Sócrates, abraçado por Palhinha, comemora seu segundo gol na partida. Foto: Revista Placar

Sócrates, abraçado por Palhinha, comemora seu segundo gol na partida. Foto: Revista Placar

Quase 100 mil torcedores compareceram ao Morumbi na tarde de 12 de novembro de 1978, um domingo, para o clássico entre Palmeiras e Corinthians, válido pelo Campeonato Paulista.

Em uma jornada inspirada dos saudosos Sócrates (1954-2011) e Palhinha (1950-2023), o Alvinegro não encontrou dificuldades para golear o rival por 3 a 0, embora todos os tentos tenham acontecido na etapa final.

O primeiro gol, aos 24 minutos do segundo tempo, foi o mais bonito. O ponta-direita Vaguinho se livrou da marcação de Alfredo Mostarda para cruzar para a esquerda, onde Sócrates chegava na entrada da grande área esmeraldina para acertar um lindo chute, forte, no ângulo esquerdo de Gilmar.

"A bola veio pedindo me chuta, me chuta, e Sócrates encheu o pé", narrou José Silvério, utilizando uma de suas frases mais marcantes para narrar gols.

Palhinha, que formou uma dupla afinadíssima com Sócrates pelo time de Parque São Jorge, foi o assistente do segundo gol, novamente de Sócrates, que iniciou a jogada, foi agarrado por Marinho Peres (1947-2023), mas ainda assim conseguiu servir Palhinha, que driblou Gilmar na grande área e tocou para o Doutor, que virou o pé direito, com a elegância habitual e bateu seco para o fundo do gol. O cronômetro apontava 43 minutos.

O terceiro gol, no último minuto de jogo, contou com uma falha dupla de Gilmar e do lateral-esquerdo Pedrinho. Palhinha lançou para ele mesmo, pela direita, mas a bola correu demais e os dois palmeirenses se chocaram.

A bola sobrou livre para que Vaguinho chutasse do meio círculo e decretasse o placar final pró-Corinthians em 3 a 0.

Os treinadores das duas equipes já nos deixaram: o argentino Filpo Nuñez (1920-1999), que comandava o Palmeiras, e José Teixeira (1935-2018), então o comandante corintiano. 

Um ano após o Corinthians ter voltado ser campeão (ao ganhar o Paulista de 1977 diante da Ponte Preta), a temporada de 1978 não foi tão boa para o Alvinegro, que nem chegou às semifinais. O Santos, com os "Meninos da Vila" superou o experiente elenco são-paulino para ficar com o título estadual daquele ano.

De qualquer forma, novamente sob o comando da dupla Sócrates e Palhinha, o Corinthains seria novamente campeão em 1979, mais uma vez derrotando a Ponte Preta.

ABAIXO, COM NARRAÇÃO DE JOSÉ SILVÉRIO (RÁDIO JOVEM PAN-AM), OS TRÊS GOLS DA VITÓRIA CORINTIANA SOBRE O PALMEIRAS EM 12 DE NOVEMBRO DE 1978, PELO CAMPEONATO PAULISTA

 

FICHA TÉCNICA DA PARTIDA

PALMEIRAS 0 X 3 CORINTHIANS

CAMPEONATO PAULISTA

Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi - São Paulo - SP
Data: 12 de novembro de 1978 (domingo)
Horário: 16h00 
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschillia

Gols: Sócrates aos 24 e aos 43 minutos do segundo tempo, e Vaguinho, aos 45 minutos do segundo tempo.

Público: 97.907 torcedores

PALMEIRAS: Gilmar; Rosemiro, Marinho Peres, Alfredo e Pedrinho. Ivo, Escurinho (Zé Mário) e Jorge Mendonça. Amílton Rocha, Toninho e Baroninho (Altimar). Técnico: Filpo Nuñez.

CORINTHIANS: Jairo; Zé Maria, Amaral, Zé Eduardo e Wladimir. Taborda (Cláudio Mineiro), Biro-Biro e Sócrates, Vaguinho, Palhinha e Romeu. Técnico: José Teixeira.

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