Em 1985, 1989 e 1993 estive por quase três meses (conjuntamente) em Israel. Cobri lá três Macabíadas pelo rádio e rodamos por todo o pequeno país. Tudo emocionante, em termos bíblicos, históricos e religiosos.
Mas o clima bélico, preventivo ou não, é sentido em todos os momentos. Atualmente, com mais essa guerra Israel x Hamas então ....
E, rodando por Israel, jornalistas, minha esposa e eu nos deparamos com abrigos antiaéreos(que são trocentos) e com restos de máquinas de guerra no Deserto da Judéia.
Mas, nas fotos abaixo, você vai conhecer um pouquinho de um território conflagrado, emocionante, bíblico, bélico e até agrícola, por mais incrível que possa parecer. Boa viagem para você também até ao emocionante Monte Massada que tem o Mar Morto aos seus pés. Veja o texto da Wikipédia, a enciclopédia da internet, com fotos de Lenice Neves, sobre o Monte Massada, com o Mar Morto a seus pés. Massada
Massada também grafado Masada, é um monte rochoso fortificado, localizada no deserto da Judéia, vizinha ao Mar Morto, em Israel.
Atualmente constitui-se num símbolo da resistência do antigo reino da Judéia, como o reduto onde os últimos patriotas judeus na Antiguidade preferiram o auto-sacrifício à dominação pelo exército romano em 73, e é o local onde os recrutas das Forças de
Defesa de Israel fazem o seu juramento de fidelidade: "Massada não cairá nunca mais".
Constitui-se ainda num dos sítios turísticos mais visitados do país, não apenas pelo conjunto edificado, e beleza natural circundante, mas pelo seu passado lendário.
História - Antecedentes
A primitiva ocupação do local era de uma fortaleza da Judéia. O rei Herodes, o Grande, aproveitou as características do local, naturalmente inexpugnável, para construir, na sua extremidade ocidental, um palácio, reforçando e ampliando a antiga fortaleza. De acordo com Flavius Josephus:
"Neste topo da colina, Jonathan, o grande sacerdote, construiu uma fortaleza que denominou Massada: depois disso a reconstrução do local foi realizada em grande parte pelo rei Herodes." (A Guerra dos Judeus, Livro VII, capítulo VIII)
O cerco e queda de Massada. A única fonte histórica para o episódio é a obra do judeu romanizado Flavius Josephus, "Guerra dos Judeus".
Entretanto, os historiadores modernos concordam que realmente um grupo de Zelotas matou a si e às próprias famílias e incendiou algumas construções em Massada.
Quando os zelotas tomaram a fortaleza em 66, após eliminar uma corte da Legio III Gallica ali estacionada, encontraram um bem sortido estoque de armas, bem como quantidade de ferro, bronze e chumbo para o fabrico de armas e munição. Os armazéns estavam completos com grãos, óleos, tâmaras e vinho; as hortas forneciam alimentos frescos; os canais, escavados na pedra de calcário, coletavam e conduziam as águas pluviais para grandes cisternas subterrâneas, com capacidade superior a 200 mil galões.
Na Primavera de 73, a fortaleza encontrava-se ocupada por 960 zelotas, incluindo mulheres e crianças, sob o comando de Eleazar ben Yair.
Outro comandante zelota, um dos envolvidos na defesa de Jerusalém, era Judas, que havia retirado para Massada após a queda de Jerusalém. A guarnição vinha resistindo por dois anos a um assédio das legiões romanas, constituindo-se no último foco de resistência judaica.
Nesse momento, o governador romano, general Flavius Silva, reassumiu as operações militares no sul da Judéia. Em fim de março, à frente da Legio X Fretensis, marchou de Jerusalém para o Mar Morto.
As tropas tomaram posição diante de Masada, passando a construir oito acampamentos de campanha na planície do lado Oeste da elevação. Foi principada ainda uma muralha de circunvalação ao redor de Masada, com cerca de três metros de altura, que se estendia por mais de duas milhas de comprimento, amparada por fortes e torres.
No lado Oeste, 137 metros abaixo do topo de Massada, e separado por um vale rochoso, havia um promontório chamado de Penhasco Branco. Os engenheiros militares romanos decidiram que, a partir desse promontório, seria construída uma única rampa para o topo do monte, iniciando-se a movimentação de terras.
A rampa assim construída, apresentava um gradiente de 1:3 e uma base de 210 metros. Em pouco tempo avançou os 100 metros de altura e, em sua extremidade foi montada uma plataforma de 22 metros de altura por 22 de largura.
Em seguida, uma torre de cerco de 28 metros de altura foi posicionada contra a muralha. Do seu alto, os artilheiros romanos faziam disparos com os escorpiões e balistas, enquanto que na sua base, um aríete golpeava a base da muralha.
Quando a muralha foi rompida, os legionários que penetraram pela brecha constataram a existência de uma segunda muralha, interna. Ao atacá-la, por sua vez, com o aríete, constatou-se que esta fora construída com vigas de madeira alternadas com pedra, técnica que absorvia os golpes de aríete.
Desse modo, a 2 de Maio, promoveu-se o incêndio desta muralha, iniciando-se os preparativos para o assalto final no dia seguinte. Enquanto isso, na fortaleza, os zelotas acompanhavam os preparativos romanos, constatando a iminência do assalto romano.
Durante a noite, decidiram que preferiam morrer a ser escravizados ou mortos pelos romanos.
Sacrificaram assim as mulheres e crianças, e depois os próprios defensores, até que restaram apenas dez e o comandante Eleazar ben Yair. Tiraram sortes para ver qual deles sacrificaria os demais. Após cumprir a sua tarefa, o último homem ateou fogo ao palácio, e lançou-se sobre a própria espada, ao lado da família morta.
Na manhã do dia 3 de Maio, os legionários ultrapassaram a brecha aberta na muralha interna, encontrando a fortaleza em silêncio. Chamando os rebeldes à luta, apresentou-se uma anciã seguida por uma mulher jovem, parente de Eleazar, e cinco crianças pequenas, que haviam se escondido em um dos condutos de água subterrâneos.
Estava encerrada assim a Primeira Revolta dos Judeus.
Do século V aos nossos dias
No sítio de Masada foi erguida uma igreja ortodoxa no séculos V e VI.
Depois disso, o local permaneceu em estado de abandono até à criação do Estado de Israel, após a Segunda Guerra Mundial.
O sítio foi objeto de uma extensa campanha arqueológica, entre os anos de 1963 e 1965, coordenada por Ygal Yadin, com a colaboração de centenas de voluntários provenientes não apenas de Israel, mas de todo o mundo.
Atualmente encontra-se aberto à visitação pública, com acesso pelo lado Sul, a partir da estrada de Bersheva. No local há estacionamento para veículos e um teleférico para acesso ao alto do monte. Para os mais aptos, a subida é gratuita pelo antigo "Caminho da Cobra", a primitiva trilha que percorre a encosta.
Características Massada é um monte rochoso, de topo achatado, que se eleva a cerca de 520 metros acima do Mar Morto, a cerca de dois quilômetros e meio de sua margem ocidental. Esse topo apresenta uma forma ovalada, com cerca de 200 metros de comprimento por 60 metros de largura.
O cume era alcançado por apenas dois caminhos: o do lado oriental, era denominado de "Caminho da Cobra"", tinha uma extensão de cerca de seis quilômetros e meio e era tão estreito que quem o percorria tinha de colocar exatamente um pé à frente do outro; o outro, no lado ocidental, era guarnecido por um forte, a 450 metros de altura, no topo.