por Rogério Micheletti/colaborou Alexandre Altheman
Filpo Nuñez, o Nelson Ernesto Filpo Nuñez, o famoso técnico argentino criador da Academia de Futebol do Palmeiras, nos anos 60, morreu no dia 6 de março de 1999, em São Paulo (SP).
Seu sobrinho, o também argentino Eduardo Coudet, foi um ótimo meio-campista com bela trajetória pelo River Plate, e que depois tornou-se treinador de futebol.
Pouco antes de falecer, Filpo Nuñez morava nas dependências do projeto Jerusalém Ação Social, no bairro do Heliópolis. "
Sua fortuna se perdeu. Ele não tinha recursos financeiros. Por isso, morava lá. Antes de morrer, o Filpo treinava um time de crianças carentes na escolinha de futebol das meninas. Passou os últimos dias da sua vida treinando aproximadamente 97 meninas", contou Carlos Altheman, presidente do Conseg Heliópolis.
Nascido em Buenos Aires, Argentina, no dia 19 de agosto de 1920, Filpo Nuñez formou-se em Educação Física no Equador e depois ingressou na carreira de treinador de futebol profissional no seu país.
Comandou o Independiente Rivadavia. Também treinou outros vários outros times sul-americanos como o Santiago National (Chile), Sport Boys (Peru), España (Equador), Municipal (Bolívia), Libertad (Paraguai), San Martin (Argentina) e Vélez Sarsfield (Argentina).
Filpo chegou ao Brasil ainda jovem para ser um treinador. Dirigiu o Cruzeiro em 1955 e depois passou por várias equipes, entre elas Guarani, Atlético Paranaense, Jabaquara, Portuguesa Santista, América de Rio Preto e Vasco da Gama, antes de assumir o Palmeiras. Pelo alviverde, entre 1964 e 1965, Filpo adotou o esquema tático "pim-pam-pum", que significava jogar em velocidade, tocar de primeira e chegar ao gol. Nesse período, o Palmeiras começou a ser batizado de "Academia de Futebol". Ademir da Guia, o principal jogador da equipe, era carinhosamente chamado pelo treinador de "El Bandoneón", instrumento musical utilizado para o tango.
Outro momento importante do argentino no Palmeiras foi quando dirigiu o time, com uniforme da seleção brasileira, em amistoso contra o Uruguai. O jogo, realizado no dia 7 de setembro de 1965, marcou a inauguração do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Filpo chegou a ter outras duas passagens pela Sociedade Esportiva Palmeiras: entre 1968 e 1969; e entre 1978 e 1979. Ao todo, foram 154 jogos no comando do Verdão (94 vitórias, 27 empates e 33 derrotas) e uma conquista: o Torneio Rio-São Paulo de 1965.
Mas o Palmeiras não foi o único grande clube da capital paulista a ter o argentino como técnico. Filpo Nuñez dirigiu duas vezes o Corinthians. Primeiro, em 1966, quando o alvinegro chegou a liderar o Campeonato Paulista. Depois, em 1976. O treinador comandou o Timão em 34 partidas (16 vitórias, 7 empates e 11 derrotas).
Outros clubes
Filpo Nuñez fez sucesso como treinador por vários países. Em Portugal, por exemplo, dirigiu o Leixões, o Vitória de Setúbal e o Lusitano Évora. No México, trabalhou pelo Monterrey. No Brasil, ele também comandou o XV de Piracicaba (SP), Paulista de Jundiaí (SP), Galícia (BA), Coritiba, Marília (PR), Francana (SP), Sport Club Recife (PE), São José (SP), Fabril de Lavras (MG), C. A. Atlanta (Buenos Aires - Argentina), Santo André (SP), Saad (SP) e Foz (Foz do Iguaçu - PR).
Principais títulos e prêmios no Brasil
Campeão do Torneio Início de 1956 pelo Guarani; eleito o melhor técnico do Torneio Preparação de 1957, pelo Jabaquara; Campeão do Torneio Início de pelo América de Rio Preto de 1958; Cinta Azul do Futebol Brasileiro (15 jogos, 15 vitórias, 75 gols a favor e 10 contra) pela Portuguesa Santista em 1959; Eleito melhor técnico do ano pela Agência de Notícias "Sport Press", quando dirigia a Portuguesa Santista em 1960; Vencedor do Troféu Conhecimento, prêmio da "Rádio Universal de Santos", em 1960; Vice-campeão paulista pelo Palmeiras em 1964; Campeão invicto do torneio internacional "IV Centenário da Guanabara", pelo Palmeiras; Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965, pelo Palmeiras; Vice-campeão baiano pelo Galícia em 1967; Vice-campeão do Torneio Mar del Plata de 1968, pelo Palmeiras e Vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1969, pelo Palmeiras.
Alguns dos jogadores dirigidos por Filpo
A lista de grandes craques que foram comandados por Filpo Nuñez é extensa. Entre eles aparecem os nomes de: Julinho Botelho, Bellini, Djalma Santos, Dudu, Garrincha, Alfredo Mostarda, Zequinha, Servílio, Orlando, Brito, Ademir da Guia, Rivellino, Valdir Joaquim de Moraes, Vavá, Ademar Pantera, Wladimir, Cabeção, Barbosa, Piazza, Eurico, Leivinha, Dirceu Lopes, Tupãzinho (ex-Palmeiras), Jair Marinho, Zé Maria, Leão, Tostão, Luís Pereira, César, Djalma Dias, Procópio e Dino Sani.
Homenagem
Filpo Nuñez recebeu uma homenagem especial da comunidade do bairro Heliópolis. Ele virou o nome do centro esportivo que fica na Rua Freire Brayner, atrás do 95º Distrito Policial.
Campeão do Torneio Início de 1956 pelo Guarani; eleito o melhor técnico do Torneio Preparação de 1957, pelo Jabaquara; Campeão do Torneio Início de pelo América de Rio Preto de 1958; Cinta Azul do Futebol Brasileiro (15 jogos, 15 vitórias, 75 gols a favor e 10 contra) pela Portuguesa Santista em 1959; Eleito melhor técnico do ano pela Agência de Notícias "Sport Press", quando dirigia a Portuguesa Santista em 1960; Vencedor do Troféu Conhecimento, pr~emio da "Rádio Universal de Santos", em 1960; Vice-campeão paulista pelo Palmeiras em 1964; Campeão invicto do torneio internacional "IV Centenário da Guanabara", pelo Palmeiras; Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965, pelo Palmeiras; Vice-campeão baiano pelo Galícia em 1967; Vice-campeão do Torneio Mar del Plata de 1968, pelo Palmeiras e Vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1969, pelo Palmeiras.
Pelo Palmeiras:
Filpo chegou a ter outras duas passagens pela Sociedade Esportiva Palmeiras: entre 1968 e 1969; e entre 1978 e 1979. Ao todo, foram 154 jogos no comando do Verdão (94 vitórias, 27 empates e 33 derrotas) e uma conquista: o Torneio Rio-São Paulo de 1965.