Romero é o espelho do corintiano

Romero é o espelho do corintiano

Nós amamos odiar o Romero e odiamos amá-lo pelo mesmo motivo: ele é apenas mais um rapaz latino-americano, que passou muito tempo no banco, foi alvo de chacota, perdeu os gols mais incríveis, ameaçou pegar o boné e ir embora, quando novos reforços chegaram, mas preferiu tentar mais uma vez.

O paraguaio Romero nunca vai chegar a ser Romerito, só pra citar um exemplo de um craque do mesmo país, que fez sucesso pelo Fluminense nos anos 80. Romero não vai virar ídolo incontestável como Gamarra foi no Corinthians, mas carrega nos ombros as dores e as delícias de ser o que ele pode ser.

Um dia o garoto cai na real e percebe que não vai virar um Zico, um Sócrates, um Messi, um Neymar e desiste do sonho de ser jogador de futebol. Mas quando vê Romero em campo, ele pensa que poderia ter chegado lá. Se identifica com a raça na marcação, com a correria desenfreada e com os lampejos de craque.

Romero é o espelho do corintiano. Ora é xingado, ora é vaiado, ora é maltratado. E de repente quando parece que vai terminar sem pódio ou beijo de namorada, marca o gol do título, corre pra galera e faz o sonho virar realidade.

Foto; Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

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