Ademir da Guia completa 72 anos

Ademir da Guia completa 72 anos


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Ademir da Guia em ação pelo Palmeiras

Se o Natal do futebol é no dia 23 de outubro, data de aniversário do Pelé, o dia 3 de abril pode ser chamado de Páscoa da bola, já que é a data de nascimento de Ademir da Guia. Nesta quinta-feira, o Divino completa 72 anos de muitos títulos pelo Palmeiras.

Filho de Domingos da Guia, ele não herdou apenas o apelido do pai. Ambos deram o pontapé inicial de suas carreiras profissionais no Bangu. Os dois não ficaram muito tempo no time carioca e logo foram brilhar em outros times maiores.

Em 1962, quando chegou ao Palmeiras, ninguém esperava que ele liderasse um time que seria capaz de parar o Santos de Pelé. Sim, se não fosse a famosa Academia de Futebol, o Peixe teria ganhado 11 Campeonatos Paulistas seguidos.

A dupla formada por Dudu e Ademir é lembrada com saudades até hoje pelos palmeirenses. Juntos, ajudaram o Verdão a ganhar mais de uma dezena de títulos. O Divino, que foi o melhor camisa 10 da história do Palmeiras, é o recordista de jogos pelo clube com 901 e ainda é o terceiro maior artilheiro do time com 153 gols.

Com tanto brilho, era natural esperar que Ademir também brilhasse na Seleção Brasileira. Entretanto, essa foi a maior frustração do craque. Ele participou apenas de uma Copa do Mundo, em 1974, na Alemanha. O meia disputou apenas um jogo no Mundial, a disputa de terceiro lugar contra a Polônia.

Ademir com mais uma faixa de campeão

Mesmo assim, ele não deixa de ser um dos gênios do futebol. Confira frases sobre Ademir da Guia:

"Aqui, o técnico tem toda a liberdade, menos a de ser louco. E querer substituir Ademir é loucura", disse Ferruccio Sandoli, depois do técnico Aymoré Moreira pedir a contratação de outro meia para substituir o Divino.

"O futebol nos ofereceu em sua trajetória um grande bailarino, Ademir da Guia, a colocação impecável, a fronte eternamente erguida, a calma irritante, o passe perfeito, a simplicidade dos gestos, o alcance dos passos, a lentidão veloz e o raciocínio implacável ficaram definitivamente em nossa memória. Ademir representou o vértice da serenidade e competência. Passeava pelos gramados como um cisne, encantando a todos. Infelizmente, esse arsenal de qualidades nunca foi usado pela seleção brasileira, que, através de seus representantes, não atendia o clamor popular pela sua convocação, sempre excluíndo-o. A cada convocação, todos esperávamos ansiosos e nos perguntávamos se ele seria parte da lista. Injustiça! É uma honra escrever o prefácio de sua história!", escreveu Sócrates, ídolo do Corinthians, no prefácio do livro de Kléber Mazziero de Souza, sobre a vida de Ademir da Guia.

"Ademir impõe com seu jogo o ritmo do chumbo (e o peso), da lesma, da câmera lenta, do homem dentro do pesadelo. Ritmo líquido se infiltrando no adversário, grosso, de dentro, impondo-lhe o que ele deseja, mandando nele, apodrecendo-o. Ritmo morno, de andar na areia, de água doente de alagados, entorpecendo e então atando o mais inquieto adversário", disse João Cabral de Melo Neto.

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