por Kelly Ferreira
Fabiana de Almeida Murer nasceu em 16 de março de 1981, em Campinas. Atualmente é manager institucional do BM&F/Bovespa, equipe que representou como atleta. No cargo administrativo, a ex-saltadora tem como principal função cuidar do relacionamento do clube com federações e confederações.
Iniciou no esporte aos 7 anos fazendo ginástica artística, mas na adolescência teve que mudar de modalidade. O motivo? Fabiana, que hoje mede 1,72cm, aos 16 anos foi considerada alta demais para ser uma ginasta e, então, se redescobriu no atletismo.
Foi em 1996, na Olímpiada de Atlanta, que o futuro começou a ser desenhado. Após assistir uma prova de salto com vara, a ideia começou a tomar forma. Um ano depois, fez seu primeiro teste no atletismo. Foi aprovada no desafio que consistia em correr 50 metros, 1000 metros e saltar a distância. Passou a fazer parte do quadro de atletas do Orcampi, equipe de sua cidade natal e que na época era um pré-time da Funilense.
Ao saber que a garota já tinha praticado ginastica artística, o técnico Elson Miranda (com quem se casou em 2010) a encaminhou para o salto com vara. Com um ano de treinamento, conseguiu índice para o Campeonato Mundial de Atletismo Júnior. Entre 1998 e 2000 foi tricampeã sul-americana júnior da modalidade.
Passou a competir na categoria adulto e as primeiras marcas significativas começaram a surgir anos depois. Antes disso, treinou com o ucraniano Vitaly Petrov e se formou em fisioterapia, mas nunca exerceu a profissão. Em 2006, o nome Fabiana Murer despontou no circuito internacional. No GP de Monte Carlo saltou 4,66m – derrotando a polonesa Monica Pyrek e quebrando o recorde sul-americano (4,55m). Um ano depois bateu o recorde sul-americano indoor (4,66m) e levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro de 2007.
Voltou a ter grande destaque em 2010 quando no Mundial de Atletismo, disputado em Doha, ultrapassou o sarrafo de 4,80m e se tornou a primeira brasileira campeã em pista coberta. No mesmo ano, ficou com o título da IAAF Diamond League ao estabelecer a marca de 4,81m.
Em 2011, fez história no Mundial de Atletismo, em Daegu, Coreia do Sul, ao garantir a primeira medalha de ouro do Brasil em um Campeonato Mundial de Atletismo. Na ocasião, também igualou o recorde sul-americano de 4,85m e derrotou um dos principais nomes do salto com vara – a russa Yelena Isinbayeva. Nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, México, levou a prata.
Em 2015, estabeleceu um novo recorde sul-americano indoor com 4,83m. No Pan de Toronto, Canadá, disputado no mesmo ano, ficou com a medalha de prata. No Mundial de Pequim saltou 4,85 m e garantiu a prata, com a cubana Yarisley Silva levando o ouro ao ultrapassar os 4,90m. Ainda no ciclo olímpico, em 2016, quebrou os recordes brasileiro e sul-americano no Troféu Brasil, em São Bernardo do Campo, São Paulo, com a marca de 4,87m.
Fabiana Murer x Olimpíadas
Campeã mundial no indoor e outdoor, a brasileira nunca conseguiu o resultado esperado em Jogos Olímpicos. Estreou em Pequim, 2008, na ocasião passou na primeira tentativa os 4,45m. Na classificatória dos 4,55m, percebeu que a vara que usaria havia desaparecido do Estádio Ninho de Pássaro. Tradicionalmente, as varas são transportadas dentro de tubos, mas em Pequim a organização optou por retira-las desses tubos e leva-las para a pista em carrinhos. Sem encontrar a vara a apropriada e sem uma solução proposta pelos organizadores do evento, a atleta foi obrigada a improvisar, mas derrubou o sarrafo nas três tentativas e foi desclassificada. A vara foi reencontrada apenas no final da noite daquele mesmo dia junto com equipamentos de atletas que tinham sido eliminadas anteriormente. O Comitê Organizador dos Jogos enviou uma carta à delegação brasileira pedindo desculpas formais pelo incidente.
Voltou a representar o Brasil em Londres, 2012. A expectativa era grande com os títulos mundiais e o trabalho realizado junto com Vitaly Petrov. Mas, desta vez, foi o vento que atrapalhou atleta. No Olímpico de Londres, Fabiana passou apenas pelos 4,50m. Nos 4,55m percebeu um vento desfavorável, desistiu no meio da corrida e levou a bandeira amarela. Na próxima série de passadas, a situação se repetiu, com a bandeira vermelha erguida e Fabiana eliminada.
No Rio de Janeiro, em 2016, era tida como uma das principais promessas de medalha, já que os Jogos não contariam com Yelena Isinbayeva – uma de suas principais adversárias. Porém, no final do ciclo olímpico se lesionou. Exames revelaram uma hérnia de disco cervical. Para ter melhores condições na Olimpíada em casa, a brasileira foi baixa em competições internacionais, incluindo as da Diamond League. No Rio, optou por abrir a disputa por uma medalha olímpica com o sarrafo nos 4,55m, errou as três tentativas, foi eliminada e se aposentou aos 35 anos de idade.
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