Neste Dia dos Pais, diversas histórias com um ponto em comum

Neste Dia dos Pais, diversas histórias com um ponto em comum

Domingo, 8 de agosto de 2021, Dia dos Pais.

Não são poucos os exemplos da presença de pais e filhos esportistas, em diversas modalidades. No automobilismo, mais especificamente na Fórmula 1, eles são numerosos e reservam algumas curiosidades.

Graham Hill (1929-1975) e Damon Hill  eram até 2016 os únicos exemplos de pai e filho campeões mundiais da Fórmula 1. Graham faturou os títulos em 1962 e 1968, por BRM e Lotus, respectivamente, enquanto Damon levantou o campeonato em 1996, pela Williams. A família Rosberg, com Keke e Nico igualou o feito dos Hill.

 Graham Hill e o filho Damon, ambos campeões na F1. Foto: Divulgação

Keke Rosberg e seu filho Nico Rosberg também foram campeões. Keke venceu em 1982 com a Williams-Ford, enquanto seu filho Nico levantou o caneco em 2016, pela Mercedes, e acabou surpreendendo a todos ao término da temporada, anunciando sua aposentadoria, aos 31 anos, no encerramento do mesmo ano em que foi campeão.

Keke e Nico Rosberg. O pai foi campeão em 1982 pela Williams e o filho em 2016, com a Mercedes. Foto: arquivo pessoal de Nico Rosberg

 

TRÊS PAIS CAMPEÕES E SEUS FILHOS

O tricampeão Jack Brabham, cujas conquistas aconteceram em 1959, 1960 (ambas pela Cooper) e 1966 pela Brabham, equipe que fundou, teve dois filhos que competiram na F1 (David e Gary), ambos por equipes de pequena expressão. David guiou na fase decadente da própria Brabham e depois na Simtek, enquato Gary foi piloto da Life. Outro filho de Jack Brabham, Geoff, teve maior sucesso, mas não na F1. Ele venceu uma edição das 24 Horas de Le Mans e também competiu na extinta CART, depois Indy, assim como Gary.

Outro tricampeão que não teve um filho vitorioso na F1 foi Nelson Piquet. O brasiliense, vencedor dos mundiais de 1981 e 1983 pela Brabham e 1987 pela Williams, viu a carreira de seu filho Nelsinho Piquet desmoronar na F1 após o escândalo no GP de Cingapura de 2008, quando o piloto premeditadamente provocou um acidente para favorecer seu companheiro de equipe na Renault, o espanhol Fernando Alonso. Tanto o pai quanto o filho se defenderam, dizendo que a ordem para a manobra foi do então chefe da equipe, Flavio Briatore e Pat Symonds, que era diretor-técnico. Briatore acabou banido da F1 e Pat Symonds cumpriu pena para retornar pela Marussia em 2012 e depois assumir um cargo técnico na Williams.

Nelsinho não conquistou um campeonato na F1 mas tornou-se o primeiro campeão da Fórmula E, categoria na temporada 2014/2015. Atualmente compete em sua própria equipe na Stock Car.

Nelsinho e Nelson Piquet em 11 de novembro de 2015, durante o "Capacete de Ouro", premiação da Revista Racing, no Espaço Bosque, em São Paulo. Foto: Marcos Júnior Micheletti

 

O norte-americano Mario Andretti, vencedor do Mundial em 1978, pela imbatível Lotus, carro dotado de efeito solo projetado por Colin Chapman, não viu seu filho triunfar na Fórmula 1, categoria pela qual competiu em uma única temporada, em 1993, quando foi companheiro de Ayrton Senna, na McLaren-Ford. Michael envolveu-se em vários acidentes e acabou demitido antes mesmo do término do ano, após 13 GPs. Pontuou em três deles, com um quinto lugar no GP da Espanha, um sexto na França e o terceiro na Itália, seu único pódio.

Se na Fórmula 1 os desempenhos foram distintos, na Indy os Andretti ficaram mais próximos. Mario foi campeão em 1984 e Michael em 1991, ambos pela equipe Newman/Haas.

Hoje, Michael é dono de sua própria equipe na Indy, a Andretti Motorsport, onde compete mais um do clã, seu filho Marco Andretti. Mario, por sua vez, cuida de uma vinícola que fundou nos Estados Unidos, em Napa Valley, no Colorado, onde produz cerca de 30 mil caixas de garrafas de vinho por ano, com o nome Andretti.

Exemplo contrário ao de Mario Andretti aconteceu com o canadense Gilles Villeneuve, morto em um trágico acidente durante o treino de classificação para o GP da Bélgica de 1982, em Zolder.

O então piloto da Ferrari, era considerado um potencial campeão na década de 80, mas seu estilo arrojado muitas vezes o levou a cometer muitos erros, como o próprio acidente que o vitimou, quando tentava bater a marca de seu companheiro de equipe, o francês Didier Pironi e atingiu a roda traseira da March do alemão Jochen Mass. Gilles foi arremessado para fora de sua Ferrari preso ao seu banco, morrendo no próprio autódromo, junto ao guard-rail.

Seu filho Jacques Villeneuve, em contrapartida, apesar de também arrojado, foi muito mais consistente, após uma trajetória espetacular pela Indy, onde em seu primeiro ano (1994) foi o segundo colocado nas 500 Milhas de Indianápolis e, no ano seguinte, venceu o título da categoria, para despertar atenção da Fórmula 1 e ser contratado pela Williams, onde foi vice em 1996 e campeão em 1997, derrotando Michael Schumacher.

OUTROS PILOTOS DA F1 QUE TIVERAM FILHOS NA ELITE DO AUTOMOBILISMO

Wilson Fittipaldi Júnior, o Wilsinho, irmão mais velho do bicampeão Emerson Fittipaldi, disputou 38 GPs e marcou três pontos. Seu filho, Christian, que viveu bons momentos pela Indy, e atualmente compete com protótipos nos Estados Unidos, correu dois GPs a mais (40) e marcou 12 pontos, por Minardi e Arrows, entre 1992 e 1994. Wilsinho competiu pela Brabham em 1972 e 1973 e pela Copersucar-Fittipaldi em 1975, equipe fundada por ele e seu irmão Emerson, que foi encerrada em 1982. Nem Wilsinho nem seu filho Christian subiram ao pódio na F1. Eles também disputaram provas na Stock Car. Na Indy, Christian teve uma bela carreira, competindo por nove temporadas consecutivas, obtendo duas vitórias e subindo ao pódio nas 500 Milhas de Indianápolis em seu ano de estreia, em 1995. Foi quinto colocado em dois campeonatos: 1996 e 2002, e obteve uma pole, na Rio 200, em Jacarepaguá. A vitória na prova acabou ficando com o colombiano Juan Pablo Montoya. O escocês Dario Franchitti foi o segundo e Christian completou o pódio, em terceiro.

Wilsinho e Christian Fittipaldi em 03 de setembro de 2010, em Interlagos. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

 

Jos Verstappen teve uma passagem discreta (para dizer o mínimo) na Fórmula 1, subindo ao pódio apenas duas vezes em oito temporadas (duas delas incompletas), tendo como melhores resultados dois pódios, ambos como terceiro colocado, em seu ano de estreia, em 1994, com Benetton-Ford.

Depois, Jos peregrinou por diversas equipes: Simtek, Footwork, Tyrrell, Stewart, Arrows e Minardi, esta sua última escuderia, em 2003.

Seu filho Max Versatappen, em contrapartida, em sua sétima temporada na F1, o supera com larga margem. Após conquistar o título da F3 Europeia em 2014, tornou-se o mais jovem piloto a testar um F1, no mesmo ano, a Toro Rosso, equipe com quem assinou contrato para 2015. Também é atualmente o mais jovem a ter guiado oficialmente um carro de F1, ter subido a um pódio, vencer uma corrida e fazer melhor volta.

Já soma 15 vitórias e oito poles na F1. Atualmente é o vice-líder do campeonato. 

Menino-prodígio, Max superou o pai Jos Verstappen em bem menos tempo na F1. Foto: UOL

 

OUTROS PAIS E FILHOS NA F1

O alemão Manfred Winkelhock, que morreu em um acidente durante uma prova de turismo no Canadá, no circuito de Mosport, marcou dois pontos pela Fórmula 1, no GP do Brasil de 1982, disputado em Jacarepaguá, competindo pela equipe ATS. Seu filho, Marcus Winkelhock, participou de um único GP, o da Europa de 2007, em Nurburgring, na Alemanha, pela extinta equipe Spyker. 
Curiosamente, em sua única participação na categoria, Markus liderou a prova, apostando em largar com pneus para chuva mesmo com pista seca. Ainda na primeira volta, um verdadeiro dilúvio caiu no autódromo alemão e o Markus Winkelhhock manteve-se na dianteira por alguns instantes, até os carros mais competitivos deixá-lo para trás. Ele acabou abandonando com problemas no motor Ferrari de seu Spyker, após largar em 22º, último no grid.

O japonês Satoru Nakajima, que protagonizou o acidente que tirou a primeira vitória de Ayrton Senna no GP do Brasil de 1990, em Interlagos, também viu seu sobrenome nas pistas entre 2007 e 2009, quando seu filho Kazuki Nakajima competiu pela Williams.

O pai, Satoru, que foi companheiro de Senna em 1987 na Lotus (equipe que defendeu também em 1988 e 1999), totalizou cinco temporadas na categoria e marcou 16 pontos, passando também pela Tyrrell, em 1990 e 1991. Seu filho Kazuki marcou nove pontos. Nenhum dos dois subiu ao pódio na F1.

O dinamarquês Jan Magnussen, companheiro de Rubens Barrichello na Stewart-Ford nas temporadas de 1997 e 1998, tem algo em comum com seu filho, atual piloto da Haas, mas que já passou pela McLaren. Jan Magnussen também foi piloto da McLaren, em 1995. Kevin, que estreou em 2014, começou causando excelente impressão, subindo ao pódio na primeira prova da temporada, na Austrália, prova vencida por Nico Rosberg, da Mercedes. Jan, por sua vez, marcou um único ponto na Fórmula 1, e ainda compete em carros de turismo.

Kazuki e o pai Satoru Nakajima. Foto: Divulgação

 

Clã Andretti: Mario (centro) com o filho Michael (à esquerda na foto) e Marco, todos pilotos. Foto: Divulgação

Jacques experimenta o cockpit da Ferrari de seu pai, Gilles Villeneuve (1950-1982), que segura a pequena Melanie. À esquerda, Joanne, esposa de Gilles. Foto: Divulgação

 

Jan e o filho Kevin Magnussen, que foi piloto da Haas. Foto: Divulgação

 

Ainda bebê, Markus e o pai, já falecido, Manfred Winkelhock (1951-1985). Foto: Divulgação

 

 

O saudoso tricampeão Jack Brabham (1926-2014) e seu filho David, em 2013. Foto: Divulgação

 

Pai e filho: Graham Hill (1929-1975) e o filho Damon Hill com minicarros em um aeroporto inglês. Foto: Divulgação 

 

Christian, aos cinco anos, tentando movimentar o Copersucar Fittipaldi em frente aos boxes de Interlagos, observado pelo pai Wilsinho. Foto: arquivo pessoal de Christian Fittipaldi



    

 

 

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