Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro escancara a fragilidade emocional dos atletas brasileiros. As derrotas, muitas delas frustrantes, revelam muita vontade e pouco equilíbrio dos brazucas, que se sentem ainda mais pressionados pelo fato de o país ser sede.
A torcida que tanto apoia, também prejudica. Algo normal, tratando-se dos jogos serem em nosso quintal. O problema não é o desejo por medalha do torcedor verde e amarelo, mas sim a fragilidade emocional do atleta tupiniquim.
Quem acompanha o esporte, sobretudo o de alto nível, sabe da importância do trabalho psicológico para que os atletas não refuguem na hora agá. Trata-se de olhar não apenas para os músculos do atleta e para seu fôlego, mas, sobretudo, para sua cabeça. Um campeão se faz também com equilíbrio no momento da decisão, cuja pressão derruba o ser humano fragilizado emocionalmente. E isso acontece em todos os setores da sociedade e não apenas no esporte.
O Brasil peca não só no trabalho psicológico com os seus atletas. As mazelas são muitas quando o assunto é o esporte, é fato. O país não é olímpico, tampouco existe alguma preocupação com isso. Tudo que é falado é balela. Nada é feito.
Os atletas que alcançam o sucesso pessoal, em esportes individuais, por exemplo, conseguem o feito devido a trabalhos individualizados, realizados muita vezes com recursos próprios e fora do país.
Por isso, a cada grande competição, assistimos incrédulos a derrocada de muitos brasileiros, seja no esporte individual ou coletivo, mesmo tidos como favoritos disparados. Na Rio-16, o exemplo é dos mais diversos.
No esporte coletivo, o futebol e o vôlei feminino e o basquete masculino escancaram o despreparo psicológico dos atletas. A pane foi total entre as meninas do vôlei na frustrante queda para a seleção chinesa. Já no basquete masculino, a falta de equilíbrio par decidir em duas prorrogações diante dos Hermanos culminou com uma frustrante e dolorida derrota.
No futebol feminino, a ausência dos nervos no lugar foi total entre as brasileiras. Um desastre emocional.
No esporte individual, o despreparo emocional é gritante entre os brasileiros do atletismo. Na natação o mesmo triste quadro. E tudo tratado de forma silenciosa e desrespeitosa com os atletas, que mereciam mais atenção e cuidados com a cabeça.
As boas exceções acontecem com o feito de Thiago Braz, que alcançou o ouro na prova de salto com vara, superando o grande favorito francês. E tudo isso aqui, com a torcida em cima, sedenta pela medalha.
No entanto, Braz já treina fora do país e com um treinador estrangeiro, numa estrutura diferenciada e que rende frutos como a medalha de ouro.
O atleta brasileiro apura o físico e sofre com a cabeça. E isso não é visto apenas nos esportes amadores. No futebol masculino, onde sobram dinheiro e investimentos milionários, jogadores também refugam, revelando a falta de um trabalho psicológico.
Na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o zagueiro Thiago Silva chorou antes da disputa de pênaltis diante do Chile. Uma cena emocionante, porém desesperadora em se tratando de um atleta de alto nível.
O problema é ainda maior, pois não existe interesse em mudar essa triste realidade. O Brasil não é um país olímpico e nunca será se seguir trilhando o imediatismo e pressionando atletas altamente fragilizados emocionalmente. Cuidar da cabeça é uma das primeiras ações que devem ser trabalhadas quando se deseja atletas de alto nível. É trabalho de base. Mas aqui falta tudo. Equilíbrio e, sobretudo, seriedade nas ações.
Uma pena...
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Foto: UOL
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