Um dos melhores zagueiros da história do futebol brasileiro, o mineiro Mauro Ramos de Oliveira morreu no dia 18 de setembro de 2002, em Poços Caldas, sua cidade natal.
Nascido no dia 30 de agosto de 1930, Mauro deu seus primeiros passos no futebol na Sociedade Esportiva Sanjoanense, de São João da Boa Vista (SP) e profissionalizou-se no São Paulo Futebol Clube no final da década de 40.
Seu estilo bonito e elegante de jogar lhe rendeu o apelido de "Marta Rocha". No São Paulo participou de quatro títulos paulistas (48, 49, 53 e 57). Em seus 11 anos de Tricolor (de 1948 a 1959), Mauro atuou em 492 jogos (298 vitórias, 98 empates, 96 derrotas) e marcou apenas dois gols. Os dados constam no Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa.
Depois de ficar aproximadamente 12 anos no Tricolor Paulista, Mauro se transferiu para o Santos. Lá, jogou por seis anos (de 60 a 66) e conquistou cinco títulos paulistas (60,61,62,64 e 65), penta da Taça do Brasil (61, 62, 63, 64 e 65), três Rio-São Paulo (62, 64 e 66), duas Libertadores (62 e 63) e dois mundiais (62 e 63).
Mas não foi apenas no São Paulo e no Santos que Mauro Ramos fez história. Ele foi bicampeão mundial pela seleção brasileira, em 58 e 62, sendo que em 1962, na Copa do Mundo disputada no Chile, o zagueiro teve a missão de ser o capitão da equipe. Jogou com a camisa canarinho 30 vezes e participou também, como reserva, das Copas de 50 e 54.
Seu filho, Mauro Ramos de Oliveira Júnior, é gerente de futebol da equipe profissional do Boca Júnior de Sergipe e também é técnico da categoria sub-20 do mesmo clube.
Milton Neves
Conforme prometi, encaminho anexa, uma foto do finado zagueiro Tricolor, Mauro Ramos o Marta Rocha (veja a Galeria de Fotos).
Foto tirada pelo meu Pai, Antonio Carlos Bittencourt, hoje com 81 anos, em umas férias na Estância Lince em Atibaia , no mês de janeiro de 1959.
O Antonio Carlos Bittencourt, são paulino, conheceu o Mauro pessoalmente em Atibaia ,em nossas férias, hospedado no Chalé ao lado do nosso. O Mauro estava com a esposa e filho pequeno. Ficamos juntos o tempo todo e ele uma pessoa excepcional. Andávamos a Cavalo, íamos à piscina e passeamos pela cidade. Formou-se uma bela amizade. Após as ferias, estivemos por várias vezes no campo de treino do São Paulo, já no Morumbi, mas em um campo no alto , onde hoje é o Clube, para assistir aos treinamentos do nosso Time do Coração. O campo era meio gramado e meio de terra. Os jogadores treinavam de Conga ou Tenis da Alpargatas.Não tinha o luxo de hoje que até a cueca tem Grife. Bons tempos !!! O Antonio Carlos, meu Pai, funcionário do Banco do Brasil, em belo diar recebeu a visita do Canhoteiro, engavatado, dizendo que havia recebido instruções do Capitão Mauro para procurá-lo, oferecendo Títulos do Clube e Cadeiras Cativas para angariar fundos para a construção do Estádio e Clube do São Paulo FC. O Antonio Carlos comprou um Título do Clube e uma cadeira cativa das mãos do Canhoteiro e apresentou lhe aos demais colegas que também fizeram o mesmo e desta forma o Canhoteiro " Lavou a Égua " no Banco do Brasil, Agência Centro. Tudo por causa do Mauro Ramos. Os jogadores treinavam pela manhã e a tarde saiam batendo Pasta, vendendo Títulos , Cadeiras Cativas e assim foi construído o Estádio e complexo do Morumbi.
Pode acreditar que esta é uma bela história e realmente verdadeira.
Quero ver a foto no "Que fim levou "
Grande Abraço
Marcelo Bittencourt ( da Vila Mariana, onde nasceu o Mauro Betting ) Confira abaixo o texto enviado em setembro de 2012, por José Cássio da Silva, sobre os 10 anos sem Mauro Ramos de Oliveira: Mauro, sem dúvida o melhor zagueiro central brasileiro de todos os tempos, é o mais injustiçado!!! Participou de quatro Copas do Mundo (1950, 1954, 1958 e 1962), sendo consagrado somente no Chile. Na Copa de 1950, no Rio, pela rivalidade entre cariocas e paulistas, Flávio Costa preferiu escalar seus jogadores do Vasco. Mauro já deveria ser titular assim como o lateral-esquerdo Noronha (no lugar de Bigode). Assim, tenho certeza que o resultado seria outro. Já em 1954, na Suiça, o técnico Zezé Moreira aplicou o famoso sistema "WM?, já abandonado pelos ingleses. Mauro, mais uma vez, foi relegado à suplência, desta vez de Pinheiro. A curiosidade da ocasião é que na chegada ao estádio, os jogadores se depararam com um grupo de atletas batendo bola. Intrigados e curiosos, ficaram sabendo que aquela era a equipe húngara, que aquecia para o jogo. Alguns riram, dizendo que eles iriam se cansar antes da hora. Resultado: o Brasil perdeu de 4 a 2, levando dois tentos em menos de vinte minutos. No mundial de 1958, na Suécia, a CBD continuou a influenciar na escalação, com Mauro novamente injustiçado. Felizmente, Bellini esteve cercado de craques: Nilton e Djalma Santos e, sobretudo, o grande Orlando Peçanha. Em sua última Copa, em 1962, no Chile, após vários jogos preparatórios, Mauro foi titular pela primeira vez. Nos dias que antecederam a estreia, o beque teve uma contusão leve, sendo obrigado a não se esforçar muito nos treinos. As mídias cariocas faziam muita pressão para escalar Bellini, mas o treinador Aymoré Moreira iria decidir seu time de acordo com a condição física. A situação do zagueiro do Santos era de "apto sob condições", e após reunião entre o departamento médico da seleção, o comandante avisou que Mauro seria reserva de Bellini. Insatisfeito, Mauro Ramos prometeu retornar ao Brasil para relatar tudo que se passava na concentração da Seleção Brasileira. Ele explicou que se poupou nos treinos para não agravar sua contusão, mas que estava pronto para a estreia. Surpreso, Aymoré lhe respondeu "Mauro, era isso que eu queria ouvir de você?. E Mauro fez uma grande Copa do Mundo.