O corintiano vive em estado de graça. Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

O corintiano vive em estado de graça. Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Existe alguém mais feliz do que o corintiano nesta quinta-feira típica paulistana, com cara amarrada, mas sem a garoa habitual? Com certeza, não. O primo rico Palmeiras virou a viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido. Ia conquistar o mundo, foi comparado ao Real Madrid das Américas e acabou eliminado, que ironia do destino, pelo Barcelona do Equador.

O corintiano vive em estado de graça, Se alguém lembrar que o Rodrigo Maia é o presidente da Câmara, ele vai responder que está preocupado mesmo é com a fase esplendorosa do Rodriguinho. Se alguém falar do desemprego recorde e lamentar que as reformas trabalhistas e previdenciárias do impopular Temer vão estourar nas costas dos mais pobres, ele vai mudar rapidinho de assunto e dizer que não há motivo para temer por uma queda corintiana. Afinal quem comanda o Timão é o Carile, aquele que assumiu prometendo apenas um time organizado, enfiou os rivais no bolso e continua pensando jogo a jogo, passo a passo.

O Corinthians é a pausa que satisfaz, é a fuga temporária na crise que desanima o país. É a unanimidade inteligente, é a prova de que é possível ir além do que estava previsto e de que é preciso desafiar a ordem anunciada. O patinho feio, a quarta força em São Paulo se uniu, retomou a tradição do mascote Mosqueteiro: um por todos e todos por um e derrubou os profetas, videntes e rivais, que após o título do Paulistão cravaram que aquilo era apenas um prêmio de consolação.

O Corinthians de tradições e glórias mil, o Corinthians que desafiou a ordem vigente desde a fundação, que ajudou a popularizar o esporte, que enfrentou a ditadura com o toque de classe de Sócrates, Zenon, Casagrande e Wladimir, O Corinthians é novamente a bola da vez. Pelas linhas do futebol, o Timão está ensinando a não entregar os pontos antes da hora.

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