Laércio Santos, o Laércio, espadaúdo zagueiro negro do Corinthians que atuou no clube de 1970 a 1977, foi técnico das categorias de base do Guarani Futebol Clube, de Campinas, e hoje está radicado em Campo Grande (MS), onde participa da vida comercial do estado como representante de várias empresas fornecedoras de supermercados.
Laércio colabora em um projeto social-esportivo desenvolvido por abnegados que buscam tirar garotos carentes das ruas.
"Cheguei a ser treinador profissional. Comandei até o Comercial de Campo Grande contra o São Paulo em Copa do Brasil. Mas preferi não continuar como técnico", conta Laércio, que se tornou representante comercial de empresas ligadas a produtos que são vendidos em supermercados.
Chegou a ser convocado para a seleção brasileira de juniores no final dos anos 60 e foi revelado pelo próprio Coirnthians. "Disputei Taça São Paulo de Juniores pelo Corinthians. Tinha muita gente de bola comigo: o Wladimir, o Zé Eduardo, o Gatãozinho, o Carlos Alberto Garcia, o Nélson Lopes, o Alves e o Ivan Silva só para citar alguns", recorda.
Durante os quatro anos em que alternou a sua condição de beque-central reserva ou titular, fez 89 jogos pelo Timão (48 vitórias, 25 empates e 16 derrotas), jamais marcou um gol a favor e fez um gol contra, segundo números do "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte. Seu momento mais marcante foi em um Santos e Corinthians, no Morumbi, quando o alvinegro era dirigido pelo saudoso técnico Yustrich, o Dorival Knippel, popular "Homão".
O jogo estava 1 a 0 para o Corinthians, gol do ponta Vaguinho, quando aos 43 minutos da etapa final o árbitro Oscar Scolfaro "inventou" um pênalti dele (Laércio) em Ferreira, um sofrível ponta-esquerda que o Santos trouxe da Paraíba. Depois de 15 minutos de chiadeira total corintiana, Pelé converteu o pênalti no goleiro Ado. O jogo terminou 1 a 1, Yustrich tentou agredir Scolfaro e o árbitro saiu do Morumbi no camburão da polícia. Só foi "localizado" dois dias depois por Osmar Santos, que o colocou ao vivo na rádio Jovem Pan.
O jogo lembrado acima foi no dia 22 de julho de 1973. O público no Cícero Pompeu de Toledo foi de 65.851 pagantes. A partida era válida pelo Campeonato Paulista de 73 e o Corinthians jogou com: Ado; Zé Maria, Laércio, Luís Carlos Gálter e Wladimir; Tião e Rivellino; Vaguinho, Adãozinho, Mirandinha e Marco Antônio Visgo.
Laércio, que nasceu em Montes Claros (MG) no dia 17 de dezembro de 1953, chegou a atuar por empréstimo no São Bento (SP) em 1976. Deixou o Corinthians no mesmo ano em que o time acabou com o jejum de títulos, que durava desde 1954. "Foi uma pena. Mas eu já tinha sido emprestado. E acabei saindo antes da bonita conquista", lamenta o ex-beque, que jogou depois no Comercial (MS). Encerrou a carreira no mesmo time em 1982. "Gostei muito da cidade. Por isso fiquei", conta.
Por Milton Neves e Rogério Micheletti
No player abaixo, ouça a participação de Laércio no "Domingo Esportivo Bandeirantes" do dia 27 de outubro de 2019:
Laércio fez 89 jogos pelo Timão (48 vitórias, 25 empates e 16 derrotas), jamais marcou um gol a favor e fez um gol contra, segundo números do "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte.