Milton Rosa é protagonista de uma das histórias mais trágicas e bonitas da história do boxe. Pisciano do dia 26 de fevereiro de 1933, paulistano orgulhoso fez toda a sua história de boxer e despachante em sua cidade natal até falecer no 16 de janeiro de 2012, em decorrência de AVC (cidente Vascular Cerebral).
Deixou a esposa, dona Dejanira, cinco filhos (Milton Júnior, Adriana, Ana, Rosana e Fabiana), dez netos e duas bisnetas"
Em 1955 integrava a equipe brasileira de boxe e foi aos Jogos Pan-americanos do México, conquistando a medalha de bronze como peso médio. Embora ele tenha participado do Pan de 55, ele não foi medalhista.
Os cuidados da enfermeira Dejanira foram muito bons, Milton Rosa não lutou mais boxe, construiu uma sólida carreira como despachante, viveu um grande amor com Dejanira.
Veja o relato da vida de Milton Rosa do ex-boxer Sidnei Dal Rovere
O "Sugar" brasileiro, assim era conhecido quando lutava nos anos 50, sua habilidade técnica em cima dos ringues lembrava o "Sugar" Ray Robinson, boxeador americano que também lutava nesta época e é considerado o melhor boxeador de todos os tempos.
Milton Rosa começou a treinar boxe como peso pesado na academia Guarani com o técnico Benjamim Ruta. Dois meses depois estava no peso meio-pesado.
Em 1955 estreou como profissional, ainda com o técnico Benjamim Ruta, depois foi treinar com o boliviano Walter Návia Quiroga.
Estreou no profissional contra Maurício Kratka, depois o português Antonio Mattos, Fernando Valverde (o canhoto Bate-Estaca), o argentino Varella, o italiano Sixto Tisseli, Emilio Jackson, Oscar Monte, J. Romani e em sua última luta em 1956, venceu Nelson de Andrade peso médio extremamente técnico que treinava no Santa Marina com o técnico José Gaspar (conhecido como Paraná).
O invicto Milton Rosa começou o ano de 1957 derrotando J. Rondo por KO no 6º round, depois R. Leal por KO no 8º, Dante Nolasco por abandono no 10º, o temível Paulo Sacomã por KOT no 10º, lutou novamente com Nelson de Andrade e venceu por KO no 6º, voltou a lutar com Paulo Sacomã e desta vez venceu por pontos, também venceu os argentinos S. Caprani e B. Romero.
Em 1º de agosto de 1958 o ginásio do Ibirapuera ficou lotado para assistir dois ídolos do boxe brasileiro, Milton Rosa numa carreira ascendente contra o experiente Paulo de Jesus.O árbitro do combate foi o Américo Curi, um dos juízes foi Newton Campos que até o final do 8º round dava uma pequena vantagem nos pontos para Milton Rosa; no 9º round depois de receber um bom golpe de Milton Rosa, Paulo de Jesus recua até as cordas e com um contragolpe muito forte acerta Milton Rosa.
Milton Rosa foi atendido no hospital Beneficência Portuguesa pelo médico Mário Augusto Isaías, a carreira do boxeador Milton Rosa foi encerrada, ele ficou em recuperação no quarto 311, e os cuidados da enfermeira Djanira foram muito bons, Milton Rosa não lutou mais boxe, construiu uma sólida carreira como despachante, viveu um grande amor com Djanira, casou-se com ela, tiveram cinco filhos, 10 netos e duas bisnetas.
NO DETRAN DE SÃO PAULO, COLEGA DO XARÁ MILTON NEVES
Eu, Milton Neves, convivi por bons anos no Detran - entre as décadas de 70 e 80 - com o Kaled Curi e com o saudoso despachante Milton Rosa, falecido em 16 de janeiro de 2012 , também ex-lutador. Despachantes eram figuras muito queridas no Ibirapuera (bairro da zona sul de São Paulo) contando belas histórias de pugilismo de ontem envolvendo Luisão, Fernando Barreto, Juarez de Lima ("esse foi gênio", dizia Kaled) e épicas lutas no Ginásio do Ibirapuera.