O brasileiro Thiago Braz levou a medalha de ouro no salto com vara, desbancando os favoritos e fez a festa na Olimpíada em seu país. O sonho dourado tomou conta do ainda novato atleta, de apenas 22 anos, e já dono de uma medalha dourada olímpica.

Dito isso, pergunto: Por que classificar Thiago Braz como zebra? Surpresa tudo bem, mas zebra pega mal, incomoda a mim e explico o motivo: numa competição como os Jogos Olímpicos, o atleta que chega a uma final olímpica não pode nunca ser tratado como zebra.

Na condição de um atleta de alta performance, qualquer que seja a nacionalidade e a modalidade, o competidor deve ser encarado como um potencial vencedor da medalha de ouro, prata ou bronze. O esporte é assim.

Thiago Braz não estava entre os favoritos ao ouro, é fato. Mas agora ser rotulado como zebra é, no mínimo, um equívoco daqueles que não conhecem o esporte ou tendem a minimizar os feitos de um atleta, sobretudo quando esse veste verde e amarelo.

E digo isso deixando claro que não tenho vocação para “pacheco”, pelo contrário, abomino àqueles que adotam a linha da idolatria pelo Brasil e suas mazelas. É que neste caso temos que ser justos com a história do esporte e de seus competidores. Thiago Braz estava na briga e levou o ouro. Não era favorito, é fato, mas também nunca foi zebra. Saltou, vence, convenceu e ficou com a medalha.  

Em tempo: a nota triste da noite de competição do salto com varas foi a postura da torcida brasileira presente no Engenhão, que vaiou o francês Renaud Lavillenie, o grande favorito à medalha de ouro. O atleta foi vaiado na reta final dos seus saltos, numa atitude desrespeitosa de uma nação que não tem educação esportiva.

O brasileiro precisa, além de torcer, respeitar o adversário. É preciso vencer com postura de campeão, sobretudo quando envolve a torcida. No entanto, Thiago Braz não tem nada a ver com a falta de educação de muitos brasileiros que vaiaram o rival francês.

Parabéns, Thiago Braz! Curta seu sonho dourado!

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Foto: Divulgação