Atacante que foi o maior goleador da Europa três vezes foi contratado pelo Verdão em 2004.

Atacante que foi o maior goleador da Europa três vezes foi contratado pelo Verdão em 2004.

Uma das grandes rivalidades do futebol brasileiro nos anos 90 foi formada por Palmeiras e Grêmio. Paulistas e gaúchos protagonizaram duelos históricos pela Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores. E um dos protagonistas desses confrontos, pelo lado gremista, foi Mario Jardel.

Histórico atacante com uma capacidade imensa de fazer gols de cabeça, Jardel marcou época no Tricolor Gaúcho, onde foi campeão da Libertadores de 1995 e mais tarde brilhou na Europa, onde foi ídolo com a camisa de Porto e Sporting, em Portugal. O que pouca gente lembra, no entanto, é que o centroavante esteve (por poucos dias) do outro lado dessa rivalidade que dividiu gremistas e palmeirenses.

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No dia 30 de abril de 2004, uma sexta-feira, após longa e arrastada negociação, o Palmeiras anunciou a contratação de Jardel. Naquele momento, o centroavante estava longe de viver seus dias de ouro em Portugal, ou até mesmo o bom momento que teve na Turquia, defendendo o Galatasaray. Jardel pertencia ao Bolton Wanderes, da Inglaterra, mas estava emprestado ao Ancona, da Itália. A contratação, segundo a imprensa da época, era um pedido do então treinador palmeirense Jair Picerni, que esperava contar com um jogador de área.

A chegada do atacante ao Parque Antárctica foi conturbada, já que o jogador assinou com o Verdão enquanto tentava a rescisão com os italianos junto a Fifa, por conta de salários atrasados. O contrato de Jardel assinado com o Verdão era de empréstimo por menos de quatro meses. Caso agradasse, o camisa 9 teria vínculo renovado. Os salários do jogador, segundo a imprensa da época, seriam de R$ 63 mil.

Jardel desembarcou no Palmeiras fora de forma e com um problemão para resolver com o Ancona, que se recusava a rescindir seu contrato. A expectativa era de que o experiente goleador se tornaria o  substituto de Vagner Love, vendido no meio de maio de 2004 para o CSKA. Mas a contratação se tornou um fiasco.

O cenário do Palmeiras naquele momento estava longe de ser dos  melhores. O time havia acabado de retornar à primeira divisão do Brasileiro depois de disputar a Série B em 2003, e tentava se estruturar na elite com recursos próprios, já que a parceria com a Parmalat já havia acabado há algum tempo. Picerni, que comandou o time na segunda divisão, iniciou a temporada 2004, mas acabou demitido no dia 21 de maio, após eliminação na Copa do Brasil para o Santo André. Quem assumiu a equipe foi Estavam Soares.

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Enquanto isso, Jardel trabalhava duro na Academia de Futebol para entrar em forma, aguardando que seu advogado conseguisse e liberação para ser inscrito pelo Verdão. Mas um acordo nunca se concretizou e a história do atacante no Verdão começava a se encerrar antes mesmo de ter um início.

Manchete do jornal Folha de São Paulo no dia 21 de junho de 2004 informava: "Jardel pode ser dispensado do Palmeiras". A matéria informava que a direção palmeirense e o técnico Estavam Soares fariam reunião para discutir o futuro do atacante, que estava afastado dos treinamentos após pedir dispensa para acompanhar o enterro de sua avó.

Dois dias depois, a Folha voltou a publicar sobre a novela: "Sumiço de Jardel causa insatisfação no Palmeiras", dizia a manchete de matéria que a ausência de Jardel nos treinamentos depois do período de dispensa. E nos dias seguintes, o clube do Parque Antárctica decidiu colocar um ponto final nessa história, anunciado menos de dois meses após a contratação, a dispensa do jogador, que sequer chegou a entrar em campo.

Fora do Verdão, Jardel só voltou a entrar em campo em 2005, quando defendeu o Newellss Old Boys, da Argentina, por pouquíssimo tempo. O centroavante passou ainda por Alavés, da Espanha, Goiás, Beira-Mar, de Portugal, rodou por outros pequenos clubes até que encerrou sua carreira em 2011, defendendo o Rio Negro, do Amazonas. 

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Sem o camisa 9 de peso, o Verdão terminou o Brasileirão de 2004 numa honrosa quarta posição, com 79 pontos. Com a frustrada negociação com Jardel e a saída de Vagner Love, quem assumiu a camisa 9 alviverde foi Osmar, que tinha como reservas Kahe e Renaldo. 

 

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