Técnico ex-Corinthians se consolidou com ideias mais reativas, diferente do que o Santos diz ter como filosofia. Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians

Técnico ex-Corinthians se consolidou com ideias mais reativas, diferente do que o Santos diz ter como filosofia. Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians

Por diferentes motivos, Fernando Diniz não deu certo no Santos. Demitido no último domingo (5), o agora ex-treinador alvinegro já foi substituído na Vila Belmiro e para isso o Peixe foi na direção oposta daquilo que Diniz pensa de futebol. Fábio Carille é o nome escolhido pela direção santista e assinou contrato até dezembro de 2022.

Ainda que seja um treinador de bom nível e que já tenha mostrado a capacidade de montar times competitivos em seu trabalho no Corinthians, Carille é a antítese do futebol santista. Goste-se ou não de suas ideias, o treinador tem uma filosofia de jogo oposta daquela que o Santos se acostumou nas últimas duas décadas, que, na maior parte do tempo, foi de futebol mais ofensivo.

Essa característica se acentuou nos últimos dois anos e meio, quando o clube da Vila Belmiro teve Jorge Sampaoli, Cuca, Ariel Holan e Fernando Diniz no comando da equipe. Uns mais, outros menos, mas todos treinadores ofensivos.

Claro que é difícil avaliar o trabalho de Carille na Arábia Saudita e afirmar como sua equipe, o Al Ittihad, jogava. Mas pelo que o apresentou no Corinthians, a ideia de jogo é mais baseada numa defesa fortalecida e na montagem de um time mais reativo. E, óbvio, o técnico pode chegar ao Peixe e mostrar grande repertório ofensivo.

Contratar o ex-corintiano mostra que o Santos tem como preocupação, talvez quase um desespero, por resultados imediatos. O time não vence há seis jogos somando Brasileiro, Copa do Brasil e Brasileirão e está próximo da zona de rebaixamento no campeonato nacional. Ao buscar Carille, a direção santista mostra que hoje o que vale mais é ganhar, independente de qual seja a proposta de jogo e a filosofia colocada em campo.

Uma questão importante a se considerar é o elenco santista: após perder peças importantíssimas no primeiro semestre, as últimas delas Kaio Jorge e Luan Peres, o Peixe foi ao mercado e se reforçou com jogadores indicados por Fernando Diniz, com características que se encaixam nas ideias do ex-treinador e que aceitaram as ofertas alvinegras justamente para trabalhar com o profissional demitido.

Diante disso, o Peixe terá elenco com características para se encaixar as ideias de Fábio Carille? O time da Vila Belmiro não tem hoje, por exemplo, um volante de marcação em seu elenco depois da saída da Alison.

Fato é que a direção santista foi conservadora e diante da necessidade de “estancar a sangria”, buscou um treinador capaz de fortalecer a equipe defensivamente. O torcedor aceitará as ideias mais “retranqueiras” de Carille? Bom, ouso dizer que o torcedor quer vencer. Se será chutando uma vez no gol e com 10% de posse de bola, não importa. Especialmente quando a fase não é boa e o Z4 se aproxima, o torcedor quer os três pontos e nada mais.

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