Roberto Pupo Moreno

Ex-piloto de Fórmula 1
por Marcos Júnior Micheletti

Nascido no Rio de Janeiro em 11 de fevereiro de 1959, Roberto Pupo Moreno começou no Kart em 1974, aos 15 anos, ano em que foi campeão brasiliense.
 
Em 1976 foi campeão brasileiro de kart, mas um acidente de moto, logo depois desta conquista, o deixou por dois anos afastado do automobilismo.

Em 1979, Moreno inicia sua carreira no automobilismo europeu, pela Fórmula Ford Inglesa, tendo sido eleito o piloto revelação da temporada, terminando o campeonato na sexta posição, com duas vitórias.

Ainda pela Fórmula Ford Inglesa, foi campeão no ano seguinte pela consagrada equipe Van Diemen e vice no campeonato europeu da mesma categoria.

Inicia sua aproximação com a Fórmula 1 a partir de 1981, quando firma um contrato com a Lotus, equipe pela qual teve a primeira oportunidade de participar de um final de semana oficial de GP, mas não se classificou para o GP da Holanda, em Zandvoort, substituindo o inglês Nigel Mansell.

Voltou a guiar na F1 apenas seis anos depois, em 1987, pela modesta AGS, para as duas última provas da temporada, nos GPs do Japão e da Austrália, conseguindo neste seu primeiro ponto na categoria, mesmo com as limitações de seu equipamento, cruzando a linha de chegada na sexta colocação.

Antes desse feito, Moreno disputou duas provas pela antiga Champ Car, depois chamada de Fórmula Indy em 1985 e de 16 provas em 1986, ambas pela equipe Galles Kraco Racing.
 
Em 1988, como piloto de testes da Ferrari, foi um dos responsáveis pelo câmbio semi automático, com trocas de marchas no volante. 

Sua primeira temporada completa na F1 acontece em 1989, por outra modesta equipe, a Coloni, mas das 16 corridas classificou-se em apenas quatro delas.

A temporada de 1990 não começou promissora para Roberto Moreno, mais uma vez em um cockpit pouco competitivo, o da equipe Eurobrun, mas um acidente grave com o piloto italiano Alessandro Nanini (ele sofreu uma queda de helicóptero e teve sua mão decepada e depois reimplanteda) então na Benetton, proporcionou ao brasileiro fechar aquele ano em grande estilo. Convidado para substituir Nanini, Moreno correu ao lado do compatriota e amigo Nelson Piquet nas duas últimas corridas do ano. Na primeira delas, o GP do Japão, em Suzuka, terminou em segundo lugar, logo atrás de Piquet, dando à equipe italiana a primeira dobradinha de sua história, momento que levou Moreno às lágrimas ao abraçar Piquet e durante toda a solenidade no pódio.

Na prova seguinte, o GP da Austrália (em Adelaide), Moreno novamente terminou em boa colocação, o sétimo lugar, mas naquela época apenas os seis primeiros colocados pontuavam.

As boas atuações de Moreno, e a impossibilidade de retorno de Nanini à F1, fizeram a Benetton oferecer um contrato com o brasileiro para o ano de 1991, a primeira vez que o piloto contaria com uma estrutura de primeira linha na categoria, desde sua estreia nove anos antes.

Moreno não subiu ao pódio em 1991, e obteve como melhores classificações o quarto lugar em Mônaco, o quinto no México e o outro quarto na Bélgica, exatamente sua última corrida pela equipe, que acabou o substituindo pela então promessa Michael Schumacher, cinco provas antes do término da temporada.

Moreno correu as duas provas seguintes (Itália e Portugal) pela Jordan, ex-equipe de Schumacher e a última pela Minardi, na Austrália, sem pontuar em nenhuma delas. Roberto, aliás, não voltou mais a pontuar na F1 nos dois anos em que participou da categoria, pela Andrea Moda (em 1992) e Forti Corsi (1995), ano em que novamente teve a companhia de um piloto brasileiro, o estreante Pedro Paulo Diniz. Aliás, falando em sua passagem pela modestíssima Andrea Moda, vale ressaltar o fato de ter conseguido se classificar para o GP de Mônaco.

O automobilismo norte-americano, no caso a Champ Car, onde já havia estado entre 1985 e 1986, voltou a abrir as portas para Moreno, onde esteve ininterruptamente entre 1996 e 2001, período em que obteve duas vitórias, ambas pela equipe Patrick Racing com chassi Reynard, em 2000 no GP de Cleveland (EUA) e em 2001 no GP de Vancouver (Canadá). Em 2000, seu melhor ano na categoria, correu com motor Ford e fechou a temporada na terceira colocação. Em 2001 utilizou o motor Toyota e foi o 13º do campeonato.

Disputou 17 corridas pela Champ Car em 2003 pela equipe Herdz (chassi Lola e motor Cosworth) e fez sua última corrida na categoria em 2007, pela Pacific Cost (chassi Panoz e motor Cosworth), um carro problemático, mas em que conseguiu uma incrível classificação para as 500 Milhas de Indianápolis, substituindo o francês Stéphan Grégoire, que havia sofrido um acidente.

Aliás, a fama de substituto em diversas ocasiões rendeu a Roberto Moreno o apelido de "Super Sub", dado pelos norte-americanos.

Em 2011 esteve em São Paulo, para a São Paulo Indy 300, no Anhembi e revelou que, entre outras atividades, estava gerenciando a carreira do piloto Lucas Foresti, à época na Fórmula 3 Inglesa.

Em 30 de abril de 2011, Roberto Pupo Moreno foi entrevistado por Marcos Júnior, editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo durante os treinos da Fórmula Indy em São Paulo. Moreno falou sobre a prova paulistana, os rumos da Fórmula Indy e a revelação de jovens pilotos brasileiros.

Atualmente mora em Fort Lauderdale, no estado norte-americano da Flórida. Sua vida segue ligada ao automobilismo, vindo bastante ao Brasil, onde faz trabalho de coach com pilotos da Porsche Cup e Porsche Challenge e a partir de 2014 começou a supervisionar o projeto do carro da Fórmula Inter, no Brasil.

Fotos: Marcos Júnior/Portal TT
 
Em dezembro de 2013, Roberto Moreno participou do Bella Macchina, canal de automobilismo do Portal Terceiro Tempo.
Abaixo, a entrevista de Moreno a Marcos Júnior, com edição de Lucas Micheletti:

ABAIXO, O PROGRAMA LIVRE (SBT) EM 18 DE MARÇO DE 1996, COM APRESENTAÇÃO DE SERGINHO GROISMAN, UM DIA APÓS A INDY 400 NO RIO DE JANEIRO, COM AS PRESENÇAS DE ANDRÉ RIBEIRO, RAUL BOESEL, ROBERTO PUPO MORENO E MARCO GRECO

ver mais notícias

Selecione a letra para o filtro

ÚLTIMOS CRAQUES