por Marcos Júnior Micheletti
Alfredo dos Santos, o Alfredo II, foi jogador do Vasco, aliás, um dos mais apaixonados cruzmaltinos de todos os tempos, morreu aos 77 anos, em 23 de outubro de 1997. Tornou-se Alfredo II pois quando chegou ao Vasco já havia outro jogador chamado Alfredo.
Polivalente que atuava como lateral, meia e até atacante, Alfredo nasceu em 1º de janeiro de 1920 no Rio de Janeiro, e defendeu o clube de São Januário entre 1937 e 1948, ano em que acabou dispensado e fez alguns amistosos pelo Flamengo, que em seguida ofereceu-lhe um contrato.
Porém, na hora de assinar o compromisso com o Rubro-negro, chorou copiosamente, chegando a molhar o papel sobre a mesa na sala da presidência do Flamengo, e acabou por não aceitar a proposta do clube da Gávea, tamanho o seu amor pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.
Depois de 15 dias estava de volta ao Vasco, onde permaneceu entre 1950 e 1956. Depois de encerrar sua carreira, chegou a trabalhar no próprio Vasco.
Disputou a Copa de 1950, no Brasil, tendo participado da partida contra a Suíça (28/06/1950) no Pacaembu, jogo que terminou empatado em 2 a 2. Alfredo II marcou o primeiro gol da partida, logo aos 3 minutos da primeira etapa.
Em 23 de outubro de 2017, o UOL publicou uma matéria sobre Alfredo II, assinada pelo jornalista Brunno Carvalho, que segue abaixo, na íntegra
Ídolo do Vasco jogou em quase todas as posições e rejeitou Fla aos prantos
Alfredo II era muito vascaíno. A ponto de recusar assinar um contrato com o Flamengo por amor ao clube cruz-maltino. A decisão do polivalente jogador fez com que permanecesse no time do coração durante toda a carreira e o levasse para a Copa do Mundo de 1950.
A recusa ao Flamengo é retratada no livro "Contos da Colina: 11 ídolos do Vasco e sua imensa torcida bem feliz", de Luis Maffei, Nei Lopes e Maurício Murad. No relato, Alfredo teria chorado ao se aproximar do contrato com o time rubro-negro, uma clara demonstração de seu amor pelo Vasco.
"A questão do choro é aquilo: fica para o folclore do futebol. Comprovar que ele realmente chorou é complicado. Mas ele de fato recusou. Flamengo fez a pressão para poder tirá-lo do Vasco e ele acabou recusando. E acabou jogando toda sua carreira pelo time do coração", explica Walmer Peres, historiador do Centro de Memória do Vasco.
Com choro ou sem choro, o certo é o motivo da recusa ao Flamengo, em 1949: o amor pelo Vasco. Em seus 19 anos de carreira, a única camisa que Alfredo II vestiu diferente foi a da seleção brasileira.
Seu retorno ao Vasco em 1949 serviu de passaporte para a participação na Copa do Mundo de 1950. Em um elenco recheado de craques da época, Alfredo II atuou em apenas uma partida: empate em 2 a 2 com a Suíça, no Pacaembu. O polivalente jogador do Vasco precisou de apenas três minutos para abrir o placar para o Brasil.
Apesar do amor pela camisa do Vasco, Alfredo II não chega a figurar no rol de grandes ídolos do clube. Presente no vitorioso "Expresso da Vitória", que entre 1942 e 1952 conquistou 11 taças, era considerado uma espécie de 12º jogador de um elenco recheado de craques.
Walmer Peres explica que o polivalente jogador pode ser considerado um "ídolo temporal", aqueles que conquistam a torcida, mas nem sempre ficam marcados por toda a história.
"Não sei se Alfredo II chega a esse patamar, mas ele foi um ídolo do Vasco naquele período. A concorrência era complicada. Ele poderia ser um dos ídolos, mas tinha muita gente à frente dele. Mas foi um craque daquele período, teve uma certa idolatria".
Carioca, Alfredo II chegou aos amadores do Vasco em 1937. O "II" vem de "segundo", justamente pelo fato de já ter um Alfredo no clube. No Vasco, jogou em quase todas as posições do campo, faltando apenas o gol, a zaga e a ponta-esquerda a serem preenchidas por ele.
Sua carreira profissional chegou ao final em 1956. Após pendurar as chuteiras, chegou a trabalhar no próprio Vasco. Alfredo II morreu em 23 de outubro de 1997, há exatos 20 anos. Recentemente, a torcida cruz-maltina exibiu uma bandeira em sua homenagem.
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