Com mais dinheiro e elenco, o Palmeiras começa a temporada com menos problemas que os rivais, enquanto o São Paulo está bem atrás

Com mais dinheiro e elenco, o Palmeiras começa a temporada com menos problemas que os rivais, enquanto o São Paulo está bem atrás

Fábio Piperno (twitter @piperno)

As previsões tão açodadas quanto equivocadas de 2017 inseriram no folclore do futebol a expressão “quarta força”. Diferente de uma Olimpíada, onde acabar em quarto pode significar status e ascensão, no ludopédio a posição é um carimbo de desonra e motivo de deboche entre os torcedores rivais. E no futebol paulista, quem mais corre risco de receber o incômodo rótulo é o São Paulo.

O Tricolor que flertou com o Z-4 em 2017 começa o ano com o time inferior ao do ano passado. Os titulares são praticamente os mesmos. Só que agora sem Hernânes, o principal jogador da temporada passada. Isso significa muito. Sem ele, o atual time do São Paulo perde o maior talento, o craque das bolas paradas, o principal organizador do time e a referência intelectual e emocional de uma equipe que corre muito, pensa pouco e joga menos ainda, de forma burocrática.

Não dá para esperar muito de um time que se contenta com o esforçado Militão como lateral-direito improvisado, ou que dependa da criatividade de uma linha de meias formada por Marcos Guilherme-Shaylon-Lucas Fernandes ou qualquer outro dos genéricos usados até aqui. Também não seria correto apontar Diego Souza como reforço. Trata-se apenas de reposição para a lacuna aberta com a saída de Lucas Pratto. Então, como confiar em um time assim?

É bem verdade que Corinthians e Santos também perderam jogadores importantes. Mas o Timão tem uma base que é campeã brasileira e um técnico de olhar arguto, que às vezes resolve um problema sério com um simples reposicionamento dos titulares. Como exemplo vale a nova função de Jádson. Pelo meio, não precisa voltar o tempo todo para ajudar o lateral a fechar a beirada do campo. E centralizado, ajuda Rodriguinho na aproximação ao homem posicionado mais perto da área. Significa mais talento perto do gol.

O Santos está com a defesa arrumada e um ataque que repatriou Gabigol. Existe no futebol paulista um time com uma dupla ofensiva de mais talento que a formada por Bruno Henrique e Gabigol? É óbvio que Gabriel Barbosa precisa voltar a ser o jogador de dois anos atrás para mostrar que ainda merece o status de craque. Mas é uma aposta que vale a pena.

Falta ainda ao Peixe mais qualidade no meio-campo. Um nome com potencial para se tornar um novo Lucas Lima. Não é fácil. Mas a missão e as carências do São Paulo são, por enquanto, muito mais sérias. E até resolvê-las, o rótulo de quarta força tem dono.

Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação

 

Últimas do seu time