Kaká, insubstituível...

Chico Santo, bastidores da Copa do Mundo-2010
Paula Vares Valentim
jornalista responsável
Chico Santo, direto da África do Sul - Se havia alguma dúvida, por parte de Dunga, com relação a capacidade de criação do volante Julio Baptista, a partida contra Portugal serviu para mostrar ao treinador que a Seleção Brasileira não tem nenhum substituto para Kaká. Pelo menos foi o que ficou provado em Durban. A falta de criatividade do meio-de-campo do Brasil fez com que a Seleção Brasileira conseguisse o impossível. Terminar uma partida dentro da primeira fase da Copa do Mundo sem marcar um único gol.  "A gente sabia que isso poderia ocorrer. O Brasil não tem um substituto para o Kaká. O Dunga errou na convocação e agora temos que torcer para que o Kaká se recupere e não fique de fora do time. É uma vergonha a Seleção Brasileira jogar só isso em uma Copa. O Brasil sem Kaká é apenas um time comum, com um bom goleiro e um atacante diferenciado. Mas sem ninguém para fazer a interligação entre a defesa e o ataque. Será que o Dunga não teve tempo para ver isso??, indagou o torcedor Mario Resende. Quem foi ao jogo e viu o time verde-amarelo apático dentro de campo não se conformou com a falta de criatividade apresentada pelo meio de campo. As críticas, entretanto, não caíram sob a cabeça de Julio Baptista. "Não dá para culpar o Julio Baptista. Ele não é camisa 10. Tem que perguntar para o Dunga se não tinha nenhum meia dono da posição que pudesse ser um bom reserva do Kaká. Acho que não há dúvidas de que ele errou na convocação e a partida contra Portugal mostrou isso?, disse o torcedor Carlos Peixoto. Pior do que ver o zagueiro Lúcio na armação das jogadas, como ocorreu em várias ocasiões durante todo o jogo - em um claro sinal de desorganização coletiva - foi olhar para o banco de reservas e procurar entender porque Robinho não estava jogando. "O Dunga é muito burro. Isso aqui é Copa do Mundo, não é campeonato de botão. O Brasil quase perdeu a primeira colocação do grupo e aí deixaríamos de pegar o Chile. Não tem que poupar jogador. A gente tem que ganhar?, revoltou-se Fernando Salles.
Quando comparado a outros treinadores, por mais que Dunga não tenha tido a experiência de dirigir um clube em um campeonato de menor proporção, como fizeram, entre outros, Luis Felipe Scolari, Carlos Alberto Parreira e Telê Santana, ficou a dúvida em relação a confiança do torcedor junto aquele que no papel deveria passar tranqüilidade ao time. "O Dunga tem mostrado que está desequilibrado. Ele cria confusão à toa e depois tem que pedir desculpas. Ele errou em xingar a imprensa. Errou em tirar o momento que era do Luis Fabiano. Aposto que o Luis Fabiano, depois de fazer dois gols e marcar um dos gols mais bonitos da história das Copas, queria falar com o Brasil. E o Brasil queria ouvi-lo. E os argentinos, iriam ficar felizes em ouvir Luis Fabiano? Mas o Dunga tirou o seu maior momento. Duvido que o Luis Fabiano tenha ficado feliz com isso. Era apenas uma coletiva. Mas o Dunga quer ser mais que seus jogadores. Ele é egocêntrico. Espero que ele não estrague tudo com a sua arrogância?, disse o torcedor Luis Medina.
Opiniões à parte, a verdade é que da boca do torcedor, seja brasileiro ou não, o que mais se ouviu diante de aplausos e muita festa foi o nome de Ronaldo. Toda vez que Cristiano Ronaldo subia ao ataque, o português agitava as vuvuzelas. Mais uma vez, o treinador brasileiro, feliz ou não, foi obrigado a dormir com o nome de Ronaldo no ouvido. Desta vez, o Ronaldo português. Cristiano Ronaldo.
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