Ramirez, que depois jogou pelo Flamengo, correu atrás do craque brasileiro ao término da partida no Maracanã. Foto: Reprodução

Ramirez, que depois jogou pelo Flamengo, correu atrás do craque brasileiro ao término da partida no Maracanã. Foto: Reprodução

A histórica rivalidade entre Brasil e Uruguai aflorou na disputa da Taça do Atlântico, torneio que reuniu as seleções do Brasil, Uruguai, Argentina e Uruguai.

Na partida disputada em 28 de abril de 1976, faltas duríssimas, como uma de Sérgio Ramirez em Zico, pouco antes do encerramento do jogo em que o time canarinho venceu por 2 a 1, mesmo placar do jogo disputado dois meses antes no Estádio Centenário, no Uruguai.

A CONFUSÃO

Assim que o árbitro brasileiro Romualdo Arppi Filho encerrou o jogo, o lateral-esquerdo Ramirez correu atrás de Rivellino, capitão do time comandado por Oswaldo Brandão. O camisa 10 brasileiro, de costas, foi alertado por um fotógrafo. Rivellino "driblou" o uruguaio e, na fuga, acabou escorregando na escadaria de acesso ao túnel.

Enquanto Rivellino conseguia se livrar de Ramirez, a confusão se armou na beira do campo.

O saudoso Orlando Lelé partiu para cima de Ramirez e o goleiro Jairo veio de sua meta para uma voadora em um adversário. Até o massagista brasileiro, Nocaute Jack, já falecido, distribuiu alguns chutes nos jogadores celestes.

A torcida, mais de 62 mil espectadores, pedia "porrada"...

Até dirigentes uruguaios entraram em campo e se envolveram na confusão.

Apaziguador, o finado Oswaldo Brandão tentou acalmar os ânimos. Em vão.

Os policiais demoraram para controlar a situação.

Após alguns minutos, os uruguaios dirigiram-se para o vestiário sob uma "chuva" de objetos atirados pelos "geraldinos".

URUGUAIOS QUE DISPUTARAM A PARTIDA E JOGARAM NO BRASIL

Curiosamente, quatro jogadores daquela seleção uruguaia acabaram defendendo clubes brasileiros algum tempo depois. casos do próprio Ramirez, que foi para o Flamengo, o goleiro Corbo (contratado pelo Grêmio), Revétria (que atuou pelo Cruzeiro) e Dario Pereyra, que tornou-se ídolo do São Paulo.

A situação entre Rivellino e Ramirez acabou em paz, tão logo o uruguaio aportou no Rio de Janeiro para defender o Rubro-negro. Então camisa 10 do Flu, Rivellino o reencontrou várias vezes. Na primeira vez em que se enfrentaram, Ramirez pediu desculpas e providenciaram até buquês de flores para que um presenteasse o outro.

O Brasil acabou conquistando a Taça do Atlântico, torneio encravado entre as copas da Alemanha e da Argentina. 

DESTINO DE BRANDÃO

Oswaldo Brandão, entretanto, não permaneceu por muito tempo comandando a equipe brasileira. Ele foi demitido após oito jogos, depois do empate diante da Colômbia, pelas eliminatórias. Cláudio Coutinho o substituiu e foi o técnico na Copa de 78, ano em que o Brasil terminou em terceiro lugar, A Argentina, anfitriã, foi a campeã.

FICHA TÉCNICA DA PARTIDA

Brasil 2 x 1 Uruguai - Taça do Atlântico

Data: 28 de abril de 1976.

Local: Estádio Mário Filho (Maracanã) - RJ.

Público: 62.672 pagantes.

Árbitro: Romualdo Arppi Filho. Auxiliares: José Faville Neto e Armando Marques (todos brasileiros).

Gols: Torres (15 minutos do primeiro tempo); Rivellino (10 minutos do segundo tempo) e Zico (aos 27 minutos do segundo tempo).

Expulsão: Manuel Keosseain (Uruguai).

Brasil: Jairo; Toninho (Orlando); Miguel; Amaral e Marco Antônio. Chicão; Rivellino e Zico. Gil; Enéas (Roberto Dinamite) e Lula. Técnico: Oswaldo Brandão.

Uruguai: Walter Corbo; Washington Gonzalez; Alfredo de Los Santos; Nil Chagas e Sergio Ramirez. Juan Carlos Acosta; Dario Pereyra e Julio Cesar Jimenez. Rudy Rodriguez (Herbert Revétria), Fernando Morena e Daniel Torres (Manuel Keosseain). Técnico: José Maria Rodríguez.

ABAIXO, MOMENTOS FINAIS DE BRASIL 2 X 1 URUGUAI EM 28 DE ABRIL DE 1976, JOGO VÁLIDO PELA TAÇA DO ATLÂNTICO. NARRAÇÃO DE JOSÉ CARLOS CICARELLI E COMENTÁRIOS DE CARLOS EDUARDO LEITE, O DUDU, PELA TV CULTURA-SP.


Sérgio Ramirez acabou se radicando no Brasil e atualmente é treinador da equipe catarinense do Guarani de Palhoça. CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE RAMIREZ NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?" 

Roberto Rivellino, atualmente comentarista do program "Cartão Verde", da TV Cultura, precisou ser rápido para escapar de Ramirez em 1976... CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE RIVELLINO NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".

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