Um dos maiores torcedores do Flamengo de todos os tempos. Esse é Ary Evangelista Barroso, mais conhecido como Ary Barroso, um grande compositor brasileiro que também atuava como narrador esportivo. Natural de Ubá, cidade pacata de Minas Gerais, Ary nasceu no dia 7 de novembro de 1903 e perdeu seus pais muito cedo, com apenas oito anos de idade. Em 1961, Ary Barroso foi vitima de uma cirrose hepática e, três anos mais tarde, no dia 9 de fevereiro de 1964 faleceu.
Em 1920, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iria descobrir todo seu talento. Nove anos depois de chegar a Cidade Maravilhosa, o mineiro consegue concluir a faculdade de Direito e já emplaca as primeiras composições de sucesso. Em 1932, Ary Barroso foi convidado para participar da Rádio Phillips, como pianista, mas logo assume também as funções de locutor esportivo, animador e humorista. Sua composição mais famosa foi "Aquarela do Brasil?, gravada pela primeira vez por Francisco Alves em 1939, e depois regravada um sem número de vezes. Foi nessa mesma época que o locutor criou o hábito de comemorar os gols com o toque de sua gaita, tornando-a uma de suas marcas registradas. Torcedor doente do Flamengo, Barroso seguiu seu caminho por diversas rádios de Rio e São Paulo. Criava programas atrás de programas, sempre com grande sucesso de ibope. Entre as principais emissoras que passou estão: Cosmos, Cruzeiro do Sul e Tupi.
Aquarela do Brasil Brasil, meu Brasil Brasileiro, Meu mulato inzoneiro, Vou cantar-te nos meus versos: O Brasil, samba que dá, Bamboleio, que faz gingar; O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor. Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá mim!... Ô, abre a cortina do passado; Tira a mãe preta do cerrado; Bota o rei congo no congado. Deixa cantar de novo o trovador, À merencória à luz da lua, Toda canção do meu amor. Quero ver essa Dona caminhando, Pelos salões, arrastando, O seu vestido rendado. Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!... Brasil, terra boa e gostosa, Da moreninha sestrosa, De olhar indiferente. O Brasil, verde que dá, Para o mundo admirar. O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor. Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!... Esse coqueiro que dá coco, Onde eu amarro a minha rede, Nas noites claras de luar. Ô! Estas fontes murmurantes, Onde eu mato a minha sede, E onde a lua vem brincar. Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro, É o meu Brasil Brasileiro, Terra de samba e pandeiro. Brasil!... Brasil! Além da carreira artística, o mineiro de Ubá também fez um bom trabalho na política. Foi eleito, em 1946, o segundo vereador mais votado do Rio de Janeiro. Em 1961, Ary Barroso foi vitima de uma cirrose hepática e, três anos mais tarde, no dia 9 de fevereiro de 1964 faleceu. Saiba mais sobre Ary Barroso no texto abaixo, reproduzido do Blog Peças Raras
Interferência - Ary Barroso, o homem da gaitinha
Ary Barroso é conhecido no mundo todo por sua música.
Mas em ano de Copa do Mundo o saudoso mineiro de Ubá também costuma ser lembrado por ter sido o inventor dos efeitos sonoros em transmissões esportivas.
Segundo o biógrafo Sérgio Cabral, autor de No Tempo de Ary Barroso, certa vez o saudoso compositor de Aquarela do Brasil, ao ouvir um jogo narrado por Gagliano Neto desligou o rádio certo de que a partida havia terminado empatada em 2 a 2 entre América e Botafogo. No dia seguinte, ao abrir o jornal, viu que tinha sido 3 a 2 para o Botafogo. Naquele momento, Ary percebeu que às vezes não se ouvia o grito de gol. Naquele tempo, não havia cabine de rádio nos estádios e o narrador ficava no meio da torcida. Como, nos anos 1930, entre as muitas funções que exercia no rádio, também narrava partidas de futebol, passa a buscar uma forma de marcar para o ouvinte a hora do gol. É esta história que você conhece melhor no Interferência, com Marcelo Duarte, Silvania Alves, Sérgio Miranda e Marcelo Abud no elenco. Ouça no player abaixo.
Originalmente, a cena reconstituída nesse radioteatro foi ao ar no dia 1º de janeiro de 1950, inaugurando a programação especial para a Copa do Mundo daquele ano na Rádio Tupi, de Assis Chateaubriand.