Rui Viotti, o Rui Villara Viotti, conhecido como "A voz do tênis", morreu em São Paulo-SP na madrugada de 7 de setembro de 2009 e foi sepultado no mesmo dia no Cemitério de Vila Alpina.
Abaixo, os jornalistas Erich Beting e Mariana Barros fizeram belos textos a respeito da linda carreira de Rui Viotti, desde sua terra em Minas Gerais até a todos os canais de televisão de nosso país.
Eu, Milton Neves, tive a felicidade de receber conselhos de Rui Viotti.
Em 1990, no início da fracassada empreitada da TV Jovem Pan, canal 16 em UHF, fui escalado para colocar voz em velhos tapes de incríveis jogos de tênis envolvendo Bjorn Borg, John McEnroe, Ivan Lendl e Jimmy Connors, dentre outros.
Eu não entendia nada de tênis e ele, assistindo aos jogos tão espetaculares, por telefone deu-me dezenas de dicas para evitar tantos erros que estava cometendo por não ser do ramo. Não era e ainda não sou, mas passei a gostar muito de tênis graças ao Rui Viotti.
Veja o que Erich Beting, irmão de Mauro Beting, escreveu em seu blog.
"Obrigado, seo Rui!
Quem gosta de tênis é obrigado a conhecê-lo. Em 1976, o Brasil assistiu à primeira final de Wimbledon. Numa época em que nem se pensava em TV a cabo, uma emissora abrir espaço para exibir um jogo ao vivo de tênis era algo de outro mundo. Mas ele sempre foi de outro planeta.
Hoje, infelizmente, acordamos com a notícia de que, aos 79 anos, Rui Viotti nos deixou. Ele não era apenas o dono de uma das vozes mais deliciosas da televisão nacional. Para quem não lembra, Rui Viotti foi quem narrou - com uma emoção desproporcional, mas sem deixar de lado a técnica e a lucidez na transmissão - aquele que até hoje foi o momento máximo do tênis do Brasil, a vitória de Guga sobre Brugera em 1997. Sim, jogo transmitido na TV aberta, para todo o país, com picos de audiência que chegaram aos 16 pontos naquela manhã de domingo na TV Manchete.
Foi a partir daquele dia que me tornei fã do seu estilo de narrar tênis. Sabendo respeitar os limites da transmissão equilibrada, mostrando conhecimento da técnica do esporte e, principalmente, dos talentos e falsos talentos que apareciam nas quadras. De fã, tive o privilégio de me tornar colega de trabalho, nos últimos anos, dentro do BandSports. Oportunidade mais do que única, que revelou o quanto Rui Viotti, mais do que um brilhante narrador, foi um cara espetacular em todos os sentidos.
Inclusive foi um gênio para algo que pouco se fala, mas que felizmente conseguimos resgatar recentemente na Revista Máquina do Esporte. Poucos sabem a importância que Viotti teve para massificar o tênis no Brasil. Sim, Guga foi fundamental para fazer com que o esporte deixasse de ser um mito restrito à elite. Mas muito desse trabalho também se deve a "seo" Rui.
Nas emissoras por onde passou, Viotti sempre fez questão de tentar levar a transmissão do tênis. Mesmo numa época de vacas magras como a de hoje, em que o Brasil não vinha tão bem, ele acreditava que a TV aberta só tinha a ganhar exibindo partidas ao vivo, mesmo que não se soubesse quanto tempo aquele jogo iria durar. Tanto que, sempre por onde passou, seo Rui fez com que a emissora comprasse os direitos para exibir os grandes torneios de tênis do mundo.
O Brasil perdeu, hoje, um dos maiores incentivadores do esporte e especialmente do tênis. Fica sempre aquela sensação de vazio, mas sem dúvida fica o exemplo para nós de continuar trabalhando em busca do sonho de poder ver o Brasil ser, de fato, um país do esporte.
Obrigado, seo Rui!
Por Erich Beting às 12h37?
Veja o que a Folha de S. Paulo publicou sobre Rui Viotti, na seção "Obituário?, em 8 de setembro de 2009. Por Mariana Barros.
"RUI VILLARA VIOTTI (1929-2009)
Voz do tênis conduziu novos torcedores
MARIANA BARROS DA REPORTAGEM LOCAL
A narração ao mesmo tempo contida e emocionada deu o tom da primeira conquista do torneio de Roland-Garros pelo tenista Gustavo Kuerten, em 1997. Se o feito já era inédito para um brasileiro, era ainda mais inédito para um esportista que, na época, não estava nem entre os 50 melhores do mundo.
O desempenho de Guga fez com que muitos brasileiros que nunca tinham assistido a um jogo de tênis acompanhassem os torneios. Com os olhos fixos na tela, os novos torcedores eram conduzidos pela locução do jornalista esportivo Rui Viotti, então na extinta TV Manchete. A habilidade rendeu-lhe o apelido de "a voz do tênis".
"Ele fazia uma transmissão que atendia a leigos e a especialistas. Era didático sem ser redundante", relembra o jornalista e colunista da Folha Juca Kfouri, um dos telespectadores que se comoveram com a conquista narrada por Viotti.
Os dois jornalistas trabalharam juntos na Copa do Mundo de 1986, no México. Era a décima Copa que Viotti cobria, desta vez coordenando o "pool" que contava com as emissoras Record e SBT. Na primeira Copa que cobriu, em 1950, Viotti ainda atuava no rádio, onde sua carreira começara.
Estava na Tamoio e já havia passado pelas rádios Caxambu (homônima da cidade onde nasceu, em Minas Gerais), Tupi e Nacional. Anos depois, migrou para a TV, ainda incipiente no Brasil. Atuou nas redes Tupi, Bandeirantes, Record e Rede TV! e Globo, onde foi um dos criadores do programa Esporte Espetacular. Morreu ontem, aos 79, em São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br"
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