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Jorge Vieira

Ex-técnico do Corinthians e Botafogo-RP
por Rogério Micheletti

Jorge Vieira, o Jorge Silva Vieira, técnico campeão carioca pelo América, em 1960, bicampeão paulista pelo Corinthians (1979 e 1983), rodou o Brasil e o mundo, e faleceu em 24 de julho de 2012, vítima de um infarto, aos 78 anos no hospital Prontocor, na zona sul do Rio de Janeiro.

Em janeiro de 2007, exerceu a sua última função no futebol, de diretor técnico do América, sua eterna paixão.

Nascido no dia 18 de julho de 1934, ele foi o técnico mais jovem a conquistar um título importante. Quando foi campeão carioca pelo América, Jorge Vieira tinha apenas 26 anos. O América tinha jogadores como o volante Amaro, o atacante Antoninho, o ponta Nilo, o lateral Jorge, o ponta Calazans, Djalma Dias, Quarentinha, Ari, Pompéia, Ivan e Wilson Santos, entre tanta gente boa.

Na década seguinte, dirigindo o Botafogo de Ribeirão Preto, Jorge Vieira conseguiu montar um belo time no Campeonato Paulista de 1977. O Botafogo, naquele ano, foi campeão da Taça Cidade de São Paulo, que equivalia ao primeiro turno do Paulistão. O Pantera tinha como time-base: Aguillera, Wilson Campos, Nei, Manoel e Mineiro; Mário, Lorico e Sócrates; Zé Mário, Arlindo e o João Carlos Motoca.

Depois do Botafogo de Ribeirão, Jorge Vieira dirigiu o Palmeiras em 1977 e 1978.
Em 1979, ele foi o técnico corintiano campeão paulista. O Timão tinha como uma de suas principais peças o meia Sócrates (na época atuava com a camisa 9), que curiosamente já tinha sido comandado por Jorge Vieira no Botinha.

Jorge Vieira também foi o técnico do Corinthians na conquista do Paulista de 1983. Na ocasião, ele substituiu Mário Travaglini, que fora contratado pelo São Paulo. O Corinthians venceu a final justamente sobre o Tricolor. O time-base alvinegro tinha: Leão; Alfinete, Juninho, Mauro e Wladimir; Paulinho, Biro-Biro, Sócrates e Zenon; Casagrande e Eduardo Amorim.

Jorge Vieira também dirigiu o Corinthians entre 1986 e 1987, mas não conseguiu mais títulos no Parque São Jorge. Aceitou o desafio de trabalhar no México e comandando o América virou uma espécie de "Rei do México", como garante o técnico Carlos Alberto Parreira.

Amizade com Saddam Hussein

Entrevistado duas vezes por Milton Neves, uma em 2000 na Rádio Jovem Pan e outra em 2007 na Rádio Bandeirantes, o técnico Jorge Vieira disse que trabalhou no Iraque (na seleção do Iraque, no final dos anos 80) e lá fez amizade com Saddam Hussein, o mesmo que foi enforcado no dia 30 de dezembro de 2006. Saddam havia sido condenado à morte pelo assassinato de 148 xiitas em 1982, quando governava o país com mão-de-ferro.

Jorge Vieira falou que o Saddam era um homem desconfiado. Por isso, na hora de almoçar, por exemplo, pedia que seus cozinheiros comessem a refeição (da mesma comida) antes dele.

"Era uma maneira dele saber que a comida não estava envenenada", falou Jorge Vieira. O técnico disse ainda que Saddam falou que o Brasil deveria ter anexado o Uruguai do mesmo jeito que ele iria invadir o Kwait, o que acabou por realmente fazer.
 
Confira a íntegra da entrevista de Jorge Vieira ao Domingo Esportivo Bandeirantes do dia 07 de janeiro de 2007:

ABAIXO, OUTRA ENTREVISTA DE JORGE VIEIRA A MILTON NEVES NO DOMIGNO ESPORTIVO DA RÁDIO BANDEIRANTES, ALGUNS ANOS DEPOIS

Jorge Vieira saiu em uma reportagem da edição de setembro de 2012 na Revista Placar (1370). Imagem: Revista Placar

Jorge Vieira saiu em uma reportagem da edição de setembro de 2012 na Revista Placar (1370). Imagem: Revista Placar


Nos anos 60 e em uma de suas últimas imagens

Nos anos 60 e em uma de suas últimas imagens


Jorge Vieira foi personagem na história em quadrinhos publicada na edição especial da Revista Placar sobre Sócrates, de setembro de 1979. Vieira, de camiseta vermelha, conversa com outro funcionário do Botafogo-SP, indagando sobre a luz acesa em um quarto, na concentração. Era onde estava Sócrates, estudando para uma prova do curso de medicina. Reprodução/Revista Placar do arquivo de Marcos Júnior

Jorge Vieira foi personagem na história em quadrinhos publicada na edição especial da Revista Placar sobre Sócrates, de setembro de 1979. Vieira, de camiseta vermelha, conversa com outro funcionário do Botafogo-SP, indagando sobre a luz acesa em um quarto, na concentração. Era onde estava Sócrates, estudando para uma prova do curso de medicina. Reprodução/Revista Placar do arquivo de Marcos Júnior


No Botafogo de Ribeirão Preto revelou o Doutor Sócrates e foi campeão do primeiro turno do Campeonato Paulista de 1977.

No Botafogo de Ribeirão Preto revelou o Doutor Sócrates e foi campeão do primeiro turno do Campeonato Paulista de 1977.


No Timão, Jorge Vieira conquistou os títulos de 1979 e 1983. Foto Revista Placar

No Timão, Jorge Vieira conquistou os títulos de 1979 e 1983. Foto Revista Placar


No Botinha de Ribeirão Preto, Jorge Vieira revelou o Dr.Sócrates.

No Botinha de Ribeirão Preto, Jorge Vieira revelou o Dr.Sócrates.


No gramado da Fazendinha em 1983, ano em que o Corinthians foi bicampeão paulista com um time que tinha Sócrates, Zenon Casagrande, Wladimir e Biro-Biro, entre outros. O preparador de goleiros Valdir Joaquim de Moraes, pessoa não identificada e o treinador Jorge Vieira. Foto: arquivo de Valdir Joaquim de Moraes

No gramado da Fazendinha em 1983, ano em que o Corinthians foi bicampeão paulista com um time que tinha Sócrates, Zenon Casagrande, Wladimir e Biro-Biro, entre outros. O preparador de goleiros Valdir Joaquim de Moraes, pessoa não identificada e o treinador Jorge Vieira. Foto: arquivo de Valdir Joaquim de Moraes


Na primeira fila, da dierita para a esquerda: os dois primeiros não identificados, Marlene Peçanha (esposa do campeão do mundo Orlando Peçanha), Jorge Vieira (atual presidente) e Marcos Falopa. Foto enviada por Marcos Falopa

Na primeira fila, da dierita para a esquerda: os dois primeiros não identificados, Marlene Peçanha (esposa do campeão do mundo Orlando Peçanha), Jorge Vieira (atual presidente) e Marcos Falopa. Foto enviada por Marcos Falopa


A foto é do livro

A foto é do livro "Vai dar Zebra", de José Rezende Raymundo Quadros


Joãozinho chutando para o goleiro Humberto defender. Ao fundo está o treinador Jorge Vieira.

Joãozinho chutando para o goleiro Humberto defender. Ao fundo está o treinador Jorge Vieira.


No centro está o treinador Jorge Vieira. A ordem dos jogadores (da esq. para a dir.) é a seguinte: Wilson Moreira (Loiro), Joãozinho, Russo, Joel, Quatis, Dario, Pinga e Laerte (amarrando o calçao).

No centro está o treinador Jorge Vieira. A ordem dos jogadores (da esq. para a dir.) é a seguinte: Wilson Moreira (Loiro), Joãozinho, Russo, Joel, Quatis, Dario, Pinga e Laerte (amarrando o calçao).


Acima, o América dirigido por Jorge Vieira em 1960, que ganhou do Flu por 2 a 1 e se sagrou campeão carioca. Em pé:Ari. Jorge. Djalma Dias. Amaro. Wilson Santos e Ivan. Agachados:Calazans. Antoninho. Quarentinha. João Carlos e Nilo.

Acima, o América dirigido por Jorge Vieira em 1960, que ganhou do Flu por 2 a 1 e se sagrou campeão carioca. Em pé:Ari. Jorge. Djalma Dias. Amaro. Wilson Santos e Ivan. Agachados:Calazans. Antoninho. Quarentinha. João Carlos e Nilo.


O Bahia, bicampeão estadual em 1971. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Maracajá, Jorge Vieira, Renato 74 (falecido), Roberto Rebouças, Nelson Cazumbá, Amorim, Walter (falecido) e Souza. E o último é Florisvaldo (campeão da Taça Brasil de 1959). Agachados: o segundo é Zé Oto, depois vem Baiaco, Dionísio, Elizeu, João Daniel (falecido) e Alemão (falecido)

O Bahia, bicampeão estadual em 1971. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Maracajá, Jorge Vieira, Renato 74 (falecido), Roberto Rebouças, Nelson Cazumbá, Amorim, Walter (falecido) e Souza. E o último é Florisvaldo (campeão da Taça Brasil de 1959). Agachados: o segundo é Zé Oto, depois vem Baiaco, Dionísio, Elizeu, João Daniel (falecido) e Alemão (falecido)


E aqui estão, em março de 1006, seis dos 12 heróis do América Futebol Clube, o grande surpreendente campeão carioca de 1960. O Maracanã, vazio na foto, viu o time do técnico-menino Jorge Vieira derrotar o Fluminense de Castilho por 2 a 1, na decisão. Você está vendo no gramado do Maraca, o volante Amaro, o atacante Antoninho, o ponta-esquerda Nilo, o técnico Jorge Vieira (amigo do peito de Saddam Hussein - é sério, viu?), o lateral Jorge e o ponta-direita Calazans. Falta, dos heróis de 1960, o ex-botafoguense João Carlos, meio-campista. Dos titulares campeões cariocas daquele ano já morreram Ari, Pompéia, Djalma Dias, Wilson Santos, Ivan, Quarentinha e Nilo

E aqui estão, em março de 1006, seis dos 12 heróis do América Futebol Clube, o grande surpreendente campeão carioca de 1960. O Maracanã, vazio na foto, viu o time do técnico-menino Jorge Vieira derrotar o Fluminense de Castilho por 2 a 1, na decisão. Você está vendo no gramado do Maraca, o volante Amaro, o atacante Antoninho, o ponta-esquerda Nilo, o técnico Jorge Vieira (amigo do peito de Saddam Hussein - é sério, viu?), o lateral Jorge e o ponta-direita Calazans. Falta, dos heróis de 1960, o ex-botafoguense João Carlos, meio-campista. Dos titulares campeões cariocas daquele ano já morreram Ari, Pompéia, Djalma Dias, Wilson Santos, Ivan, Quarentinha e Nilo


Nos anos 60 e em 2010

Nos anos 60 e em 2010


Dois momentos: nos anos 60 e em 2010

Dois momentos: nos anos 60 e em 2010


O querido Jorge Vieira, em uma de suas últimas fotos, em 2010. Foto: Reprodução

O querido Jorge Vieira, em uma de suas últimas fotos, em 2010. Foto: Reprodução


Tempos de futebol de salão, no final da década de 80. Da esquerda para a direita, Hélio Maffia, Sérgio Dias, Adilson Monteiro Alves e Jorge Vieira. Ao fundo, vemos o ex-zagueiro do Corinthians Mauro. Foto: Arquivo pessoal Sérgio Dias

Tempos de futebol de salão, no final da década de 80. Da esquerda para a direita, Hélio Maffia, Sérgio Dias, Adilson Monteiro Alves e Jorge Vieira. Ao fundo, vemos o ex-zagueiro do Corinthians Mauro. Foto: Arquivo pessoal Sérgio Dias


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Pelo Palmeiras:

Jorge Vieira dirigiui o Palmeiras entre 1977 e 1978 e depois em 1981. Foram 41 vitórias, 41 empates e 22 derrotas neste período.
Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Pelo Corinthians:


Ele trabalhou em 147 partidas (69 vitórias, 49 empates e 29 derrotas), entre os anos de 1979 e 1980, 1983 e 1984 e 1986 e 1987. Foi duas vezes campeão estadual pelo Timão: 1979 e 1983.
Fonte: Almanaque do Timão, de Celso Unzelte

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