por Marcos Júnior Micheletti
Enzo Ferrari, fundador da Ferrari e da icônica escuderia de Fórmula 1, morreu em 14 de agosto de 1988, aos 90 anos, de causas naturais. Ele estava em sua casa, na cidade de Modena, norte da Itália.
Enzo Anselmo Giuseppe Maria Ferrari nasceu em 18 de fevereiro de 1898, em Modena, mas foi em Bologna que a paixão por automobilismo arrebatou o coração daquele menino, cujo pai trabalhava como fabricante de peças para ferrovias.
Teve uma infância relativamente tranquila, trabalhando como mecânico de carros até ser convocado para a 1ª Guerra Mundial. No conflito, em que a Itália foi uma das derrotadas, Enzo precisou voltar antes para casa, pois estava doente, afetado pela gripe espanhola. Ele lutou bastante e conseguiu vencer a terrível doença que vitimou milhões pelo mundo, mesma sorte que não tiveram seu pai e seu irmão. Sua família tinha ido à falência.
DEPOIS DA 1ª GUERRA MUNDIAL
Precisando se sustentar, Enzo Ferrari começou a trabalhar como mecânico na CMN (Construzione Meccaniche Internazionali) a partir de 1919, e em pouco tempo estava dentro dos carros para competir.
Em 1920, guiando pela Alfa Romeo, venceu sua primeira corrida, a Coppa Acerbo, na cidade de Pescara, porém, a carreira como piloto não foi muito adiante. O talento de Enzo estava mesmo na engenharia de carros.
CARROS DE COMPETIÇÃO E A FÓRMULA 1
A Ferrari foi fundada em 1939, após se separar da divisão de corridas da Alfa Romeo, e construiu seu primeiro carro em 1940. Porém, oficialmente, o reconhecimento como marca de carro aconteceu em 1947.
Com a criação do Campeonato Mundial de Fórmula 1, em 1950, Enzo Ferrari colocou dois carros para a segunda etapa do certame, o GP de Mônaco, disputado em 21 de maio de 1950. Assim, embora tenha participado de todos os campeonatos da F1 até hoje, não esteve presente à corrida inaugural, o GP da Grã Bretanha, em 13 de maio de 1950, vencido por Giuseppe Farina, com Alfa Romeo, que acabou sendo o campeão daquela temporada.
Em 1951, já bem estabelecida, a Ferrari conseguiu sua primeira vitória no GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, com o argentino José Froilán Gonzalez, e ganhou as duas provas seguintes, com o italiano Alberto Ascari, os GPs da Alemanha (Nurburgring) e da Itália (Monza).
Ascari terminou aquela temporada como vice-campeão, cinco pontos atrás do campeão, o argentino Juan Manuel Fangio (Alfa Romeo), que iniciava sua jornada de sucesso no automobiismo, categoria pela qual conquistou um total de cinco títulos, um deles pela Ferrari, em 1956.
O primeiro título de pilotos da Ferrari foi conquistado em 1952, com Alberto Ascari.
Desde então, até 2019, a Ferrari é a escuderia que mais títulos venceu na Fórmula 1, 16 no total (1961, 1964, 1975, 1976, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008).
O último título de pilotos que Enzo Ferrari viu foi o de 1979, com Jody Scheckter, e o último de construtores foi o de 1983, ano em que sua dupla René Arnoux e Patrick Tambay, ambos franceses. O campeão daquele ano foi o brasileiro Nelson Piquet (Brabham-BMW).
TRISTEZAS PARA ENZO FERRARI
A maior tristeza vivida por Enzo Ferrari, que ganhou o título de Comendador, foi a morte de seu filho Dino, aos 24 anos, em 1956, em decorrência de distrofia muscular progressiva. A partir da morte de Dino, em sinal de luto, Enzo Ferrari passou a sempre utilizar óculos escuros.
Apesar de ter se tornado mais frio, a ponto de evitar grandes ligações com seus pilotos, seu coração não resistiu ao ímpeto do jovem canadense Gilles Villeneuve.
Enzo Ferrari tinha um lema, dizendo que quem deveria sobressair era o carro. Para ele, um piloto mediano conseguiria vencer pela Ferrari. Mas isso não acontecia com Gilles, que andava além do limite do carro escarlate, o que lhe levou a morrer em um terrível acidente durante a classificação para o GP da Bélgica, em Zolder, em 1982.
CARROS DE RUA
Desde o final dos anos 40 produzindo automóveis, com a marca mais poderosa do mundo segundo a consultoria Brand Finance (em 2014), diversos modelos produzidos a partir da fábrica em Marenallo tornaram-se os mais cobiçados do mundo, como a 250 GTO, que teve um exemplar de 1964 leiloado por 70 milhões de dólares, e a F40, último modelo que ele aprovou em vida, em 1987.
A Ferrari tornou-se um enorme grupo automotivo. O Grupo Fiat, em 1969, adquiriu 50% da Ferrari, ampliando esta participação para 90% em 1988. O grupo, depois, passou a encampar três marcas: Fiat, Ferrari e Chrysler, gerando a FCA.
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