Alvinegro carioca bate o São Paulo e ergue a taça de campão de 2024. Foto: Vitor Silva/Botafogo

Alvinegro carioca bate o São Paulo e ergue a taça de campão de 2024. Foto: Vitor Silva/Botafogo

Lino Tavares

Chegamos ao final do Brasileirão de 2024 praticamente sem nenhuma surpresa em relação ao que se poderia esperar, à luz do que foi dado observar na penúltima rodada do certame nacional.

O Botafogo volta a saborear mais uma conquista do campeonato brasileiro - a 3ª de sua história - depois de um longo jejum desse título que é o maior sonho de consumo dos clubes brasileiros dentro do território nacional

Jogando para escanteio a classificação de "cavalo paraguaio", que lhe coube no ano passado, depois de pipocar no Brasileirão de 2023, que liderou durante muito tempo, desmoronando nos últimos jogos e tendo que se contentar com uma vaga para a pré-Libertadores, o alvinegro carioca deu uma super volta por cima nesta temporada, já que não só ganhou o título brasileiro como também o da Libertadores da América.

Os demais competidores chegaram exatamente onde até onde poderiam chegar com as equipes que os representaram na disputa, embora cumpra ressaltar que o Corinthians, que terminou o campeonato vencendo o Grêmio por 3 a 0, na Arena gremista, deu um giro de 180º na qualidade de seu futebol, algo que, se tivesse acontecido no primeiro turno, o teria colocado no topo da tabela, disputando o título do campeonato de igual para igual com o Botafogo.

Se por um lado o time treinado por Ramón Díaz tem sobrados motivos para sonhar com uma temporada de luxo em 2025, por outro torcedores como os do Palmeiras e Grêmio têm razões de sobra para temer por momentos de pesadelo, no ano que vem, em função da maneira penosa, descontadas as posições na tabela, como suas equipes terminaram este Brasileirão.

Embora tenha ficado com o vice-título do campeonato, o alviverde paulista deu claras demonstrações de viver momentos de declínio no seu futebol outrora qualificado. É crível que o ciclo vitorioso de Abel Ferreira no comando técnico palmeirense, a exemplo de Renato Portaluppi no Grêmio, já tenha chegado ao fim.

Tanto um quanto o outro representam hoje nesses dois gigantes do futebol brasileiro "bananeira que já deu cacho". Viveram o apogeu, conquistando títulos nacionais e internacionais, mas é chegada a hora de passarem o bastão para treinadores capazes de imprimir uma nova filosofia de jogo nas tradicionais agremiações.

Outro clube gigante que se despediu do Brasileirão, deixando sua torcida com "uma pulga atrás da orelha", foi o Internacional, que, depois de uma invejável série invicta, perdeu nas três rodadas finais, sendo que nesta última caiu de goleada para o Fortaleza, resultando na 5ª colocação, depois de haver até sonhado com a possibilidade de chegar ao título.

Aliás vale dizer, considerando o opaco futebol revelado na reta final do campeonato, que Inter e Grêmio precisarão melhor muito seus padrões de jogo para não serem eliminados precocemente na Copa Libertadores e na Sul-Americana, respectivamente. Até porque perderão jogadores importantes na temporada que vem aí.

No aspecto geográfico, cumpre observar futebolisticamente que a temporada que se encerra colocou o Nordeste à frente da Região Sul, em número de clubes integrando a elite do futebol brasileiro.

Com a queda do Criciúma e do Athletico Paranaense para a série B e a ascensão do Sport e Ceará para a série A, o Brasileirão da divisão principal do ano que vem terá cinco clubes nordestinos e apenas três sulinos.

Os três representantes da Região Sul, no campeonato brasileiro de 2025, são do Rio Grande do Sul, fazendo parecer que os problemas das enchentes causados aos clubes gaúchos tiveram reflexos negativos nos estados do Paraná e Santa Catarina, que não terão representantes no Brasileirão do ano que vem.

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