Walter Clark

Executivo de televisão
por Marcos Júnior
Walter Clark Bueno, ou somente Walter Clark, morreu em seu apartamento no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1997, aos 60 anos, vítima de insuficiência cardíaca e respiratória.
Clark, que sofria de hipertensão arterial, nasceu em São Paulo, no dia 14 de julho de 1936, mas mudou-se aos seis anos de idade para a capital carioca, onde começou a trabalhar aos 16 anos de idade, na Rádio Tamoio, de propriedade de Assis Chateaubriand. Lá ele desempenhou as funções de secretário e auxiliar do radialista Luís Quirino.
Sua carreira ganhou grande impulso a partir de 1956, aos 20 anos, quando foi contratado pela TV Rio, primeiro como assessor comercial, passando por diversos cargos até chegar a principal diretor executivo, ficando na emissora por dez anos.
Em 1965 foi chamado por Roberto Marinho para assumir a direção executiva da TV Globo, com a finalidade de reestruturar a área comercial da jovem emissora e reformular a programação.
Um acontecimento marcou a vida de Clark à frente da Globo, e da própria emissora, quando toda a programação foi interrompida para que apenas o jornalismo fosse veiculado, cobrindo por três dias consecutivos as enchentes que assolaram o Rio de Janeiro.
Uma campanha, denominada SOS Globo, tornou a emissora simpática à opinião pública, que começou a ganhar mais telespectadores.

Walter Clark trouxe para a Globo um nome que também marcou história na empresa da família Marinho: José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com quem Clark havia trabalhado na TV Rio.

Harmoniosa, no princípio, a dupla estabeleceu um jornal (o Jornal Nacional) entre duas novelas, um sucesso na grade da emissora, contando também com o trabalho de Armando Nogueira, um dos mentores do telejornal até hoje no ar.

Sob sua administração, e com a parceria com Boni, outros sucessos da emissora do Jardim Botânico foram criados, como o "Fantástico", "Globo Repórter" e "Globo de Ouro", este último na esteira do "Festival Internacional da Canção", que teve sua primeira edição em 1967.

O nome de Walter Clark ficou tão forte na Globo que chegou a superar até o de Roberto Marinho, o que acabou tornando o relacionamento entre os dois conflituoso.
A saída de Clark da Globo aconteceu em 1977. Em sua autobiografia "O Campeão de Audiência", Clark se disse traído por Boni, que deu sua versão para a convivência com Clark na sua biografia, publicada em 2011: "O Livro do Boni".
Depois da marcante passagem pela emissora, atuou como produtor de cinema, em filmes que tiveram boa repercussão, como "A Estrela Sobe", "Bye Bye Brasil" e "Eu Te Amo", entre outros.
De volta à televisão, em 1981, foi diretor-geral da Rede Bandeirantes, mas por pouco tempo, permanecendo na emissora paulista do Morumbi apenas por um ano.
Voltou à TV Rio em 1988 e escreveu sua autobiografia com o jornalista Gabriel Priolli, intitulada "O Campeão de Audiência", publicada em 1991.
Foi também vice-presidente do Flamengo e presidente da Fundação Roquete Pinto, en tre 1991 e 1992.
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