por Rogério Micheletti
Ex-jogador do Vasco, Lazio e Cruzeiro e ex-treinador do próprio Vasco, do Bahia, do Palmeiras e de outros times importantes do futebol brasileiro, Orlando Fantoni morreu aos 85 anos em Salvador (BA), no dia 5 de junho de 2002, vítima de enfizema pulmonar.
Nascido no dia 13 de maio de 1917, em Belo Horizonte (MG), Fantoni foi um dos jogadores brasileiros que teve mais sucesso jogando no futebol italiano e também brilhou trabalhando como técnico na Venezuela.
Irmão de Niginho, Ninão e Nininho, ele era o caçula da futebolística família Fantoni, que teve profundas ligações com a história do Cruzeiro.
Além dos irmãos boleiros, Orlando viu seus sobrinhos seguirem a mesma carreira: Benito (ex-Atlético-MG e Cruzeiro) e Fernando (ex-América-BH), ambos zagueiros.
Ainda sobre Orlando e a família Fantoni, recebemos o e-mail abaixo, no dia 12 de abril de 2006, do internauta José Estáquio Rodrigues Alves, de Patos de Minas (MG).
"Prezado Milton,
enviei recentemente uma mensagem com algumas informações à respeito da família FANTONI (do Niginho, Orlando, Ninão e Nininho), nesta ocasião informei que os mesmos tinham dois sobrinhos que também jogaram futebol.
Agora passo mais informações sobre esta segunda geração da família FANTONI: Os dois irmãos chamados Benito e Fernando eram filhos do NINÃO. O Benito, cujo nome é Benito Romano Fantoni, Benito em homenagem a Benito Mussolini, assina Romano por ter nascido em Roma, na ocasião em que seu pai era jogador do Lazio. Outra curiosidade sobre o Benito é que ele foi batizado pelo então Papa Pio XII, no Vaticano. Ele jogava de zagueiro central e atuou no Atlético (onde foi penta-campeão mineiro em 1956), Cruzeiro e depois se transferiu para a Venezuela. Atualmente, já com mais de 70 anos vive em Belo Horizonte.
Já seu irmão Fernando, também zagueiro central jogou pelo América Mineiro, onde foi Campeão Mineiro de 1957, atuando em um time que tinha Wilson Santos e Sebastião Leônidas que depois foram para o América do Rio.
Abraços,
José Eustáquio"
Em 17 de setembro de 2006, recebemos mais um e-mail de José Eustáquio Rodrigues Alves. Leia o texto abaixo.
"Almocei hoje com o Benito Fantoni, ex-zagueiro do Atlético e do Cruzeiro, sobrinho do Niginho e do Orlando Fantoni, filho do Ninão. O Benito hoje é funcionário aposentado da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, e me disse que esteve com você em Belo Horizonte recentemente, juntamente com o Willian (ex-Galo e Cruzeiro), e o Procópio (ex-Galo, Cruzeiro, São Paulo, Fluminense, Palmeiras), e teceu elogios a você.
Existe uma ligação interessante entre o Benito, o Procópio e o Willian; pois o Benito e o Procópio são casados com duas irmãs do Willlian, e os três jogaram na mesma época, tanto no Galo como no Cruzeiro, e todos os três como zagueiro de área. Você já havia colocado na página do Orlando Fantoni, a história do nome do Benito que lhe enviei em abril (e que inclusive eu imprimi uma cópia da pagina para o mesmo), mas agora fiquei sabendo mais: Quando seu pai (Ninão) foi para a Lazio de Roma, seu irmão Fernando já havia nascido no Brasil, mas o Benito ainda não. Ele nasceu em Roma em 1931, e morou lá até os seis anos de idade.
O Presidente da Lazio naquela época era filho de Benito Mussolini, e quando o Benito Fantoni nasceu o filho do Mussolini prometeu ao Ninão que se ele marcasse um gol no próximo jogo do Lazio todas as despesas do hospital pelo nascimento do garoto seriam pagas por ele. O Ninão marcou o gol e o Presidente cumpriu a promessa pagando as despesas hospitalares.?
No dia 5 de junho de 2002, da data da morte de Fantoni, o site oficial do EC Bahia prestou uma homenagem ao ex-treinador do clube. Confira no texto abaixo.
O Bahia perdeu, nesta quarta-feira, um dos mais carismáticos e importantes personagens de sua história ? Orlando Fantoni, ex-técnico do Tricolor. "Titio? Fantoni, como ficou conhecido, morreu às 8h da manhã, em virtude de um enfisema pulmonar, aos 85 anos. Seu corpo foi velado e enterrado no final da tarde de hoje, no cemitério Jardim da Saudade. O conselheiro do Bahia, Paulo Maracajá, compareceu às cerimônias.
Por tudo que fez pelo clube, a notícia da morte de Fantoni consternou a todos os funcionários e dirigentes do Bahia, que lamentam o seu falecimento.
Fantoni vai ser para sempre lembrado pelo jeito como tratava seus jogadores. Era avesso ao estilo durão, da opressão e obtenção do respeito a qualquer custo. Preferia o diálogo, a intimidade. Gostava de ser amigo dos atletas e acreditava que aí estava o caminho para o sucesso e chave para as grandes conquistas. Era notório o ambiente de união e cumplicidade entre os integrantes dos planteis que orientou.
Tinha um carinho quase paternal com seus comandados, o que era recíproco. Para ele, o cargo que ocupava era uma mera formalidade. Considerava-se o chefe de uma grande família. Tanto é que os jogadores não o enxergavam como um superior, mas como um ente querido, daí o apelido ? Titio.
A carreira
Orlando Fantoni nasceu no dia 13 de maio de 1917, em Belo Horizonte/MG. Começou a carreira no futebol como jogador ? era centroavante dos bons. O primeiro clube foi o Cruzeiro/MG. Passou também pelo América/MG, onde aprimorou sua técnica e capacidade de balançar as redes de tal forma que despertou o interesse dos italianos da famosa Lazio de Roma, da Itália ? sendo um dos primeiros brasileiros a jogar na Europa.
Após defender e fazer muito sucesso num dos maiores e tradicionais clubes europeus, Fantoni voltou ao Brasil, desta vez, para atuar no Vasco da Gama. Pendurou as chuteiras no Cruzeiro/MG.
Um apaixonado pelo esporte, Fantoni não conseguiu ficar muito tempo longe dos campos e resolveu ingressar na profissão de treinador, na década de 50. A primeira experiência foi no futebol venezuelano, onde ficou por 10 anos.
Em 1967, Fantoni aceitou o desafio de treinar o clube que o lançou ? o Cruzeiro/MG. Na raposa, comandou um time recheado de craques, como Piazza e Tostão, que mais tarde conquistariam a Copa de 1970, pela seleção brasileira. Resultado? Foi Tri-Campeão Mineiro.
Treinou também América/MG e Londrina/PR, antes de seu primeiro trabalho no Nordeste, em 1974, no Náutico/PE, onde foi Campeão Pernambucano de 1975.
O Bahia
Orlando Fantoni chegou ao Bahia em 1976, contratado pelo então diretor de futebol Paulo Maracajá. Com seu carisma e jeitão de pai, conquistou a confiança de um elenco formado por estrelas do porte de Beijoca, Jorge Campos, Douglas e Jésum, levando o Tricolor ao Tetra-Campeonato Baiano em seu ano de estréia ? quarto título da seqüência do histórico hepta-estadual (1973-1978).
Fantoni deu um "até breve? ao Bahia em 1977 ? ano em que foi Campeão Carioca pelo Vasco da Gama. Em 1979, levantou o Gauchão, conduzindo o Grêmio/RS. Esteve ainda no Palmeiras/SP e no Corinthians/SP, antes de voltar para o Tricolor, em 1986.
Em sua segunda passagem pelo Esquadrão de Aço, Titio armou a base do time que seria Bi-Campeão Brasileiro em 1988. Fantoni lançou nomes que seriam peças-fundamentais na campanha do segundo título nacional do Bahia, como o atual técnico, Bobô, João Marcelo, Charles e Zé Carlos. Em 1986 e 1987, levou o Bahia ao Bi-Campeonato Estadual.
Fantoni se aposentou em 1989, no Vitória da Bahia. Atualmente, era micro-empresário e dava aulas para alunos de uma escolinha de futebol de um clube de Salvador, cidade que adotou como seu lar.
ABAIXO, MATÉRIA (COM VÍDEO) DA JORNALISTA YARA FANTONI, SOBRINHA-NETA DE ORLANDO FANTONI
Confira a primeira reportagem da série “Bate Papo Internacional”, exibida pela TV Horizonte (de Belo Horizonte-MG) e pelo Portal Terceiro Tempo.
Neste primeiro vídeo, a jornalista Yara Fantoni, sobrinha-neta do saudoso treinador Orlando Fantoni, apresenta diversas curiosidades sobre o futebol europeu.
Imperdível!
Reportagem, edição e imagens: Yara Fantoni
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