Após livrar o Santos do rebaixamento no Campeonato Paulista, o auxiliar Marcelo Fernandes passa o bastão para Fernando Diniz. Com muito tempo de casa, o membro da comissão técnica permanente do Peixe não esconde a realidade do torcedor e destaca: o novo treinador terá muitos desafios no comando da equipe.

Em entrevista exclusiva ao Portal Terceiro Tempo, Fernandes explicou qual a situação do clube e comentou qual Santos Fernando Diniz encontrará.

“O Fernando está chegando, é um grande treinador, uma grande pessoa, tem uma comissão técnica experiente. Pessoas muito íntegras e de caráter, e com grande conteúdo para acrescentar para essa molecada. Temos um grupo muito enxuto, onde vai precisar de peças. Ele sabe disso. Todos sabem. Para dar um grau de estrutura para essa molecada seguir evoluindo cada vez mais”, disse o auxiliar.

“Os desafios são inúmeros, são desafios de uma equipe que está em franca evolução, são meninos que começaram a jogar de forma abrupta, são jogadores que deram conta do recado, garotos de 16, 17 e 18 anos. O importante é que o Santos ganhou com tudo isso. A chegada do Fernando vai ser importante para que nós todos juntos possamos dar qualidade, possamos dar aquilo que os jogadores precisam, que são treinamentos e respaldo principalmente. E com certeza, com a chegada de alguns reforços, a equipe vai ficar forte”, afirmou.

O treinador interino do Peixe ainda valorizou a qualidade e o empenho dos jogadores que integram o elenco alvinegro hoje, destacando que Diniz também encontrará pontos positivos na Vila Belmiro.

“Ele vai encontrar muitas coisas boas: jogadores interessados, jogadores extremamente profissionais que se doam ao clube. E com certeza a chegada dele vai ser importante para que a gente faça um grande Campeonato Brasileiro, uma grande Copa do Brasil e uma grande Libertadores também”, declarou.

CONFIRA OUTROS PONTOS DA ENTREVISTA DE MARCELO FERNANDES:

A RESPOSTA DOS MENINOS EM MEIO À CRISE

“A situação financeira do clube não é boa, a atual diretoria está fazendo de tudo para equacionar esses problemas e está fazendo as coisas muito bem feitas no dia a dia, está nos dando respaldo. E essa molecada foi colocada à prova. Temos que coroar o trabalho que vem sendo feito na base. Esses meninos, Pirani, Kaiky, vêm desde o sub 11, passaram nas mãos de grandes profissionais que deixaram eles hoje nessa situação. Logicamente era um momento difícil, complicado psicologicamente falando. São profissionais, garotos muito novos. Graças a Deus são garotos de muita personalidade, além de ter muito futebol e deram conta do recado”

DIFICULDADE DE ASSUMIR A EQUIPE EM MEIO A MARATONA D E JOGOS

“Foi difícil, o trabalho do professor Holan era muito bom e fomos pegos de surpresa com a decisão dele, no momento tínhamos muitos jogos. Procurei deixar os jogadores mais tranquilos, na base da conversa, até porque não tinha período de treino para fazer. Taticamente era muito difícil tenta ajustar, era faltando um dia para o jogo, no máximo dois. Eram mais treinos específicos em cima do adversário que nos iríamos enfrentar. Foi um período difícil, mas os jogadores assimilaram bem, nos deram respaldo, tivemos um trabalho árduo de toda a comissão. E o importante é que no final, o mínimo necessário, um clube do tamanho do Santos conseguiu, foi ter conseguido permanecer na primeira divisão do Paulista. Foi uma campanha que ninguém esperava, foi muito abaixo do que o Santos merece”

O SANTOS PODE SOFRER NO BRASILEIRO NOVAMENTE?

“Não pode se repetir. Isso foi um aprendizado para o clube, para todas as esferas, não podemos passar um susto desses. Até porque o Campeonato Brasileiro é mais difícil, muito mais competitivo.  E temos que estar preparados para que um susto desses não aconteça. Temos que trabalhar bastante. A diretoria também vai trabalhar bastante para conseguir deixar esse grupo encorpado”

A IMPORTÂNCIA DE MARINHO

“O Marinho é uma pessoa extraordinária, um profissional exemplar, que gosta do clube, está feliz no clube. Eu procurei dar mais ritmo de jogo para ele, pois ele com certeza ia se condicionar jogando. Não tinha como tirar ele com 20 minutos do segundo tempo para deixar treinar fora, muito pelo contrário. Optamos por deixá-lo em campo para pegar o ritmo jogando, que é o mais importante. Ele é um jogador que precisa muito treinar para atingir aquele nível que atingiu no ano passado na Libertadores. Ele fez dois jogos muito bons contra o Red Bull Bragantino e The Strongest. Infelizmente contra o Strongest ele sentiu um pouquinho. Fomos para o jogo do Palmeiras, ele tentou fazer tratamento para jogar, mas sentiu também o músculo do chute. Infelizmente foi constatada uma lesão, que é pequena, mas está incomodando. Ele está fazendo tratamento intensivo. Ele é importantíssimo para a sequência dos campeonatos. É um cara que a molecada tem muito carinho, muito respeito por ele. E vai ser muito por importante na sequência do ano”