto Torres para a Vila, trocado por Ismael e mais uma graninha, em negócio da China.
VÍDEO EMOCIONANTE
Em 1973, na visita que fizeram ao Egito, para o amistoso diante do Ah-Ahly (o Peixe venceu por 5 a 0), os craques santistas deram uma pausa nos treinamentos e conheceram a Planície de Gizé, nos arredores do Cairo.
Abaixo, veja o emocionante vídeo garimpado pelo historiador Wesley Miranda, que mostra Willians de Jesus, Cláudio Mauriz, Carlos AlbertoTorres, Brecha, Eusébio, Emerson Marçal, Pitico, Marinho Peres, Hermes, o empresário Carlos Sexton, Sérgio Orefice (diretor santista), seu filho Silvio Luiz Orefice, o roupeiro Sabu e o Dr. Daló Salerno se divertindo em um dos principais cartões postais do país:
Acompanhe abaixo momentos da campanha do Santos FC no título do Robertão de 1968, num trabalho feito por Wesley Miranda, da ASSOPHIS (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC).
ABAIXO, EM 1988, CARLOS ALBERTO TORRES FOI O ENTREVISTADO DO PROGRAMA "RODA VIVA", DA TV CULTURA-SP
ABAIXO, EM 1986, CARLOS ALBERTO TORRES AO LADO DE SUA ENTÃO ESPOSA, A ATRIZ TEREZINHA SODRÉ, NO COMERCIAL DE YAKULT
ABAIXO, GOL DE CARLOS ALBERTO TORRES CONTRA A ITÁLIA NA FINAL DA COPA DE 1970. FOI O QUARTO GOL BRASILEIRONA GOLEADA POR 4 A 1, UM ARREMATE CRUZADO, CERTEIRO, APÓS RECEBER PASSE AÇUCARADO DE PELÉ