Naldinho

Ex-atacante do Bahia

por Rogério Micheletti/Juvencio Neto (leitor colaborador)

Ele foi um dos mais baixinhos jogadores da história do futebol brasileiro. A habilidade, no entanto, não era pequena. Por isso, José Ednaldo Vieira de Jesus Cruz (24/04/1968)  conseguiu vencer os preconceitos e se tornou até um famoso jogador de futebol. Ele é Naldinho, que defendeu o Bahia no final dos anos 80 e começo dos anos 90.

Com apenas 1m58 de altura, o pequeno Naldinho começou a carreira no time da Catuense, que costuma ser um celeiro de bons jogadores. É bom lembrar que na Catuense atuaram também jogadores como o meia-atacante Bobô e o lateral-direito Zanata, que também fizeram sucesso defendendo o Tricolor da Boa Terra.

Naldinho tinha facilidade para atuar pelas pontas. Costuma ser um eficiente garçom para os centroavantes do Bahia. Foi assim com Charles, que depois jogou no Cruzeiro, Boca Juniors e Flamengo. E também com Marcelo Ramos.

Depois do Bahia, Naldinho atuou por várias equipes, mas sem conseguir ter o mesmo sucesso dos tempos do Tricolor. Chegou a fazer boas partidas pelo Marília (SP) e Criciúma (SC).

Encerrou a carreira no Atlético de Alagoinhas. Naldinho já estava perto dos 40 anos quando pendurou as chuteiras. Hoje, ele mora em Marília (SP) e não consegue viver longe do futebol. Ele joga no Centenário, na vizinha Garça (SP), terra de José Nello Marques e Zancopé Simões.

Milton Neves conta que Naldinho é tão baixinho, mas tão baixinho, que quando José Silvério narrava os jogos do ex-atacante, ele não enxergava o jogador "menor do que a bola"....

Matéria publicada no UOL Esporte em 11 de agosto de 2018

Ídolos em necessidade financeira festejam ajuda do Bahia: "gratidão"

Presidente Guilherme Bellintani é o idealizador do projeto Dignidade aos Ídolos

Marcello De Vico e Vanderlei Lima
Do UOL, em Santos e São Paulo

Gratidão. O sentimento resume o recente projeto desenvolvido pelo Bahia, denominado "Dignidade aos Ídolos". Nele, ídolos tricolores que passam por graves problemas financeiros receberão uma ajuda do próprio clube. O programa, aprovado por unanimidade pelo Conselho Deliberativo, oferecerá auxílio – de um até três salários mínimos por mês – a ex-jogadores em dificuldade extrema. "Uma forma de devolver um pouco a eles o tanto que fizeram pelo Bahia".

A última frase é de Vitor Ferraz, vice-presidente do Bahia, que explicou ao UOL Esporte detalhes do projeto – inclusive citando que a ideia foi do presidente Guilherme Bellintani, que já havia conversado com a reportagem sobre o programa tricolor. Depois de eleitos, em dezembro de 2017, ambos deram vida ao programa que foi uma das promessas da campanha eleitoral.

"Foi uma ideia que surgiu no período de campanha eleitoral aqui do clube. A gente entendia a necessidade de a gente valorizar a história do clube, valorizar as pessoas que ajudaram a construir um clube tão tradicional quanto o Bahia, que ajudaram nas suas conquistas. E conhecendo um pouco dessa dificuldade pela qual passa muitos dos nossos ídolos que tanto orgulharam e honraram a nossa camisa, o presidente Guilherme Bellintani teve a ideia de a gente trabalhar com algum tipo de apoio àqueles ídolos que estivessem passando por uma situação de maiores dificuldades, e aí surgiu o programa de Dignidade ao ídolo", conta Vitor.

"Quando nós fomos eleitos, levamos a ideia ao Conselho Deliberativo, que abraçou a ideia prontamente e criou a regulamentação para que não se banalizasse a ideia do ídolo e, assim, o plano não fosse utilizado de maneira indevida, que realmente fosse um plano para auxiliar pessoas que tiveram feliz relevância prestada ao clube e que realmente tivesse passando por uma questão de dificuldade, pela qual o clube entendesse que caberia algum tipo de ajuda", diz.


COMO O BENEFICIADO É DEFINIDO?

O benefício para cada ex-jogador dependerá de uma aprovação do Conselho Deliberativo do Bahia, que avaliará dois itens em questão: a sua condição de ídolo e a sua real necessidade financeira: "Claro que tem um caráter subjetivo. O ídolo pode ser uma pessoa que, como atleta, conquistou muitos títulos pelo clube ou que não necessariamente conquistou, mas que teve uma história que engrandeceu o clube, que honrou muito as tradições do clube. Aí entra o espaço da subjetividade, uma análise de como se deu a história desse atleta dentro do clube".

Confirmado e aprovado o status de ídolo, o clube precisará atestar a situação financeira extrema do ídolo, e não apenas desconfortável, para então definir qual será a ajuda que ele receberá: de um, dois ou três salários mínimos.

QUEM SÃO OS PRIMEIROS BENEFICIADOS?

O Bahia chegou a cinco nomes para o início do projeto, com suas respectivas ajudas: Zanata, Jorge Campos e Alberto Leguelé, que receberão um salário mínimo, Naldinho, que tem problema na coluna e diabetes e vai ter direito a dois salários mínimos, e Maílson, inspiração para o projeto e que foi diagnosticado com uma doença degenerativa - receber três salários.

"Esses foram os cinco primeiros contemplados e que vai fazer com que o Bahia tenha uma despesa mensal inicialmente de 8 mil reais. Esse dinheiro vai sair do orçamento do clube mesmo", esclareceu Vitor Ferraz.

SAIBA SOBRE CADA UM DELES

Naldinho, ex-ponta direita, 50 anos

 

Com apenas 1,58m de altura, o baixinho Naldinho defendeu o Bahia no final dos anos 80 e no começo dos anos 90 e foi campeão baiano em 1991, 1993 e 1994. Ele é diabético, sofre de problemas na coluna e no joelho e receberá dois salários mínimos por mês do clube tricolor.


"Eu sou muito grato ao Bahia e a todos da diretoria, de coração, por esse projeto. Eu não estou passando fome, mas é uma soma para dar uma força para nós jogadores do passado que fizemos muito pelo clube. Eu acabei adquirindo algumas doenças: sou diabético, tenho que tomar remédio diariamente, tenho problema de coluna e joelho devido aos problemas dentro de campo no passado. A diabetes é uma coisa que vem me prejudicando muito e eu estou cuidando disso juntamente com a família, para que não venha acarretar coisa pior", declarou.

"Eu recebo um benefício do Governo por invalidez e essa ajuda do Bahia será muito válida, vai me ajudar muito Eu sou muito grato ao Bahia. Nós demos a alma pelo clube, vestimos com coração essa camisa e, graças a Deus, saiu este projeto. Se não me engano é o único clube do Brasil e do mundo que tem esse projeto de ajudar a dignidade ao ídolo", acrescentou Naldinho, que é pai de três filhas e hoje mora com o sogro em Marília, interior de São Paulo.

(Foto: Arquivo pessoal/Naldinho)

 

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