Alfredo Mostarda

Ex-zagueiro do Palmeiras e Santos

por Rogério Micheletti

Alfredo Mostarda Filho, o Alfredo Mostarda, zagueiro do Palmeiras nas décadas de 60 e 70, mora no bairro do Tatuapé, na capital paulista, casado, pai de duas filhas e avô de três netos, trabalha no projeto da Prefeitura de São Paulo para menores carentes dando aula de futebol na Vila Manchester, próximo à Vila Carrão, na Zona Leste. "Torço para que a Prefeitura mantenha esse trabalho, mas corre risco de acabar", lamentou Alfredo Mostarda, em junho de 2008.

Nascido no dia 18 de outubro de 1946, ele começou a carreira no Palmeiras em 1965 e depois de ser campeão juvenil foi emprestado para o Cruzeiro (RS), em 1967. Antes de retornar ao Palmeiras, em 1969, quando defendeu a equipe de aspirantes, Alfredo jogou no Marcílio Dias (SC), em 1968.

A falta de oportunidade no Verdão o levou a ser novamente emprestado em 1970. Desta vez, ele foi jogar no Nacional (AM), equipe na qual conquistou o título amazonense.

Antes de ganhar definitivamente uma chance no elenco alviverde, o zagueiro vestiu a camisa do América de São José do Rio Preto (SP), em 1971. Ainda em 1971, ele fez parte do elenco palmeirense que disputou a Taça Libertadores da América. "Eu era reserva do Nélson", lembra.

Em 1972, com a contusão de Polaco, que veio do Corinthians na negociação de Baldochi, Alfredo ganhou oportunidade para ser titular da equipe. No mesmo ano, Alfredo foi campeão paulista pelo Palmeiras, que deixou o Corinthians mais um ano na fila, que vinha desde 1954.
 
No entanto, com a saída do técnico Oswaldo Brandão e a chegada de Dino Sani para dirigir a equipe, o zagueiro começou a viver um inferno astral dentro do Palestra Itália. "Ele não respeitava muito os jogadores. Eu, o Eurico e o Leão fomos afastados por ele. Como o Bernardino foi muito mal em um jogo contra o Guarani, ele foi obrigado a colocar novamente o Leão como titular", diz Alfredo.

Mostarda conseguiu no Palmeiras os títulos de campeão brasileiro de 1972 e 1973 e campeão paulista de 1972 e 1974, mas com a chegada de Dino Sani, insatisfeito no Verdão, Alfredo foi emprestado ao Coritiba.

Mas no Coxa, o zagueiro reencontrou seu desafeto, Dino Sani, no ano seguinte. "O Coritiba era treinado pelo Jorge Vieira. Estava muito feliz lá ao lado do Jairo (goleiro), Oberdã (ex-Santos), Hermes e Luizinho, mas não aceitei a chegada do Dino Sani em 1976", comenta Alfredo.

"Eu disse para o presidente do Coritiba que com o Dino Sani eu não aceitaria trabalhar, devido aos problemas que tive com ele no Palmeiras. A diretoria tentou me convencer a continuar, mas não concordei e fiquei sem jogar por 10 meses", emenda Alfredo Mostarda.

Em 1977, ele foi jogar no Santos, que estava a procura de um zagueiro e o contratou por empréstimo. "Fui até o capitão do time, uma grande honra, no jogo contra o Cosmos, na despedida do Pelé", conta. Em 1978, Alfredo, na condição de reserva, voltou para o Palmeiras só saindo em 1980. De 1980 a 1983, ele defendeu o Taubaté (SP) e em 84 jogou apenas um mês no Jorge Wilstermann, da Bolívia. "Os bolivianos me prometeram salários em dólar, mas me pagaram em peso. Por isso peguei minhas malas e fui embora", conta.
 
Copa de 1974
 
Alfredo Mostarda fez parte da seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Ele atuou apenas uma partida naquele mundial, já que o miolo de zaga titular era formado por Luís Pereira e Marinho Peres.

Durante o programa "Golaço", da Rede Mulher de Televisão, no ano de 2007, Alfredo Mostarda falou sobre o atrito entre o goleiro Emerson Leão e o lateral-esquerdo Marinho Chagas, no dia daquele Polônia 1x0 Brasil, jogo que valia o terceiro lugar.

"O Leão já tinha falado para o Marinho Chagas não subir tanto, porque a Polônia tinha o Lato, que era um jogador que atuava muito bem pela ponta direita. O Marinho subiu. E o Leão, bastante irritado, não se segurou. Partiu pra cima do Marinho no vestiário", diz Alfredo, que pela seleção brasileira disputou apenas quatro partidas (todas no ano de 1974). Segundo o livro "Seleção Brasileira - 90 anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, foram: uma vitória, dois empates e uma derrota.

Agradecimento

Em 2008, Alfredo Mostarda teve de ser submetido a uma cirurgia no joelho. "Fiz alguns amigos dentro do futebol. Um deles, o doutor Joaquim Grava. Ele que fez a minha cirurgia", conta Alfredo Mostarda.
 
Abaixo, matéria especial da Band feita pelo repórter Nivaldo de Cillo com Alfredo Mostarda, sobre a decisão do Campeonato Paulista de 1974.

Abaixo, confira imagens incríveis do Canal 100 de Flamengo 0 x 2 Palmeiras, em 1973, no Maracanã. O jogo, válido pelo Brasileirão daquele ano, teve gols de Fedato e de Leivinha. O Palmeiras entrou em campo com Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo, Leivinha, Fedato e Pio (Nei). O técnico era o grande Oswaldo Brandão.

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Pelo Palmeiras:
 
Atuou em 303 partidas, sendo 167 vitórias, 98 empates e 38 derrotas. Marcou seis gols.
Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Pela Seleção Brasileira:


Atuou em quatro jogos, sendo uma vitória, dois empates e uma derrota.
Fonte: "Seleção Brasileira - 90 Anos - 1914-2004"
Autores: Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf

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