O anúncio das novas datas da Olimpíada é o sinal verde para que as federações de todo o mundo possam começar a se reorganizar

O anúncio das novas datas da Olimpíada é o sinal verde para que as federações de todo o mundo possam começar a se reorganizar

Fábio Piperno (@piperno)

O previsível anúncio do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio definiu o maior dos problemas relacionados ao evento, que era o de oficializar o inevitável. Concluída essa dolorida etapa, a de adiar pela primeira vez em 124 anos o maior e mais complexo evento esportivo do planeta, o Japão e o Comitê Olímpico Internacional não perderam tempo ao determinar que a próxima Olimpíada começará no dia 23 de julho de 2021. Exatamente na mesma semana em que os Jogos começariam em 2020 .
Resolvidas as duas questões mais urgentes, inicia-se agora a corrida para remover todos os obstáculos que organizadores, federações esportivas, patrocinadores e atletas terão de driblar. Podemos dividir os hercúleos desafios que estão colocados em quatro categorias.

1) Calendário

Agora que Japão e Comitê Olímpico Internacional anunciaram quando os Jogos ocorrerão, as federações esportivas precisam redesenhar rápido seus calendários de eventos. Muitas terão de reorganizar seletivas. O impacto dessa gigantesca cadeia é imenso. Sem queimar a largada, o atletismo saiu na frente. Minutos depois do anúncio de que os Jogos/21 já têm data, a Iaaf informou que o mundial antes programado 2021 será mesmo em 2022. Falta apenas fechar com os organizadores do evento, que será em Eugene, nos Estados Unidos, o período em que será realizado.

2) Contratos

Acordos dos organizadores com patrocinadores certamente precisarão ser rediscutidos. E como ficarão os contratos com federações, atletas e veículos de comunicação? Serão prorrogados, encerrados em seus limites ou simplesmente rompidos? E será que, em ambiente de contração da economia mundial, algum patrocinador sucumbirá e deixará de existir por conta de fusão ou até mesmo de quebra?

3) Infraestrutura

Certamente, o custo de manutenção das instalações se tornará um item mais relevante. E há a questão da Vila Olímpica. Todos os imóveis estavam sendo negociados para entrega após os Jogos. Como será a negociação com os novos proprietários? Perto de mil apartamentos já haviam sido vendidos, com a promessa de serem liberadores a partir de setembro.

4) Turismo

Parece óbvio que o Coronavírus e a recessão mundial reduzirão o apelo dos Jogos na indústria do turismo. Os preços cairão? E quem desistir, será reembolsado? Os visitantes terão direito à mobilidade plena pelo país, algo indiscutível antes da pandemia?

Além desses quatro grupos de desafios, é importante lembrar que mesmo antes da pandemia do Coronavírus a economia japonesa já se encontrava estagnada, fenômeno que se estende por praticamente uma década. Dono do terceiro maior PIB do planeta, o país teria na Olimpíada 2020 um estímulo vibrante para tentar romper a prolongada letargia econômica, além de auferir lucros com turismo e imagem. Agora, é na tural qu e tal expectativa também fique abalada.

E como será se a pandemia demorar para ser controlada? Até porquê, ninguém fez pacto com o Coronavírus para saber quando tudo isso acabará.

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