Ainda há uma sensível má vontade com a revisão em vídeo

Ainda há uma sensível má vontade com a revisão em vídeo

Do UOL, em São Paulo

Minutos antes de a bola rolar para o Palmeiras golear o Fortaleza de Rogério Ceni por 4 a 0, no Allianz Parque, a torcida anfitriã começou a vaiar com força. Não é que estivessem manifestando descontentamento com os atuais campeões nacionais. A chiadeira se explicava pela exibição de um vídeo explicativo sobre o VAR nos telões do estádio.

Está certo que, considerando o histórico recente de sua equipe no Campeonato Paulista, os palmeirenses talvez não apresentem o melhor termômetro sobre a aplicação do sistema pela primeira vez em jogos do Brasileirão 2019. De qualquer forma, a vaia serviu como bom exemplo de como a novidade tecnológica tem sido encarado em diferentes praças do Brasil. Quer dizer: ainda há uma sensível má vontade com a revisão em vídeo, mesmo que ela ajude na correção de eventuais equívocos de arbitragem durante os 90 minutos.

O VAR interferiu diretamente no placar de praticamente todas as dez partidas da primeira rodada, com gols ou pênaltis validados ou anulados. Os primeiros confrontos em que foi decisivo foram Chapecoense x Internacional e Atlético-MG x Avaí.

Na Arena Condá, em Chapecó, o zagueiro Emerson Santos, do Inter, tocou a mão na bola dentro da área, sem que um pênalti fosse marcado. Cerca de um minuto e meio depois de assinalar escanteio, o árbitro Raphael Claus se dirigiu à cabine e, após 13 segundos de análise do lance, reconsiderou sua posição e apontou a infração. Everaldo bateu e abriu caminho para a vitória por 2 a 0.

No Independência, em Belo Horizonte, o árbitro Rodolpho Toski Marques foi ajudado ao rever impedimento marcado de forma errônea em gol do Atlético-MG e depois a marcar toque de mão do zagueiro Betão em gol irregular do Avaí. O experiente zagueiro insistiu ao final do jogo em dizer que não houve toque de mão. Reclamou tanto em campo que recebeu cartão amarelo.

PROBLEMAS NO MARACANÃ

Neste domingo, no Maracanã, o Fluminense teve um gol anulado após conferência do sistema em jogo contra o Goiás - Everaldo finalizou bem na entrada da área, mas a árbitro Dewson Freitas julgou, então, que o atacante Luciano teria influenciado no lance estando impedido, mesmo sem tocar na bola. Blogueiro do UOL Esporte, Mauro Cezar Pereira afirma que Freitas fez mau uso do VAR.

O placar ainda estava em 0 a 0. A um minuto do fim, os visitantes fariam um gol de falta de Rafael Vaz para sair com os três pontos. Mauro Cezar também acredita que não houve infração na jogada, para desespero do próprio Everaldo. Houve vaias em lances do primeiro tempo, para constar, devido ao período considerado demorado para análise de lances contra ambos os times.

A partida, aliás, apresentou problemas que vão além da eficiência do sistema. O temporal que caiu sobre o Rio durante o jogo resultou na queda de energia no estádio. Como era um jogo noturno, houve paralisação geral. Mas e se fosse uma partida diurna? Como seria conduzida uma partida com as operações do VAR possivelmente comprometidas?

Na goleada do Athletico-PR sobre o Vasco, por 4 a 1, na Arena da Baixada, um pênalti marcado para o time da casa foi assinalado e, depois, anulado. Mas não é que fosse fazer muita diferença no andamento da partida ou para o ânimo da torcida do Furacão.

O mesmo pode ser dito para a vitória do Ceará sobre o CSA no Castelão, por 4 a 0. Quando o goleiro João Carlos, do time alagoano, foi expulso nos acréscimos do primeiro tempo, o placar já estava em 2 a 0. Houve ainda mais duas ocorrências com o VAR.

Foto: Divulgação

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