As falhas, “imprevisões” meteorológicas e os atletas estão entre as razões que tornaram a Olimpíada de Inverno marcante

As falhas, “imprevisões” meteorológicas e os atletas estão entre as razões que tornaram a Olimpíada de Inverno marcante

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi chamaram a atenção antes de seu início e durante os treze dias de competições. Antes do dia 6 de fevereiro, quando as competições começaram, o mundo já olhava com mais cuidado para o evento de inverno em si e todos os assuntos que o cercavam.

Polêmicas políticas, esportivas e até climáticas marcaram a Olimpíada. Veja sete razões pelas quais Sochi será lembrada para sempre.

1- Homossexualidade:
Uma das polêmicas que afastaram os torcedores dos jogos e fizeram com que manifestantes ocupassem grande espaço na competição foi a intolerância russa com a homossexualidade.

Antes mesmo da pira olímpica ser acesa no Estádio Olímpico de Fisht milhares pregavam o boicote aos Jogos Olímpicos de Sochi por causa de uma lei russa que restringia a propaganda homossexual no país. Com fama de preconceituosos, os russos viram a competição de inverno ganhar ares negativos em meio às grandiosidades preparadas pelo governo para que tudo estivesse perfeito aos olhos e televisores do mundo inteiro.

Durante os Jogos, mais polêmica quanto ao assunto. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acabou virando notícia ao abraçar a holandesa Irene Wust, homossexual assumida, que ganhou a medalha de ouro na patinação de velocidade em Sochi.

2- Medalhas:
Entre os medalhistas, recordes. Começando pelo norueguês Ole Bjoerndalen, o qual conquistou a sua 13ª medalha olímpica em Sochi e se tornou o maior medalhista de inverno da história. A conterrânea de Bjoerndalen, Marit Bjoergen também quebrou recorde de medalhas. No cross country estilo livre, ela conquistou sua décima medalha em Olimpíadas de Inverno, maior número já conquistado na modalidade.

O país-sede também não fez feio. Diferente do que aconteceu nos Jogos Olímpicos de Vancouver (Canadá), quando ficou em 11º lugar no quadro de medalhas, em 2014 a Rússia foi a grande campeã, com 13 ouros, 11 pratas e nove bronzes.

Destaque também para a Holanda, que ganhou todas as suas 24 medalhas na patinação de velocidade. Foram oito ouros, sete pratas e nove bronzes.

3- Temperaturas
Uma das preocupações dos organizadores dos Jogos de Sochi eram com relação à neve. A cidade estocou 450 mil metros cúbicos de neve para não correr o risco de ficar sem paisagens brancas em plena Olimpíada.

Durante a competição, fotos de agências mostraram turistas indo à praia, já que as temperaturas chegaram a 20 graus. Nas “geladas” montanhas, os termômetros marcaram mais de 10 graus e a neve começou a derreter.

4- Gelo
Na patinação artística, foi por pouco que o gelo não derreteu. O tempo esquentou principalmente na competição feminina e por equipes por conta de polêmicas fora do gelo.

No primeiro final de semana, a patinação russa conquistou o primeiro ouro do país em Sochi na patinação artística por equipes. Na ocasião, a jovem Yulia Lipniskaia emocionou ao conquistar a maior nota do final de semana.

No entanto, o jornal francês L’equipe publicou reportagem afirmando que o ouro russo não passava de uma farsa, já que haveria um acordo entre Estados Unidos e Rússia para que o país-sede levasse o primeiro lugar por equipes e em troca facilitasse a medalha dos norte-americanos na dança no gelo. Coincidência ou não, os EUA ficaram com o ouro na dança.

No último dia de competição individual feminina a polêmica foi por causa da nota dos juízes. A favorita ao ouro e atual campeã olímpica Yuna Kim (Coréia do Sul) ficou com a prata após ser desbancada pela novata russa Adelina Sotnikova.

O que mais chamou a atenção foi a diferença das notas das duas. Yuna Kim conquistou 144.19 pontos no programa longo e a russa, 149.95, o que foi determinante para o ouro. Mas a apresentação da coreana foi considerada por alguns especialistas como mais “limpa”, apesar de Sotnikova ter emocionado a todos. No programa curto, um dia antes, a sul-coreana havia ficado em primeiro e a russa em segundo.

5- Cômico ou trágico?
Os maiores personagens de Sochi foram, sem dúvida, os banheiros. Sem divisórias entre os vasos sanitários, muitos turistas e jornalistas divulgaram as imagens das privadas pelo mundo todo e classificaram os lugares como “o melhor lugar para se fazer amigo de Sochi”.

Nas redes sociais, algumas comunidades foram criadas especialmente para falar dos problemas de Sochi, como o banheiro sem divisórias, partes do Parque Olímpico inacabadas e até mesmo água suja da torneira.

6- Brasileiros
Os brasileiros voltaram para o Brasil sem medalhas, como já era esperado, mas a cada competição em que os atletas se superavam e não ficavam em último lugar, uma vitória era comemorada. A participação e estreia de outros também foram exaltadas.

O país conseguiu o feito de não ficar em último no bobsled masculino, no slalom, no slalom gigante, no snowboard e no esqui cross country.

Destaque também pela estreia de Josi Santos nos Jogos de Inverno. A ex-ginasta confirmou presença na competição e representou Laís Souza, companheira de treinamentos e amiga, que sofreu um acidente de esqui durante preparação para Sochi. Chorando muito e mandando força para Laís, foi difícil não se emocionar com Josi. Ela fez dois saltos simples, porém sem quedas.

7- A despedida
Tem gente que pensa que cerimônias de encerramento de jogos olímpicos sempre são chatas. Mas no caso de Sochi o final do grande show foi lindo. O urso polar apagou a pira olímpica com um sopro e assim que a chama foi extinta, uma lágrima escorreu de seu olho esquerdo, como em 1980 durante o encerramentos da Olimpíada de Verão de Moscou, quando o urso Misha também finalizou a cerimônia com uma lágrima escorrendo de seu olho.

No Twitter: @karla_torralba

Foto: UOL

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